Pré-candidato à presidência do Tupi, Cloves Santos reitera apreço por S/A

Integrante da chapa SOS Tupi esmiuçou propostas durante entrevista do Mesa Quadrada, da TMTV; Juninho é o próximo convidado


Por Bruno Kaehler

20/09/2019 às 20h26- Atualizada 20/09/2019 às 21h25

Cloves Santos, que já passou pelo Carijó, defende mudanças na gestão do clube (Foto: Felipe Couri)

Com as eleições carijós marcadas para o dia 5 de outubro, e inscrições das chapas permitidas apenas até esta segunda-feira (23), com validação das mesmas no dia seguinte, a Tribuna recebeu nesta sexta, no programa de esportes Mesa Quadrada, da TMTV, um dos pré-candidatos à presidência do Tupi, Cloves Santos. Liderando o movimento SOS Tupi, o ex-diretor de futebol do Galo, que terá como vice-presidente Oswaldo Ribeiro, reiterou a necessidade de o Tupi sofrer uma reforma estatutária e, entre as principais mudanças, ser gerido por um conselho gestor, permitir a votação de sócios-torcedores e ser administrado nos moldes de sociedade anônima (S/A), como clube empresa.

“Ser presidente hoje é uma obrigação estatutária, mas temos um plano completamente diferente se formos vitoriosos, que é terminar com essa figura e fazer com que o Tupi seja dirigido por um conselho que possa sentar na mesa e tomar as melhores decisões de uma forma mais democrática. Não acredito muito nesse sistema presidencialista em clubes de futebol. Estamos com muitas aberturas de S/A, e ela é exatamente para quebrar um pouco esse ritmo. Estudando um pouco a gestão do Bandeira de Mello (ex-presidente do Flamengo), que fez um excelente trabalho, apesar de ser presidencialista, ele abriu muito o leque em relação à participação dos outros vice-presidentes e até do conselho na gestão do clube. A questão principal, que me fez participar disso, é o engajamento por parte de muitos torcedores que querem um Tupi diferente e, segundo, porque é um clube que a gente é apaixonado e um projeto que eu acredito. A SOS não é só Cloves, mas formada por muitas pessoas”, relata Santos.

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Ainda sobre a intenção de mudar a forma pela qual o Tupi é gerido, o ex-diretor discorre. “São três pilares: o primeiro é a necessidade, porque a cada dia essa figura do patrocinador vem sumindo. Tirando os grandes clubes com massa de torcida, como o Flamengo, Corinthians; o segundo é que futebol é extremamente rentável. O Tupi pode ser uma S/A, ter investidores e participar? Pode, desde que tenha transparência. A S/A te obriga a ter transparência. Tenho um sonho do Tupi ser S/A? Claro, acho que é a única forma dos clubes sobreviverem daqui a quatro, cinco, seis anos. E a terceira situação, não menos importante, é que com a S/A você consegue atrair investidores, dar resultado para quem investiu e formar times competitivos.”

Mudanças estatutárias

Para que essas alterações no estatuto carijó ocorram, além da vitória no pleito, a SOS Tupi deverá obter, em Assembleia Geral, dois terços dos votos dos sócios do clube. “Só vamos conseguir ter os dois terços se ganharmos a eleição. Porque o número de pessoas aptas a votarem na Assembleia Geral é muito próximo ao que elege o presidente. E outro fator importante é dar aos sócios-torcedores o direito ao voto. Estatutariamente temos outras formas de trabalhar. A razão de ser do Tupi é o torcedor e boa parte dos torcedores do clube, que vão ao estádio e se dedicam plenamente, não é de sócios. É uma falha minha, que cometi quando estava à frente do futebol, de não ter tido tanta interação com a torcida, que hoje vi que é fundamental. No status que o Tupi está hoje, só com muito empenho, não só dos sócios, mas da cidade, que voltamos a outro patamar. Porque voltamos com o sonho da Série B”, destaca o ex-diretor.

“Volto muito diferente”

Ainda segundo Cloves, que deixou o Tupi no início de 2016, antes da disputa do Campeonato Mineiro e da Série B do Brasileiro, a saída teria sido “muito boa para mim, mas ruim para o clube. Disse em uma entrevista que estaria saindo porque temia que tudo o que aconteceu, ocorreria. Mas para mim foi muito salutar, porque volto muito diferente, se voltar. Mais maduro, tranquilo, participativo e aberto ao diálogo. E que, independente de quem vença, que a gente não tenha revanchismo. O Tupi não tem tamanho para isso.”

Cloves ainda rechaçou participação no acúmulo das dívidas trabalhistas do clube, bem como antecipou que irá priorizar a formação de categorias de base em moldes diferentes dos atuais, em que, segundo ele, o Tupi “seja detentor das ações”, sem “ser comandado por um terceiro.” Confira a entrevista:

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