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Nadador Gabriel Geraldo estreia na Paralimpíada de Tóquio nesta terça

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É chegado o momento mais aguardado das últimas temporadas pelo jovem Gabriel Geraldo Araújo. Quiçá de seus 19 anos de vida. O atleta do Clube Bom Pastor (CBP), ao lado do treinador juiz-forano Fábio Antunes, estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 a partir das 21h desta terça-feira (24), pela etapa classificatória à final dos 100m costas.

“Tem sempre o friozinho na barriga, mas é aquele lado positivo da coisa. A ansiedade de poder cair (na água), essa saudade de competir, porque tem muito tempo que a gente não compete. Ansioso demais para esse momento acontecer e, chegando, vou dar meu melhor”, conta Gabriel à Tribuna.

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O atleta nascido em Santa Luzia (MG), mas que passou a residir e treinar em JF para o ciclo paralímpico, já está no Japão há pouco mais de duas semanas. Antes de explorar a Vila Olímpica, ele passou por um período de aclimatação na cidade de Hamamatsu, a cerca de 250 quilômetros de Tóquio, ao lado de Fábio. “Foi bem importante porque lá buscamos disciplinar o sono, ocupando o tempo durante o dia para não dormir, além de manter nossa rotina de treinos. Tivemos que otimizar nossa paciência, porque lá tudo era metodicamente organizado, não podíamos variar uma vírgula”, conta o treinador.

Gabriel e Fábio à frente da piscina de competições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 (Foto: Arquivo pessoal)

Já na Vila, Gabriel relata que a rotina tem sido bem tranquila. “Temos nossos horários de treino e depois descansamos por um bom tempo.” Neste período fora das piscinas, a dupla tem aproveitado, dentro das possibilidades, o espaço com os outros profissionais do Comitê Paralímpico Brasileiro.

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“Tem sido uma experiência maravilhosa, um momento único e que só estando aqui pra poder viver. E até eu estando aqui, vivendo isso, às vezes não acredito. Estou gostando de tudo. É diferente e sensacional”, destaca o jovem que se mostrou encantado pela Vila Olímpica, mas nem tanto assim pela culinária local. “A estrutura da Vila é sensacional. É realmente de outro mundo. Tem tudo aqui, a acessibilidade é muito boa, a tecnologia, eu imaginava uma coisa e é dez vezes melhor. A comida japonesa não é meu forte, mas as outras são tops”, avalia o esportista.

Na piscina, Fábio conta que os dias que antecederam a estreia foram voltados a alguns detalhes técnicos. “Estamos em uma parte específica dos treinos, fazendo pequenos ajustes, como saídas, virada e passagens de provas. É um período importante, onde a confiança e a motivação podem fazer a diferença. Estamos prontos.”

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Os Jogos Paralímpicos têm um símbolo próprio em relação aos anéis olímpicos; os arcos, ou agitos, significam “espírito em movimento” (Foto: Arquivo pessoal)

Três provas em Tóquio

Além dos 100m costas, Gabriel também irá competir nos 200m livre e nos 50m costas. Na primeira participação, nesta terça, ele detém recorde brasileiro, com a marca de 2min00s19. A parada seguinte na piscina está agendada para a noite de sábado (28), nos 200m livre, prova em que o paratleta ostenta a marca de 4min08s53, melhor tempo das Américas. Por fim, vem os 50m costas, dia 1º de setembro. Nesta, o mineiro também possui a melhor marca do país, com 56s93. Todos os três tempos foram conquistados na seletiva paralímpica, em junho desta temporada, mesmo após a pausa por conta da pandemia.

Perguntado sobre os objetivos em Tóquio 2020, Gabriel naturalmente não esconde o desejo de ir ao pódio. “Vou buscar nadar o meu melhor, dar o máximo. Quero entregar tudo o que tenho dentro daquela água. Claro que o foco sempre é a medalha, mas, antes de tudo, quero nadar bem, estar bem comigo mesmo e partir pra cima do que for preciso pra buscar essa medalha” relata.

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Classe S2: a categoria de Gabriel

Gabrielzinho, como também é chamado, tem focomelia, uma má formação congênita de braços e pernas. Pelas limitações físico-motoras elevadas, ele compete na classe S2. A letra S vem de swimming, natação em inglês, enquanto o número 2 representa sua categorização mediante a deficiência. Quanto maior for o grau de comprometimento, menor é o número da classe que pode ir de 1 a 10 para as deficiências físicas, de 11 a 13 para as visuais e que vai ao número 14 para o caso de insuficiência intelectual.

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