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Atletas locais aprovam adiamento de Tóquio 2020: ‘Saúde primeiro’

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Gabriel Geraldo tem treinado em casa, mesmo fora das piscinas, para manter corpo ativado (Foto: Saulo Cruz Exemplus/CPB)

Para os nadadores Larissa Oliveira e Gabriel Geraldo e o jogador de vôlei Felipe Roque, referências locais de alto rendimento esportivo e candidatos a participarem dos Jogos Olímpicos de Tóquio, é unânime: o adiamento do evento era extremamente necessário e preserva tanto a saúde dos atletas, como a manutenção de competições em alto nível. Em isolamento social por conta do coronavírus, o trio conversou com a Tribuna nesta terça-feira (24) sobre a medida oficializada no mesmo dia, após acordo entre o governo japonês e o Comitê Olímpico Internacional (COI) de levarem a Olimpíada para 2021, sem uma nova data confirmada.

Paratleta recordista mundial nos 50m borboleta, Gabriel Geraldo reforçou a importância da decisão do adiamento. “Acho que o COI e o Comitê Organizador dos Jogos fizeram o certo. Saúde é mais importante do que qualquer medalha ou outra coisa. Como iriam querer uma competição de alto rendimento sem a possibilidade de treinos contínuos? Provavelmente seria uma competição de baixo nível. Tomara que essa pandemia passe logo. O ideal era adiar mesmo”, opinou o nadador do Clube Bom Pastor, que tem treinado em casa.

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“Tenho feito exercícios monitorados pelo Fábio (Antunes, treinador). Faço fora da água para manter o corpo ativado. Não podemos parar e, assim que puder voltar à rotina normal, estarei focado em Tóuio, na Paralimpíada. Quando e aonde for, estarei sempre pronto para representar muito bem o meu país”.

Atleta olímpica e multimedalhista nos Jogos Pan-Americanos representando o Brasil, a juiz-forana Larissa Oliveira seguiu o mesmo caminho na avaliação da mudança. “Sou a favor do adiamento. Nós somos atletas profissionais de alto rendimento, mas antes disso somos seres humanos. Temos mães, pais, avós, família, além de todo o estafe e seus familiares. Nos forçar a manter nossas rotinas de treino seria colocar em risco todas essas pessoas. Além de que muitos atletas já não tinham mais locais e condições para treinar devido às quarentenas e ao surto da pandemia que só aumenta pelo mundo, o que acaba sendo injusto. É claro que interfere na programação e agora vai ter que ser toda reformulada. Mas precisamos pensar na saúde primeiro”, destaca a detentora de dez medalhas em Pan-Americanos.

Oposto Felipe Roque, que também treina em casa, acredita que paralisação da Superliga atrapalha também a preparação olímpica (Foto: Arquivo Pessoal)

O ponto de vista esportivo foi mais abordado por Felipe Roque, oposto juiz-forano do Minas Tênis Clube e da seleção brasileira de vôlei. “O adiamento foi a decisão mais sensata nesse período tão ruim que estamos vivendo. A maioria dos atletas que eu conheço estão parados, sem treinar e malhar e isso, em um ano olímpico, faz muita diferença pensando em manter o alto nível. Por exemplo, nós, no vôlei masculino, vamos ficar 30 dias esperando uma reunião da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) para ela se posicionar sobre a continuação ou não da Superliga. A gente tenta fazer exercícios em casa, mas não é a mesma coisa. E acredito que os outros atletas olímpicos, de mais modalidades, também estão sofrendo por causa dessa quarentena. Mas o adiamento é o melhor para a Olimpíada manter o alto nível”, reitera.

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#Ficaemcasa

Multimedalhista Larissa Oliveira lamenta momento, mas pede que todos fiquem em casa (Foto: Satiro Sodre/CBDA)

Larissa aproveitou para lembrar aos juiz-foranos, ainda, a necessidade de as pessoas obedecerem as recomendações dos órgãos e profissionais de saúde de todo o país. “Gostaria de deixar meu recado pra todos da importância de ficar em casa. Eu mesma já estou seguindo toda a orientação me mantendo em casa e saindo só em casos de extrema necessidade. Precisamos ficar em casa e evitar a disseminação do vírus. Evitem colocar as mãos nos olhos, nariz e boca. Lavem bem as mãos, mantenham um boa alimentação e tentem se manter ativos dentro de casa estabelecendo algumas metas para passar a quarentena com a melhor saúde mental possível. E se atentem à campanha de vacinação contra a gripe: embora não proteger contra o coronavírus, protege contra a H1N1.”

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