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Livro analisa relação da torcida com a Seleção em 1950 e 2014

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Às vésperas de um novo encontro entre Brasil e Alemanha no futebol masculino, o vexame dos inesquecíveis 7 a 1 estará mais que em evidência na noite desta quinta-feira (18) em Juiz de Fora. A partir das 18h30, no Bar da Fábrica, no Centro, o doutor em Comunicação pela UERJ e professor do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Francisco Brinati, lança o livro “Maracanazo e Mineiratzen: imprensa e representação da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1950 e 2014”.

O sentimento do torcedor e o trabalho da imprensa nas duas derrotas históricas da Seleção Brasileira, em casa, e a maneira como a representação nos jornais impressos influenciou na paixão nacional são o foco da obra, que foca nas coberturas de “O Globo” e Folha de S. Paulo” nas Copas de 1950 e 2014.

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A importância do futebol no Brasil e um possível afastamento entre a torcida brasileira e a Seleção nacional estão nas 301 páginas, que trazem, ainda, as campanhas e coberturas da imprensa durante as 20 edições de Mundiais.

“A relação do torcedor com a Seleção Brasileira pode sofrer uma influência maior, digamos assim, quando você tem torneios disputados em casa. Você tem uma relação de identificação um pouco maior em relação aos outros torneios disputados fora do país. A gente viu historicamente que em 1950 e 2014 o Brasil teve as principais derrotas em seus 100 anos, já que a Seleção completou 100 anos logo após o Mundial de 2014. Mas, ao contrário de 2014, a gente viu em 50, pela imprensa, muitas relações em construção de uma derrota que foi sentida como dor, tristeza, como a derrota de um projeto de nação e que nós nos identificávamos com o Selecionado Nacional. Torcer era um ato de patriotismo. Já em 2014 a gente perde um pouco disso com vários fatores de transformação dessa relação entre torcida e Seleção Brasileira ao longo dos anos, que teve uma quebra, nos anos 90, com globalização, êxodo de jogadores para po exterior e várias questões que contribuiram para uma queda de identificação do torcedor com a Seleção Brasileira. Em 2014, a gente já vê mais uma construção no sentido de ironia, de vexame, de humilhação não seria de nós, brasileiros, seria daquele grupo de jogadores”, compara o autor.

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Com a classificação, à final dos Jogos Olímpicos do Rio, Brinati acredita que a relação ainda vive sob influência do 7 a 1. “Em relação às Olimpíadas desse ano, a gente vê que a Seleção começa já trazendo essas questões de identificação que foram da Copa do Mundo, dos 7 a 1, da derrota para a Alemanha. Nas primeiras partidas você tem algumas construções de afastamento do torcedor da Seleção, que o torcedor brasileiro estaria mais ao lado da Seleção feminina de futebol e não da masculina e, com o tempo, o time melhorando nos jogos, você vê que tem essa aproximação. Mas obviamente que tudo vai depender do resultado de Brasil e Alemanha no Maracanã, no sábado. Se você tiver uma derrota novamente da Seleção Brasileira, pode ser que volte, dependendo de como a equipe atuar, de como for a construção em cima daquela derrota pela imprensa, do discurso dos meios de comunicação, você pode ter um reforço nesse afastamento do torcedor da Seleção, como você pode também ter uma retomada dessa relação histórica que foi da Seleção Brasileira com o tocedor”.

Torcedor e apaixonado, o professor, que acompanhará da arquibancada do Maior do Mundo a possível “revanche” do próximo sábado, torce pela retomada da “paixão nacional” pela “pátria de chuteiras”, de preferência com emoção. “Após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, os jornais trabalharam com a ironia, o brasileiro mesmo começou a utilizar o “cada dia é um 7 a 1 diferente”, então eu acho que ficou emblemático o placar. Um 7 a 1 a favor do Brasil poderia, quem sabe, trazer esta retomada na relação histórica do torcedor e amenizar um pouco aquela derrota de 2014. Acho que a Alemanha, assim como o Brasil, cresceu muito durante a competição. É um time difícil, acho que vai ser pedreira para o Brasil, mas o Brasil vence. Vence na prorrogação, para deixar um pouco mais nervosa. Zero a zero no tempo normal, prorrogação, 1 a 0 Brasil”.

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