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‘Quanto mais longe, maior a emoção’

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Luiz Maurício pratica lançamento de dardo há cerca de seis anos por meio do projeto Cria UJFJ e almeja chegar à marca de 70 metros nos primeiros meses do ano (Foto: Olavo Prazeres)

O ano de 2017 valeu, e muito, para o atleta Luiz Maurício Dias da Silva. O jovem de 17 anos, morador do Bairro Nossa Senhora de Fátima, encerrou a temporada conquistando a medalha de ouro no lançamento de dardo no Módulo II (15 a 17 anos) dos Jogos Brasileiros Escolares, ocorrido em novembro em Brasília. O estudante da Escola Municipal Tancredo Neves, do Bairro São Pedro, venceu a prova com a marca de 66,68 metros, recorde da competição e melhor marca nacional do ano na faixa etária.

Além da competição na capital federal, Luiz Maurício teve desempenho marcante em outras competições, como a prata na categoria sub-18 do Campeonato Brasileiro Interclubes, realizado em julho em Bragança Paulista (SP), com a marca de 65,75 metros; o bronze no sub-20 da mesma competição, em maio, desta vez em São Bernardo do Campo (SP), com 67,13 metros; além e medalhas em todas as competições escolares disputadas em Minas Gerais. Os resultados colocaram o atleta no primeiro lugar do ranking sub-18 e em terceiro no sub-20.

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Apoio dos amigos e da família

Resultados que podem ser resumidos com um “nada mal, rapaz!”, afinal Luiz começou a praticar o lançamento de dardo há cerca de seis anos por meio do projeto Cria UJFJ, e treina em alto rendimento há quatro. Ele começou a participar da iniciativa promovida pela instituição por recomendação de amigos que já praticavam alguns esportes. Ele tentou a corrida de rua mas, como não se adaptou à modalidade, passou para o lançamento de pelota (bola de tênis ou outra esfera similar, reutilizada e preenchida com areia, pesando aproximadamente 150g). A velocidade e a força de seus lançamentos, porém, fizeram com que os treinadores o colocassem nos lançamentos de dardo e disco, sendo que no primeiro ele vem obtendo os melhores resultados.

No início, entretanto, ele não ficou muito feliz. “Achava a prova muito parada, mas com o tempo peguei gosto, hoje tenho o prazer de ver o dardo ir longe. Quanto mais longe, maior a emoção”, afirma o jovem, que tem na família o apoio para praticar o esporte mesmo que – segundo ele – não entendam muito bem do que se trata a modalidade. Na família, inclusive, ele tem uma irmã que também participa do projeto, no lançamento de disco.

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Dedicação e disciplina nos treinamentos

Para obter os resultados e partir para novas marcas, Luiz Maurício tem treinamento puxado, de segunda a sexta-feira, tanto na pista de atletismo da UFJF quanto na academia, sempre na parte da tarde para não atrapalhar os estudos. Tanta dedicação rendeu a ele o primeiro lugar no ranking sub-18, e o terceiro no sub-20. “O ranking tem atletas muito próximos, então não podemos cometer erros. Ainda mais porque temos outros objetivos por alcançar no ano que vem”, diz.

Um desses objetivos é conseguir o índice para o Mundial Junior de Atletismo, que acontece em Tampere, na Finlândia, em 2018. Para isso, o atleta almeja chegar à marca de 70 metros nos primeiros meses do ano e se aproximar dos 75 metros (provável índice para a competição) entre março e abril. Outra meta é conseguir uma vaga no Troféu Brasil de Atletismo, programado para setembro em Bragança Paulista.

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Equipamento apropriado pode melhorar resultados

Para isso, porém, é preciso ter o equipamento apropriado, como explica o técnico Carlos Makleyton. Segundo ele, Luiz Maurício treina atualmente com dardos para distâncias menores, de no máximo 60 metros, abaixo do que ele consegue atualmente. Ele só tem contato com equipamentos que permitem um lançamento até 80 metros durante as competições, o que influi nas suas marcas. Ele vêm tentando junto à Universidade a compra dos dardos apropriados, que podem custar até R$ 8 mil.

Mesmo que o custo possa ser considerado alto, ele aponta que é válido devido ao talento e dedicação do jovem. “Ele tem um braço muito forte, é alto, com envergadura muito boa. E é muito dedicado, assim como outros atletas do projeto. É muito consciente da importância dos treinamentos, evita faltar às atividades e faz tudo que pedimos. É muito disciplinado tanto dentro quanto fora da pista. Sabe que é uma vida de sacrifícios para obter os resultados”, elogia o treinador, lembrando que o jovem tem na família os exemplos do tio Pedro Henrique, que foi campeão dos 2.000 metros com obstáculos.

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Por isso mesmo, ainda que seja um sonho bem distante, os dois não se furtam em pensar em projetos mais ambiciosos, como os Jogos Olímpicos. “Se continuar nessa evolução, acredito que posso chegar perto do índice para os Jogos de 2020 (em Tóquio, no Japão), mas posso esperar até 2024 (em Paris) também”, sonha Luiz Maurício, que por trás da timidez e simplicidade mostra muito potencial e dedicação para chegar mais longe na vida do que a distância alcançada pelos seus lançamentos.

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