Não importa a competição, o piso ou a cidade. Entre os quase 20 compromissos anuais em quadra, a tenista Giulia Aguiar e seu irmão e técnico, Thiago Aguiar, não abrem mão do trabalho de equipe em família no processo de evolução da jovem que já desponta na liderança do ranking mineiro da categoria até 16 anos no naipe feminino.
Neste sábado (22) a dupla participa da Copa das Federações no Praia Clube, em Uberlândia (MG), pela equipe de Minas Gerais entre os principais técnicos e atletas do país no sub-16. Logo após o término do evento, na terça (25), os juiz-foranos emendam com a disputa do Brasileiro, que acontecerá de quarta (26) a domingo (30), no mesmo local.
Tanto Giulia, 15 anos, quanto Thiago, 28, foram convocados para a Copa. A atleta juiz-forana defende seu estado com as companheiras de equipe Ana Flávia Rodrigues, de Montes Claros, Clara Penido, de Belo Horizonte, e Giovana Pereira, de Coronel Fabriciano. Apesar das dezenas de adversárias da jovem, seu treinador confia no seu diferencial, que aliás, é recorrente para o sucesso dos atletas de ponta.
“A gente vê que a grande maioria dos atletas de alto rendimento está apoiada em uma estrutura familiar forte e em alguém da família na comissão técnica. No feminino, vemos muitos pais envolvidos, ou irmãos. Há exemplos como o da mãe do Murray (Andy, britânico), que sempre o acompanha e é treinadora, assim como o tio do Nadal (Rafael, espanhol), e o pai da Serena e da Venus Williams, entre outros. É uma fórmula que dá resultado”, explica.
Durante os games ou mesmo no descanso, ela ressalta a importância do apoio do irmão. “A ajuda do Thiago é imensa e não tenho como definir em palavras. Além de suporte técnico, tem o emocional, de irmão. Para mim é um diferencial. Conto como um fator a mais para me ajudar a chegar no topo. Temos muito mais liberdade.
Apesar de técnico e atleta estarem sempre juntos, a liberdade que você tem com sua família é muito maior. E acaba que o entendimento que você possui com sua família também é maior porque, além do processo que o técnico passa nas quadras, ele passa em casa também”.
Tecnicamente, Thiago vê questões ainda maiores na relação de familiares. “Considero que a gente consegue ter uma atenção especial em outros detalhes tão importantes quanto o treino. Para um atleta chegar no alto rendimento é muito importante a parte física, a de fisioterapia, nutrição, logística das viagens, apoio psicológico diante de todas as situações. Então ajuda na parte da comissão técnica, e na orientação para ela, com carinho, diante das dificuldades que surgirem.”
Plano B
A presença de Thiago ao lado de Giulia em quadra pela Copa não está garantida. Como ele também foi convocado, irá ser destinado para uma das quatro categorias do torneio mineiro (sub-12, sub-14, sub-16 ou sub-18). Mesmo se não estiver na da irmã, o técnico já planeja forma de auxílio.
“Vou tentar organizar uma forma de estar nas duas frentes. A ideia é termos conversas pela manhã, à noite e no intervalo entre os jogos, além de fazer um plano prévio de cada partida. Mas tenho certeza que ela possui uma consolidação técnica e tática mais avançada, que possibilita desenvolver melhor seu tênis”, acredita Thiago.