Fáfia e a Copa do Mundo de 2022. Um livro de ficção científica, escrito há quase 30 anos, é relançado no ano em que o Mundial de seleções acontece. Publicado em 1999 pelo autor Clinton Davisson Fialho, a história é sobre Willian Fáfia, o melhor jogador brasileiro em 2022. Apesar do destaque, o craque é falastrão e marrento. Por isso, se envolve, sem querer, em uma intrincada conspiração terrorista, que envolve um atentado à bomba no Maracanã, na final da Copa. O livro está disponível na Amazon por R$ 18 em formato de e-book, ou R$ 25 em edição física.
A trama se passa em um mundo pós-apocalíptico que se recupera de uma Guerra Nuclear, a qual atingiu os Estados Unidos, o Leste Europeu e os países islâmicos. Brasil, Argentina, Coreia e Japão formam um novo bloco econômico mundial. ”Era um exercício de imaginação em pensar como seria o mundo quase 30 anos no futuro. Acho que este trabalho é o mais despretensioso da minha bibliografia e só resolvi relançar porque chegamos finalmente em 2022. Não dá para deixar passar a data em branco, porque o livro tem muitos fãs que gostam, justamente por ele ser leve e divertido de ler”, explica Clinton.
”Previsão” e referências
De acordo com o autor, apesar de não ser sua intenção fazer previsões, acertou em alguns aspectos. ”Previ a prisão de dirigentes da CBF por corrupção, algo que, lamentavelmente, aconteceu. No livro, o Brasil está cheio de imigrantes do Leste Europeu por causa de uma guerra nuclear. Espero que isso não aconteça, embora a Europa esteja vivendo exatamente o que eu descrevi. A minha maior previsão foi dizer que em 2018 teria um desdobramento do filme Karatê Kid, com o personage
m de Ralph Macchio se tornando o mestre. E hoje temos a série Cobra Kay fazendo sucesso desde 2018. A reforma do Maracanã para a Copa do Mundo também foi uma previsão, mas era meio óbvia”, relata o carioca de Volta Redonda.
O jornalista declara que, na revisão desse ano, não tentou ajustar as previsões, para ter um relato fiel ao que pensou em 1993. “Não seria correto eu reescrever o livro para fingir que previ a Covid-19, por exemplo, mas é interessante como os personagens falavam sobre a importância de se vacinar, na edição de 1993, porque haveria uma vacina contra a Aids. Infelizmente, essa previsão ainda não se concretizou”, lamenta.
Clinton diz que a inspiração para a escrita surgiu com alguns filmes, como Cavaleiros de Aço, de 1981, Warriors, os Selvagens da Noite, de 1979, e Fuga para Vitória, de 1981, além Armação Ilimitada e Os Trapalhões, séries brasileiras. ”O livro tem muita aventura, romance, mas também tem muito humor. Se me perguntarem o que mais gosto no livro, acho que são as descrições das partidas de futebol. Acho que para compensar a falta de talento com a bola, resolvi ser craque em meu próprio campo, que é a literatura. Eu me diverti muito escrevendo e espero que o leitor de hoje também se divirta”, revela o autor.
Clinton Davisson é jornalista, tem pós-graduação em Educação e mestrado em Comunicação pela UFJF. Torcedor do Flamengo e apaixonado por futebol, ele chegou a jogar na escolinha do Voltaço, time de Volta Redonda, mas diz que nunca foi um craque como seu protagonista.