Depois de vencer os árabes na estreia por 5 a 0, os russos mostraram novamente grande poder ofensivo. Foram oito gols em dois jogos. Desde 1970, quando ainda era União Soviética, a Rússia não vencia dois jogos seguidos em uma Copa do Mundo. Naquela ocasião, superou Bélgica e El Salvador, na fase de grupos. Assim que o árbitro apitou o final, a arena entrou em festa nas arquibancadas e no gramado.
O Egito, por outro lado, está praticamente fora do Mundial. As chances de classificação são muito remotas. O time africano precisa torcer para a Arábia Saudita vencer os uruguaios. Dessa forma, teria de tirar uma grande desvantagem no saldo de gols na última rodada do Grupo A. Depois de encerrar um jejum de 28 anos sem disputar uma Copa, Egito deve cair na primeira fase.
A queda precoce representa grande frustração para o atacante Mohamed Salah, autor do gol egípcio. Depois de se contundir na final da Liga dos Campeões, o atacante realizou tratamento intensivo para se recuperar de uma lesão no ombro para jogar a Copa. Ele fez sua estreia nesta terça-feira, mas não conseguiu evitar o drama africano. Sua atuação foi apenas razoável.
O estádio de São Petersburgo, o mais caro da Copa, com investimentos de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 4,8 bilhões), viu uma grande festa das duas torcidas. O Egito usou e abusou de várias cornetas e conseguiu um efeito impressionante. As vuvuzelas, que fizeram sucesso na África 2010, estão de volta com uma versão tão estridente quanto às originais. Os russos responderam com o apoio da maioria na Arena Zenit, em São Petersburgo, o estádio mais caro deste Mundial.
A primeira grande chance do Egito foi com Trezeguet, que puxou para a perna direita e bateu colocado, perto do gol russo. A grande esperança pela estreia de Salah na Copa foi frustrada no primeiro tempo. Sem ritmo de jogo, a grande esperança egípcia teve muitas dificuldades para sair da marcação russa. Seu grande lance na etapa inicial foi um chute de fora da área, à esquerda do goleiro.
A Rússia conseguiu repetir a boa atuação da estreia, quando venceu a Arábia Saudita. Bem organizada do meio para a frente, a equipe conseguiu criar chances a partir, principalmente, da jogada aérea. Faltou ao time inspiração para jogadas individuais para furar o bloqueio egípcio. O primeiro tempo foi equilibrado, interessante, mas morno em São Petersburgo.
A Rússia conseguiu abrir o placar em uma jogada esquisita. O goleiro El Shenawy saiu de soco, mas a bola sobrou para Zobnin. O camisa 11 chutou meio sem jeito e Fathi tentou cortar a bola, mas conseguiu mandar contra o próprio gol ainda mais sem jeito.
A vantagem no placar deu confiança para os donos da casa e escancarou a fragilidade da defesa egípcia. O brasileiro naturalizado russo Mario Fernandes fez uma grande jogada na linha de fundo e cruzou para Cheryshev marcar. Foi o seu terceiro gol em dois jogos.
Três minutos depois, a Rússia transformou a vitória em “passeio” Agora foi a vez de Dzyuba fazer uma jogada de craque. Ele dominou no peito, driblou o zagueiro e tocou no canto. Ele completou dois gols em dois confrontos na Copa.
Desesperado, o Egito se abriu, trocou volantes por meias e foi ao ataque. Com a ajuda do árbitro de vídeo, o paraguaio Enrique Caceres marcou pênalti em Salah, que ele mesmo converteu. É o primeiro do craque nesta Copa, mas agora ele se vê praticamente fora do Mundial.
FICHA TÉCNICA
RÚSSIA 3 X 1 EGITO
RÚSSIA – Akinfeev; Mario Fernandes, Kutepov, Ignashevich e Zhirkov (Kudriashov); Samedov, Zobnin, Golovin, Gazinskii e Cheryshev (Kuziaev); Dzyuba (Smolov). Técnico: Stanislav Cherchesov (Rússia).
EGITO – El Shemany; Fathi, Ali Gabr, Hegazy e Abdelshafy; Trezeguet (Sobhy), Elneny (Warda), Tarek Hamed e Salah; Mohsen (Kharaba). Técnico: Hector Cúper.
GOLS – Fathi (contra), a 1 minuto do segundo tempo; Cheryshev, aos 13, Dzyuba, aos 16, e Salah, aos 27 minutos do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS – Trezeguet e Smolov.
ÁRBITRO – Enrique Caceres (Paraguai).
PÚBLICO – 64.468 pagantes.
LOCAL – Arena Zenit, em São Petersburgo (RUS)