Com o peso da responsabilidade de quem precisava da vitória para manter vivo qualquer anseio de classificação e entrar, de fato, no campeonato, o Tupi começou o duelo indígena contra o Guarani partindo para o ataque. Sob uma chuva fina, a Carijó deve uma chance incrível logo aos dois minutos de jogo. O lateral Thiaguinho fez boa jogada pela esquerda, foi ao fundo e centrou para a pequena área. O goleiro Leandrão cortou o lance, mas a bola rebateu no meia William Koslowski e foi em direção ao gol saindo rente à trave.
Com uma proposta de toque de bola, o Tupi comandava as ações de uma partida de poucas oportunidades de gol. As coisas, porém, mudaram por volta dos 15 minutos da etapa inicial quando a garoa tomou corpo e se tornou um verdadeiro temporal. Apesar de o Estádio Municipal não apresentar problemas de drenagem, a chuva torrencial comprometeu a proposta de jogo do Galo Carijó e o confronto perdeu em técnica e ganhou em imprevisibilidade.
Se com a chuva gelada, vento forte e constantes descargas elétricas nas redondezas do campo as coisas pareciam complicadas para os donos da casa, a situação piorou aos 23. Após cobrança de escanteio pela esquerda do ataque do Guarani, a zaga carijó não conseguiu afastar de vez o perigo e a sobra ficou com Felipe Cordeiro pela direita. Com liberdade, o lateral cruzou e achou o zagueiro Lula sozinho na área, com espaço para cabecear no ângulo de Glaysson e abrir o placar para os visitantes.
Como a tempestade não dava tréguas, o futebol das duas equipes ficou comprometido, e os jogadores expostos a riscos com a grande incidência de raios. Tanto que, aos 36, o árbitro Murilo Francisco Misson Jr. chegou a paralisar a partida por dois minutos. A parada não mudou a temática do duelo. O técnico Ricardo Drubscki chegou a tentar mudar a postura do Galo Carijó com a entrada do meia Hiroshi na vaga antes ocupada por Ygor, porém, o Tupi seguiu para o vestiário com a derrota parcial, ainda sem marcar gols na atual edição do Campeonato Mineiro e sob uma forte chuva. Dessa vez, de vaias.
Em busca de uma nova história, o Tupi voltou para a etapa final com o atacante Rubens na vaga do meia Koslowski. Mesmo com a diminuição da intensidade da chuva, a mudança indicava que o Carijó podia trocar o toque de bola pela jogada aérea. A estratégia funcionou pela metade, aos 11. Em um balão da zaga carijó par ao campo do Guarani, o atacante Michel viu o zagueiro Lula patinar no gramado molhado e a bola sobrar limpa na intermediária adversária. Com velocidade, tranquilidade e habilidade, o camisa 99 arrancou, limpou a defesa e bateu no contrapé de Leandrão para empatar o duelo.
Dois minutos depois do primeiro gol do Tupi na competição, o time parece ter aprendido, de fato e de direito, o caminho do gol. Em boa jogada pela direita, a bola sobrou limpa para Rubens. Também mostrando precisão e tranquilidade, o atleta carijó bateu seco, no cantinho, para executar o goleiro do Guarani e decretar a virada do marcador. Dois a um para os juiz-foranos.
A dianteira no placar deu tranquilidade aos donos da casa, que voltaram a trabalhar mais a bola. A vantagem no marcador virou vantagem numérica aos 25, quando o volante Genalvo, ex-Tupi, foi expulso e deixou o Guarani com dez homens em campo. A tempestade virou sereno, antes de virar chuva de gols aos 29, quando Rubens recebeu passe do volante Rafael Jataí, arrancou pela direita, invadiu a área, deixou o marcador no chão com um belo drible e tocou o canto de Leandrão para ampliar para o Tupi.
Após marcar seus primeiros gols, pontuar pela primeira vez e quebrar o jejum de vitórias, o Tupi retorna a campo no próximo sábado, quando viaja até Tombos para o clássico da Zona da Mata, contra a Tombense, pela 5ª rodada do Campeonato Mineiro.