Há três jogos invicto, vindo de vitória sobre o líder, Boston City, fora de casa, e sem sofrer gols nas duas últimas rodadas. O momento no Manchester é de confiança por estas e outras estatísticas. E o caçula do futebol da cidade tem mais uma oportunidade de obter o primeiro triunfo da história do clube em Juiz de Fora. Neste sábado (23), os Capivaras recebem o Bétis Futebol Clube, às 11h, em partida válida pela 7ª rodada da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, realizada no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio ainda sem receber torcedores por falta de laudo.
Com 8 pontos na 3ª posição, a apenas um da ponta do Grupo C, o Manchester aposta na solidez defensiva como base da campanha que busca o acesso. Neste cenário, o entrosamento da dupla de zaga titular das últimas rodadas tem sido um dos pontos de destaque do time. Isto porque Eduardo dos Santos e Rayan Ribeiro atuam juntos desde 2017 e estiveram, no Módulo II do Mineiro de 2021, no Tupynambás.
“Isso facilita muito. Atuamos juntos desde 2017, no Mamoré. Em 2018, o Dudu teve uma contusão, mas conheço ele de longa data e isso ajudou muito”, destaca Rayan à Tribuna. No Módulo II, o jogador foi titular ao lado do juiz-forano Davy, mas também treinava com Eduardo dos Santos na defesa que teve o menor número de gols sofridos de toda a competição.
Rayan estreou pelo Manchester há duas rodadas, justamente quando começou a sequência invicta da defesa juiz-forana. A segurança no atleta de 25 anos é tamanha que ele já recebeu, do treinador Eduardo Luersen, a faixa de capitão da equipe.
“Tem sido o início que eu imaginava. Estou feliz por estar defendendo um clube que começou agora, há pouco mais de dois meses, e ainda poder pegar essa faixa. É muito gratificante porque o professor Eduardo tem depositado essa confiança em mim. Venho de um clube rival da cidade, mas não pensei duas vezes quando recebi o convite”, relata o zagueiro, que, naturalmente, entende que o segredo de uma campanha consistente está na eficiência do setor defensivo. “É muito importante seguirmos desta forma, até porque se não tomarmos gol, pontuamos. E nosso ataque é bem qualificado, tem feito os gols.”
Contra o lanterna
O adversário deste sábado ainda não venceu na competição. Na última colocação da chave, o Bétis possui apenas 1 ponto somado, justamente na rodada anterior, em duelo empatado sem gols com o América-TO, em Ouro Branco. No primeiro turno, o Manchester venceu o Bétis como visitante por 4 a 2, na primeira vitória da história dos Capivaras. Desta vez, o objetivo é o primeiro triunfo em Juiz de Fora.
“É um jogo de suma importância, um divisor de águas pra nós pela situação na tabela. Conhecemos muito bem o Bétis, ganhamos de 4 a 2 no turno, eu não estava em campo ainda, mas não foi um jogo fácil, tanto que eles abriram o placar e nós buscamos a virada. É um jogo perigoso e precisamos colocar o nosso futebol e ritmo em prática”, projeta Rayan.
Para este duelo, o técnico Eduardo Luersen sabe que não poderá contar com o volante Raian, chará do zagueiro, pelo acúmulo de três cartões amarelos. No entanto, o comandante terá a volta do também volante Albert Coquinho, que cumpriu suspensão no duelo contra Boston, e deve herdar a vaga.
Um provável Manchester, portanto, deve ter Matheus Poletine; Adson, Eduardo Santos, Rayan Ribeiro e Caio Felipe; Albert Coquinho, Eliu Júnior e Bambam; Kassinho, Júlio Azevedo e Hugo.
Sem laudo, sem torcida
O Manchester confirmou, nesta semana, que ainda não será neste sábado que o torcedor juiz-forano poderá conhecer, in loco, a equipe no Estádio Municipal. Isto ocorre porque ainda há uma pendência em um dos laudos de segurança do palco esportivo que devem ser entregues à Federação Mineira de Futebol (FMF).
No site da FMF, todos os quatro laudos necessários se encontram vencidos – de segurança, engenharia, de condições sanitárias e de higiene, além do de prevenção e combate a incêndio. No entanto, apenas o último ainda não foi regularizado.
A Tribuna entrou em contato com a FMF, que confirmou a pendência. Conforme a assessoria da entidade que regula o futebol estadual, não há uma atualização no site sobre os outros laudos porque, para a mudança no portal, deve ser aberto “um termo de audiência, o que só acontece com os quatro laudos disponíveis. E para fechar o dos Bombeiros, tem uma comissão para fazer a vistoria, que indica o que precisa ser ajustado. A administração do Estádio faz as alterações e encaminha novamente para validar o laudo.”
Assim como o Manchester expôs, a FMF confirmou que, de fato, há uma movimentação para que este processo seja finalizado brevemente e as arquibancadas voltem a ser preenchidas por torcedores – o que poderá acontecer no dia 7 de novembro, quando o clube volta a atuar como mandante, diante do Contagem, pela 9ª rodada da competição.
O zagueiro Rayan lamentou a ausência de torcida, mas mostrou otimismo na resolução do caso. “É ruim atuar sem os torcedores, nos acostumamos a jogar com essa presença, e sempre digo que a torcida é a cereja do bolo no futebol. Por enquanto ainda não poderemos contar com eles, mas em breve acredito que isso vai mudar.”
À Tribuna, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou que há um dos quatro laudos pendentes. “Falta o quarto laudo, que é o de prevenção de combate ao incêndio e ao pânico. Quando o Corpo de Bombeiros realizou a vistoria para renovação desse laudo, verificou que a nova obra das cabines de rádio, realizada no ano de 2015, não estava incluída no projeto do Estádio Municipal”, esclareceu.
“Dessa maneira, houve a necessidade da atualização do projeto, e perdeu-se também o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) já que houve uma mudança estrutural. Com isso, tivemos que recorrer a um engenheiro da Prefeitura para refazer o projeto, para submetê-lo a validação dos Bombeiros e aprová-lo. Esse é um processo que demanda tempo, mas está realizado”, assegura a PJF.
O retorno também marcará a volta do torcedor juiz-forano ao principal palco esportivo da cidade desde o início da pandemia. Isto porque Tupi e Tupynambás optaram por não abrir os portões, por questões financeiras, durante a reta final do Módulo II, quando a PJF já havia permitido a presença limitada dos apaixonados.