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Com futebol e treinamentos funcionais, modalidade ganha espaço em JF

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Em setembro de 2017, o empresário Thiago Lupatini, 34 anos, apaixonado por futebol, rompeu o ligamento do joelho esquerdo e deixou o esporte por cerca de um ano. Após sessões de fisioterapia e fortalecimento, a prática da modalidade mais popular do mundo voltou ao dia a dia do atleta amador não como o objetivo final de seu retorno às atividades, mas um fio condutor para melhorar sua qualidade de vida e pelo desenvolvimento físico.

O crescimento dos treinamentos funcionais permitiu o desenvolvimento de especificidades voltadas para quem busca unir prazer, manutenção do peso, ganho muscular e otimização da capacidade física (Foto: Olavo Prazeres)

De perfil diferente, o estudante de Educação Física, Rodrigo Niquinha, 35, é ex-profissional revelado pelo Flamengo, e atacante sempre presente nas principais equipes de futebol amador da região em competições de âmbitos regional e estadual. Para se manter neste mercado, entre outras metas, o atleta de Miradouro (MG), mas que veio para Juiz de Fora ainda aos 2 anos de idade, concilia, em uma mesma atividade, a paixão – o futebol – com o aprimoramento físico.

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(Foto: Olavo Prazeres)

Realidade em academias, boxes e centros esportivos de Juiz de Fora, o crescimento dos treinamentos funcionais permitiu o desenvolvimento de especificidades voltadas para quem busca unir prazer, manutenção do peso, ganho muscular e otimização da capacidade física. Dentro disso, Lupatini e Niquinha conheceram o fut-fit, programa de condicionamento físico ainda pouco divulgado na cidade e que propicia a mescla de movimentos do treino de futebol com o funcional.

“Sempre fui peladeiro, mas joguei muitos campeonatos também. Não gosto do ambiente de academia, de levantar peso, mas sim da correria. Quando fui liberado pelo médico para voltar a jogar, encontrei no fut-fit uma forma de me preparar com uma rapidez maior. Perdi muito peso, 8kg em cerca de seis meses praticando a modalidade, e consegui voltar a jogar em um nível mais alto. Hoje jogo tranquilamente duas peladas por semana”, conta Lupatini.

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Já Niquinha viu semelhanças, apesar de diferentes intensidades, com os tempos de base no Sport Club JF, Atlético-MG e Flamengo, e de profissional no Rubro-Negro de Júlio Cesar, Edilson, Vampeta, Petkovic e companhia, além de Paysandu (PA), Friburguense (RJ) e Tigres do Brasil (RJ). “O fut-fit intercala preparo físico, condicionamento e os fundamentos do futebol. Hoje não jogo mais profissionalmente, mas posso manter a minha forma e, como jogo bola nos fins de semana, em campeonatos amadores, onde procuro até ganhar um dinheirinho com jogos regionais e estaduais, posso aperfeiçoar meus fundamentos e a parte física, o que é um diferencial. E dá para lembrar os treinos profissionais, apesar de serem diferentes. Os exercícios são parecidos, mas nos clubes é bem mais puxado pela demanda. Mas conseguimos aperfeiçoar os chutes, passes, cabeceios e outros fundamentos do futebol.”

Fundamentos com agilidade, resistência e coordenação

Praticantes utilizam atividades típicas do futebol com treino funcional (Foto: Olavo Prazeres)

Em Juiz de Fora, o fut-fit, também conhecido como crossfut, por exemplo, possui como um dos locais de prática a Livewell Soccer, no Bairro Estrela Sul. Um dos professores é Daniel Magalhães, com experiência de 14 anos no futebol e futsal.

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“O fut-fit vem como uma opção de atividade para o público que, além da musculação, busca alguma alternativa, por exemplo, por não gostar de estar em uma academia. Como o crossfit, o funcional, o grupo de corrida. Hoje as pessoas vêm buscando outros leques para sair de um ambiente de academia. E aí entra o fut-fit, que apresenta uma parte de aeróbico, com exercícios voltados para o futebol. Trabalhamos tanto com fundamentos – passe, domínio, finalização, cabeceio -, quanto com valências, como coordenação motora, velocidade, agilidade, resistência. Aula a aula, semana a semana, trabalhamos um fundamento com alguma valência. Melhora o condicionamento físico e a resistência executando aquilo que mais gosta, que é jogar uma bola.”

Um dos responsáveis pelo trabalho é o professor Gui Lopes, que buscou conhecimento e moldou a prática para os alunos juiz-foranos. “A gente tirou a ideia de grandes polos, que já possuem essa modalidade, com os nomes de futcross, crossfut e até fut-fit em algumas cidades, como em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro, onde trabalham muito com o vôlei também e com objetivos físicos. Nosso intuito aqui é esse, mais no aspecto físico do que técnico ou tático. Claro que há o trabalho desses elementos, só que as pessoas que vêm procuram fazer uma atividade física, ganhar condicionamento, melhorar a saúde, reabilitar de uma lesão. Trouxemos a modalidade e adaptamos à nossa realidade, aos nossos materiais e métodos. Criamos uma metodologia própria, o fut-fit hoje é baseado em sete fundamentos e oito valências físicas, que estão sempre rodando nas atividades, com um dia livre”, esmiúça Lopes.

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O interesse do professor foi tão grande, que também é aluno de fut-fit. “Comecei dando aula de fut-fit aqui, em novembro, como o único professor da modalidade. Com disponibilidade de tempo, fizemos um processo de seleção para trazer mais professores que têm um perfil parecido com o nosso. Aí eles passaram a ministrar os treinos e eu continuei vindo, mas para participar das aulas porque gosto, jogo bola durante o final de semana, campeonato amador, pelada, então quero participar o tempo inteiro para melhorar meu condicionamento físico também. E, além disso, consigo avaliar as aulas para ver se estão saindo conforme a gente planejou. Me sinto bem praticando, hoje é a minha principal atividade por conta da correria do dia a dia”, conta Gui Lopes.

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