Salários menores em relação aos adversários, estrutura aquém da ideal e formação de elenco partindo da estaca zero. O cenário que não é novidade ao torcedor carijó para a disputa do Campeonato Mineiro vem sendo esmiuçado pelo novo diretor executivo de futebol do Tupi, Fabinho, aos atletas e seus representantes com a transparência sendo usada como forma de atração e busca por convívio saudável em 2017, base para que os resultados em campo aconteçam.
Ex-volante de importantes equipes do futebol brasileiro como Fluminense, Flamengo e Internacional, onde foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006, Fabinho exerceu a função extra-campo nos cariocas Bonsucesso e Bangu, além do Anápolis (GO) em 2015, quando conquistou vaga na final do Campeonato Goiano. O profissional de 40 anos que deve ser apresentado oficialmente na próxima segunda-feira (19) concedeu entrevista à Tribuna e falou sobre as características de seu trabalho e os desafios para o ano que vem.
Tribuna: O que te atraiu no projeto do Tupi?
Fabinho: Tupi é um clube centenário, de visibilidade muito grande. É um clube que eu considero grande e que vem me dando esta oportunidade para desempenhar o trabalho da melhor forma possível.
– Como estão sendo os primeiros dias à frente do futebol do clube?
– De normalidade. Muito trabalho, correndo para montar uma equipe, porque após essa queda para a Série C quase todos os jogadores saíram e só ficaram alguns da base. Estamos tendo que remontar o elenco, mas seguimos motivados e aproveitando todo o relacionamento que temos no meio para montar um time competitivo.
– É possível priorizar características do elenco diante das dificuldades financeiras do clube?
– Costumo dizer que, com toda essa situação de dificuldades, vamos fazer surgir oportunidades. Todos os jogadores contratados estão sendo bem orientados sobre a estrutura do Tupi e o que envolve o clube, mas estão entendendo bem isso e acreditando muito no projeto.
– O que tem sido primordial na montagem de elenco?
– O primordial é construir um elenco competitivo, o que não se faz com dinheiro apenas, mas com relacionamento, jogadores que queiram buscar a retomada nas carreiras ou procurar um espaço ao sol. Com essa mistura é possível fazer um grupo competitivo. Quero que tenham a cabeça boa, se preocupem em jogar respeitando muito a instituição. Não no sentido da família Scolari (elenco da Seleção Brasileira pentacampeão do mundo em 2002 comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari), por exemplo, porque não vejo dessa forma, mas com um grupo de 25 a 28 jogadores realmente pensando da mesma forma. É desafiador, mas conseguimos chegar na final do Goiano dessa maneira e espero que todos consigam fazer uma boa campanha.
– A comissão técnica ainda pode receber novos profissionais? O Ricardo Leão, por exemplo, será auxiliar e analista de desempenho?
– A princípio, a comissão técnica está formada. O Ricardo chega para ser o auxiliar técnico, mas sabemos que no Tupi todos “têm que fazer mais de uma”.