Tupi inicia quartas de final do Mineiro sub-20 neste sábado

Consultor de futebol do clube, André Luiz concede entrevista exclusiva à Tribuna antes de duelo com o Coimbra em Contagem (MG), às 10h


Por Bruno Kaehler

24/08/2019 às 10h12- Atualizada 24/08/2019 às 19h05

Empresário adiantou ver com bons olhos a possibilidade de extensão do vínculo após a eleição no Tupi (Foto: Tupi FC)

O Tupi sub-20 inicia neste sábado (24) a disputa das quartas de final do Campeonato Mineiro da categoria, em duelo de ida contra o Coimbra, no CT adversário, em Contagem, às 10h. Podendo estar a quatro partidas da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2020, visto que o campeão do interior deve ser convidado para a disputa, a equipe comandada pelo técnico Wesley Assis, terceira melhor na etapa classificatória, acima de Cruzeiro e América-MG, vive cenário oposto ao dos profissionais na temporada, rebaixados ao Módulo II do Mineiro e eliminados na primeira fase da Série D nacional.

Diante do destaque, a Tribuna conversou, de forma exclusiva, com o consultor de futebol carijó, André Luiz, responsável pela base da equipe que chegou de São João del-Rei ao clube juiz-forano em parceria até o fim deste Estadual. O empresário esclareceu sua relação com os atletas, com o Tupi e adiantou ver com bons olhos a possibilidade de extensão do vínculo após a eleição alvinegra, agendada para outubro.

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Tribuna de Minas: Há quanto tempo você trabalha com a base desta equipe, hoje no Tupi?
André Luiz: Venho falando há um tempo que as coisas não acontecem da noite para o dia. Não existe trabalho milagroso, ainda mais na base. Essa equipe vem sendo montada desde 2015. Deste grupo mesmo, jogando juntos, desde 2017. Pelo Figueirense e pelo Social (São João del-Rei). São os casos do Davyd, do Pablo, Pedro, Patrick, Cidcley (Neném), Cleiton, Gustavo, todos do sub-17, enquanto no sub-20 estavam atletas como o Matheus Mega, o Tchó Tchó, Thales. Credito essa campanha, primeiramente, à continuidade do trabalho. Os melhores resultados com a base foram depois de dois anos. Várias pessoas ajudaram nesse processo. E também tenho que dar crédito ao trabalho do Wesley (Assis, treinador), que gosto da forma que trabalha pela seriedade. Sei das dificuldades em ser um jogador de futebol profissional, mas se um atleta não tiver comprometimento, não vai chegar. E o Wesley exige isso.

Tribuna: Você já conhecia o Wesley ou foi um casamento que deu certo após a saída do Beto?
Na verdade, essa equipe era para ser comandada pelo Beto. Fui para o Tupi para comandar o sub-20. Quando teve a troca na diretoria (saída de Nicanor Pires do futebol), me convidaram para dar um apoio ao profissional. Aceitei e nunca tive dúvidas de que, se o Tupi tivesse usado alguns atletas do sub-20 no Mineiro e desde o início da Série D, os resultados seriam outros. No final, ou próximo disso, é muito mais fácil dar opinião. Mas no início eu já conhecia os meninos e vários torcedores do Tupi disseram que o clube ia jogar com um time de meninos e que iria dar errado. Mas o Beto era o treinador do sub-20 e, quando houve aquela troca, ele optou por assumir o profissional, teve coragem, e tive que passar a vaga dele para outra pessoa. Foi me indicado, então, o Wesley. Sempre gostei de trabalhar com gente da casa. Em São João del-Rei, nunca trabalhei com treinador de fora em cinco anos de base. Ele aceitou o desafio e está dando continuidade com bons resultados.

Tribuna: Do elenco, todos os atletas são empresariados por você? Qual a sua relação?
Deste elenco, vários atletas são empresariados por mim. Tenho a minha empresa (All Sports), credenciada na CBF, com vários atletas agenciados. Posso dizer que a metade do elenco. A grande maioria dos atletas tem contrato amador. Até porque jogam no sub-20. Aqueles atletas que vinham se destacando, fizemos um contrato profissional até para dar uma segurança maior ao clube. Porque vejo muitas pessoas comentarem que esse time não é o Tupi, mas sim o Figueirense. Mentira. Esse time é o Tupi, os atletas têm contrato com o Tupi. Agora, é uma parceria, e todos têm que ganhar. Da mesma forma que hoje uso o Tupi para colocar os meus atletas, o clube me usa para ter uma boa equipe. E a minha parceria com o Tupi vai até o final do Campeonato sub-20. Quando ele acabar, vou esperar o resultado das eleições para ver se será possível continuar com o sub-20 aqui ou não.

Tribuna: Existe o interesse em manter a parceria para o Módulo II, por exemplo?
Sempre gostei do Tupi, desde quando joguei aí. Falo que de todos os clubes que passei, o que criei uma amizade duradoura foi o Tupi. Temos até grupo de Whatsapp. Gosto muito de Juiz de Fora e será um prazer imenso continuar. O meu interesse é a categoria de base: sub-15, sub-17 e sub-20. Mas tudo tem que ser conversado. Não quero ser empregado de ninguém, nunca tive salário no Tupi, sou parceiro do clube. Meu trabalho tem que ser assim. Aceito opinião, claro, nunca quis ter autonomia, as opiniões acrescentam e evitam decisões erradas.

Tribuna: Quais os termos desta parceria e o que tem sido oferecido?
Nossa parceria está dando certo. O Tupi tem feito a sua parte dentro do que foi combinado, arcando com alojamento, alimentação, algumas despesas em jogos em casa. E nós arcamos com algumas despesas também dos jogos em Juiz de Fora, das partidas fora, taxas de arbitragem. É uma decisão correta e prática. As duas partes têm feito investimentos.

Tribuna: E o que projetar dos confrontos de quartas de final com o Coimbra?
Não acho que entramos como favoritos, penso que são 50% de chances para cada lado. Conheço a competição, estou acostumado a jogar com Cruzeiro, Atlético e América, Taça BH, então sei muito bem das armas das outras equipes. E o Coimbra mudou muitos jogadores desde quando jogou em Juiz de Fora. Os times de BH, quando chegam em mata-mata, costumam descer três, quatro atletas dos profissionais. Agora teremos mais dificuldades. O Coimbra também vai descer jovens que treinam entre os profissionais. Por isso acredito em 50% para cada. Nossa equipe é muito qualificada e acostumada a jogar junto, mas os adversários têm condições de trabalho melhores, pelo financeiro, e irão usar atletas com maior bagagem. Mas deixo bem claro: eles não estão nem 1% em cima da gente. Está tudo igual. E no mata-mata tudo pode acontecer. Podemos estar em um dia bom e fazer um grande resultado no primeiro jogo, assim como o oposto. Precisamos estar concentrados para decidir em casa.

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