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Idealizando vaga em Tóquio, Alexandre Ank representa JF no Parapan de Lima

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Mesatenista juiz-forano já está em Lima para a disputa dos Jogos, que começam na próxima sexta-feira (Foto: Fernando Priamo)

Aos 39 anos e com quase todas as conquistas possíveis no tênis de mesa, Alexandre Macieira Ank possui uma obsessão no âmbito competitivo que o move dia a dia, treino após treino. Uma meta que atrai um olhar tão compenetrado quanto o na bolinha, durante cada partida nas 13 temporadas já vivenciadas em sua carreira. “Procuro sempre estar renovando os sonhos e os desejos. Meu sonho é conquistar a medalha paralímpica individual em Tóquio, em 2020. Para ele ser realizado, têm os percalços e desafios, que é ser campeão Pan-Americano ou ficar entre os três primeiros para abrir o índice técnico e, a partir daí, fazer as etapas internacionais para entrar pelo ranking e conquistar a vaga, como foi em 2008, em Pequim. É a medalha que falta para mim, quero muito conquistar”, conta.

Para tamanha glória, o paratleta juiz-forano já conquistou o direito de representar não apenas a sua cidade natal, mas também o Brasil na disputa dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, a partir da próxima sexta-feira (23). “Disputei, ao longo de dois anos, várias competições. Venci sete, fiquei em terceiro em uma delas e me credenciei a disputar a seletiva do Parapan-Americano. Competi em dezembro do ano passado, logo após voltar de uma etapa mundial na Costa Rica, em que também levei uma prata e um bronze, e fui campeão dessa seletiva, garantindo a vaga em Lima. O anúncio veio no dia 16 de julho, mas já vinha me preparando para poder estar disputando o Parapan”, conta Ank.

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Até a competição, o juiz-forano, que já encorpa a equipe canarinha em Lima, após semana de treinamentos e avaliações médicas em São Paulo (SP), se preparou intensamente tanto nos treinos, ao lado do professor de tênis, Felipe Paiva, quanto em competições oficiais por todo o território brasileiro.

“Enquanto estava em nível de competições nacionais, treinei de três a quatro vezes por semana, um período diário de quatro horas. E faço uma hora de fisioterapia ou fortalecimento muscular, em média. Com tudo isso, a gente trabalha a cabeça, vai treinando e disputando as etapas nacionais, de alto nível. Esse ano disputei três etapas nacionais: duas Copas do Brasil, uma em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico, e outra em Brasília, em que fui campeão nas duas vezes, além do Interestadual, mês passado, em BH, onde também venci. Disputei ainda uma etapa regional dos Jogos das AABBs, com nova vitória. Venho em um ritmo muito forte, treinando muito pesado, brigando para conquistar títulos e chegar forte no Parapan por essa medalha de ouro e, principalmente, pelo índice para a Paralimpíada”, discorre.

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‘Como um bom vinho’

Quanto mais experiente, melhor. Ao menos esta é a avaliação de Ank, que aposta suas fichas em toda a vivência na modalidade. “São 13 anos de carreira, descobri o tênis de mesa por acaso, uma habilidade que não tinha, mas desenvolvi. Costumo dizer que o tênis de mesa é como um bom vinho, quanto mais velho, melhor. Isso vem acontecendo comigo, venho ficando mais maduro e confiante nos golpes, e quero utilizar essa experiência para conquistar novos títulos”, opina.

A confiança se fortalece com o passar das competições, mesmo alvo de menor investimento do que os adversários em Lima. “O diferencial é que venho treinando e dominando cada vez mais a técnica, conseguindo ter mais segurança na hora de executar os movimentos. Minha única dificuldade, e de alguns brasileiros, quando enfrentamos atletas dos Estados Unidos, Canadá, Chile, México, Argentina, é que são países que têm um investimento e apoio maiores no esporte. Para você ter uma ideia, nesse ano já foram realizadas quatro a cinco etapas internacionais e nós, do Brasil, não disputamos nenhuma, enquanto esses países participaram de três a quatro, e os EUA de todos. Ficamos um pouco atrás nessa questão, mas em nível técnico e resultado estamos muito à frente.”

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Ank vive saque a saque, medalha a medalha, e, o mais importante, de sonho em sonho. “A partir da Olimpíada, tenho um outro sonho que é fazer um projeto social e estar desenvolvendo o tênis de mesa, mas ainda não tive a possibilidade de conseguir. Estou chegando bem próximo de ter um local adequado para poder estar fazendo isso e estar ajudando essa molecada a ter novas perspectivas de vida e sonhos”, revela.

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