Após COI, organização de Tóquio 2020 já admite adiamento

Responsáveis pelo evento esportivo ainda têm resistido à pressão de atletas e entidades esportivas de todo o mundo por mudanças


Por Agência Estado

23/03/2020 às 13h45- Atualizada 23/03/2020 às 22h13

Oficialmente, organizadores de Tóquio 2020 sequer cogitavam o adiamento dos Jogos até semana passada (Foto: Reprodução / TC Online)

Um dia depois do Comitê Olímpico Internacional (COI) admitir pela primeira vez a possibilidade de adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, no Japão, em razão da pandemia do novo coronavírus, denominado Covid-19, que tem prejudicado a preparação dos atletas em todo o planeta, a organização da Olimpíada e o governo japonês fizeram o mesmo nesta segunda-feira (23). Eles vieram a público deixaram claro que uma mudança na data da competição não está descartada. O cancelamento, no entanto, é totalmente rechaçado.

Em uma audiência no Parlamento, o primeiro ministro Shinzo Abe afirmou que ainda está comprometido a organizar os Jogos “completos”, sem cancelamento, mas admitindo um adiamento. “Se isto ficar difícil, levando em consideração os atletas em primeiro lugar, pode ser inevitável que tomemos a decisão de adiar. O cancelamento não é uma opção”, disse o político japonês

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Também nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, o presidente do Comitê Tóquio 2020, Yoshiro Mori, e o CEO do órgão, Toshiro Muto, comentaram sobre um possível adiamento, mas indicaram as suas dificuldades. “Primeiro de tudo, sobre cancelamento, nunca consideramos isso. É inimaginável. O adiamento não é o primeiro caminho de ação, mas não podemos não considerar isso”, disse Mori, que ressaltou que as autoridades estão cientes de como o coronavírus chegou com força a outros países.

“Não podemos deixar nossa guarda baixa sobre isso, especialmente porque nos Estados Unidos, Europa e novas áreas estão sob situações extremas agora. Entendemos isso, ouvimos muitas opiniões, de muitos países, sobre realizar os Jogos como planejado inicialmente. Não somos tolos”, completou.

Já Toshiro Muto afirmou que não é simples mudar os planos repentinamente, uma vez que houve um longo planejamento para que os Jogos Olímpicos acontecessem neste ano, de 24 de julho a 9 de agosto. “Há muito envolvido. Trabalhamos por seis anos para essas Olimpíadas começarem em 24 de julho, esse trabalho terá que ser refeito. Claro, a segunda vez deve ser mais eficiente. Entretanto, fizemos muitos contratos que já estão prontos e revisar esses contratos não é uma tarefa fácil”, apontou.

Por conta da pandemia, os Comitês Olímpico e Paralímpico do Canadá, com o respaldo da Comissão de Atletas, confederações esportivas nacionais e o governo do país, anunciaram na noite de domingo que não enviarão uma delegação canadense para os Jogos de Tóquio 2020. O mesmo fez o Comitê Olímpico Australiano.

Outra potência do esporte, a Rússia manifestou nesta segunda o seu “total apoio” à resolução do COI de adiar por semanas a decisão sobre o futuro da Olimpíada e condenou os seus críticos. “Consideramos inaceitáveis quaisquer tentativas de pressionar as organizações responsáveis pela organização dos Jogos e forçá-las a tomar decisões precipitadas”, informou em um comunicado oficial o Comité Olímpico Russo.

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Tópicos: coronavírus

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