A enxadrista multicampeã Isabella Conti, 15 anos, embarca rumo ao Chile nesta sexta-feira (20) para a disputa do Pan-Americano de Xadrez na categoria sub-16. A juiz-forana irá representar o Brasil na faixa etária após ter sido campeã brasileira no Festival Nacional da Juventude em março, o que a credenciou a participar do Pan, que vai de sábado (21) até o dia 29, além do Mundial (9 a 31 de outubro na Grécia) e Sul-Americano (3 a 8 de dezembro no Peru). Em cada uma destas experiências, a xadrezista terá a oportunidade de realizar o sonho de se tornar Mestre Fide, título concedido pela Federação Internacional de Xadrez.
“Essa competição é super importante. Além de ter meninas com nível de jogo bem alto, o torneio dá ao campeão o título de Mestre Fide e a norma de Mestre Internacional. Meu grande objetivo é alcançar o primeiro lugar e ganhar este título de mestre!”, conta Isabella, que já acumula dezenas de canecos, como o Sul-Americano Escolar de 2017. Para isto, a local terá que somar mais pontos que as adversárias em nove rodadas de duelos que duram cerca de quatro horas cada.
Aluna do Colégio Militar de Juiz de Fora, Isabella terá ao lado uma companhia especial na viagem. O pai, Leandro Conti, que também dá aulas sobre o esporte da mente, estará em Santiago. “Como pai sempre bate um nervosismo. Tenho outros alunos que competem, mas quando a Isabella está lá o coração acelera. No último Sul-Americano, ela ter sido campeã e o Hino Nacional ser tocado em homenagem a ela emociona muito. É uma experiência única”, relata Leandro.
Para a disputa, a Confederação Brasileira de Xadrez arca apenas com os gastos de hospedagem. Logo, para buscar recursos que viabilizem as viagens, Leandro e Isabella criaram um projeto de arrecadação diferenciado. Chamado “Diário de Bordo”, a dupla irá registrar diariamente toda a experiência de Isabela durante as três competições internacionais com análises, fotos e vídeos e, no fim, escrever livros sobre as disputas e vivências. Ao interessado apoiar financeiramente a ida de Isabella pelo link, ele terá direito a receber as obras.
“Foi a forma que encontramos de tornar o projeto mais interessante. Sou autor de dois livros, ela já demonstrou muito interesse em escrever comigo e até me ajudou no meu segundo livro na análise de posições”, explica Leandro.