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Zico critica Flamengo e autoridades por confusões no Maracanã

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“Quem deve dar a condição de segurança é o Flamengo. Se você gasta 200 pra ter 20 mil pessoas, gasta 400 pra ter o dobro”, criticou o craque (Foto: Leonardo Costa)

“Todo mundo é responsável.” A constatação é do maior ídolo da torcida do Flamengo, Zico, sobre os incidentes que ocorreram na última quarta-feira (13) no Maracanã, durante a final da Sul-Americana. O craque, que estava no Maracanã no momento das ocorrências, criticou a organização do jogo pelo clube e os órgãos de segurança em entrevista concedida nesta segunda-feira (18), durante as  finais da Copa Zico Verão, em Juiz de Fora.

Após acompanhar as declarações dos envolvidos no caso, Zico cobrou maiores investimentos em segurança e prevenção. “Quem deve dar a condição de segurança é o Flamengo. Se você gasta 200 pra ter 20 mil pessoas, gasta 400 pra ter o dobro. O Flamengo tem que ter a responsabilidade, e quem quer que queira jogar no Maracanã em grandes jogos. Investimento é isso, você dar conforto e segurança ao torcedor, não ficar na dependência, de ficar um acusando o outro, um órgão acusa o Flamengo, o Flamengo acusa outro outro órgão e vão empurrando com a barriga. Eu acho que todo mundo é responsável, principalmente o mandante.”

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Na avaliação do ex-jogador, faltou serviço de inteligência para evitar algumas ocorrências, principalmente as marcadas antecipadamente na internet, como mostrou reportagem exibida no último domingo (17), no programa “Fantástico”, da TV Globo.

O mandante tem que ter uma organização. Todo mundo já sabia. Nas redes sociais, quem acompanha sabia que ia ter fogos na concentração dos jogadores, ninguém fez nada para impedir.  Isso aí foi marcado, tinha gente fazendo campanha para comprar fogos, isso é um absurdo e ninguém fez nada. Encontro de torcida para invadir às tantas horas e local tal… isso é vergonhoso, você saber e não remediar a situação

Zico

Zico ressaltou que no local em que estava no Maracanã acompanhou pessoas desesperadas com a situação, e que o espetáculo foi “manchado com uma situação que poderia ser evitada”. O craque questionou o clima inflamado e hostil no hotel antes da partida contra o Independiente, da Argentina, com fogos e baderna ao lado de fora. “Esse negócio de querer achar que fazer pressão vai ganhar jogo não ganha, isso ai já era. Eu sofri algumas coisas com esse negócio de torcida ir para o hotel, soltar fogos, isso só motivava a gente. Sofremos isso com Atlético e com Grêmio em finais, e não adiantava nada, dentro do campo é que se resolve. Eu acho que as pessoas não se conscientizaram disso, que o futebol se resolve dentro do campo. É um espetáculo, e grandes espetáculos precisam de segurança, o torcedor precisa sentir confortável.”

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Fenerbahçe x Galatasaray

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Com uma vasta experiência fora do país como jogador e treinador, o Galinho de Quintino relatou sua experiência como técnico, entre 2006 e 2008, do Fenerbahçe, da Turquia,  quando participou de uma dos maiores clássicos do planeta, contra o Galatasaray. “Lá você tinha que dar 5% dos ingressos para o adversário. O Fenerbahçe tinha 50 mil e iam 2.500 do Galatasaray, só que havia 8 mil policiais lá, então os caras iam com segurança, não tinha problema. Aqui não, 70 mil com 600 (policiais) lá e disseram ainda que foi o maior número de um grande jogo. E deu no que deu”, lamentou.

Acostumado a acompanhar os jogos da Uefa Champions League como torcedor ou comentarista, o craque acredita que o país deve implantar exemplos que dão certo por lá dentro do esquema de segurança da partida. “Eu estou acostumado a ir a grandes eventos, principalmente a Champions League, e há uma segurança grande em relação ao torcedor. A uma certa distância do estádio ninguém passa a não ser aqueles que tenham o seu ingresso na mão. Você não pode, no local onde vão ter quase 70 mil pessoas, ter 600 policiais. É muito pouco. Não ter um cordão de isolamento a um quilômetro do estádio? Você tem que conversar com as pessoas, orientar no sentido que elas têm que chegar mais cedo, porque vai ter uma revista grande, as pessoas que não gostam de futebol, que querem fazer baderna, não vão poder passar desse cordão, ou seja, tem uma série de coisas a serem feitas. É só ter vontade, é só ter disposição.”

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Copa Zico define campeões das categorias

Na categoria sub 7, o CF Zico venceu por 4 a 1 a Escola Oficial Vasco da Gama (Foto: Leonardo Costa)

Dentro do campo do Centro de Futebol Zico, o cenário contrastava com a descrição dos incidentes da última quarta-feira na final da Copa Sul-Americana. Amigos e familiares se reuniram nas arquibancadas lotadas, em um dia ensolarado, para acompanhar as finais da Copa Zico Verão. Ao todo, seis jogos foram realizados durante a manhã, tendo duas partidas decididas nas penalidades.

Na categoria sub 7, a equipe da casa por 4 a 1 a Escola Oficial Vasco da Gama.  Na sub 9, o CF Zico encontrou a Escola Oficial Flamengo, empatando de 2 a 2 no tempo normal. Nas penalidades, o CFZ venceu por 8 a 7 e sagrou-se campeão da categoria. Na faixa sub 11, o empate de 2 a 2 prevaleceu no tempo normal no confronto entre América de Rio Pomba e Escola Oficial Flamengo. Na marca da cal, a equipe de Rio Pomba foi vitoriosa por 3 a 1.

Nos demais jogos, o JF Soccer venceu por 2 a 0 a Geração do Futuro na categoria sub 13. No sub 15, a Escola Oficial Botafogo venceu por 1 a 0 a equipe Dallas F.C, enquanto o Barreira sagrou-se campeão da categoria sub 17 após vitória por 2 a 1 contra o CF Zico. As premiações foram entregues pelas mãos de Zico.

Não tem motivação melhor que uma competição nesse nível. É muito legal dar oportunidade dessa criançada de ter esse intercâmbio de equipes de outras localidades minha idade não tinha isso, eu sei o quanto ela é boa, é importante, por isso procuro sempre incentivar e estar presente.

Zico

Para o Galinho de Quintino, a competição é uma oportunidade de os meninos mostrarem seu futebol, a partir da vivência de situações adversas em jogos decisivos, na  busca do sonho em se tornar um jogador profissional de futebol. “Hoje pode ser sub 7, sub 9, sub 11, mas tem gente vendo. Isso dá uma certa condição para aquele cara que observou e ir na certa. Quase todos os garotos que vêm jogar futebol acham que podem chegar a ser jogador, é uma chance boa que eles estão tendo. A gente sabe que o futebol é um funil, então chega nessa idade complica um pouquinho, mas é sempre bom insistir, ter uma competição desse tipo para motivar a criançada. “

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