Dez dias após a visita do ministro do Esporte, George Hilton, a Juiz de Fora, em agenda que oficializou a assinatura de convênio com o Governo federal para a liberação de R$ 12 milhões para a retomada das obras do Ginásio Poliesportivo Municipal Jornalista Antônio Marcos, a Prefeitura já estuda a possibilidade de realizar uma nova licitação para definir a empresa que ficará a cargo dos trabalhos, orçados em R$ 20 milhões. A avaliação foi admitida pelo próprio prefeito Bruno Siqueira (PMDB), em entrevista à Tribuna.
“Com as novas informações que tivemos na semana passada do Governo federal, definimos a necessidade de fazer uma nova licitação. Como a licitação anterior é de 2010, teremos que ter reajustes de valores. Quem teria que arcar com os custos dos itens reajustados seria a Prefeitura. Isso traria custos estimados em R$ 5 milhões para o Município, valor que, inclusive, não temos. Se fizermos uma nova licitação, os custos da obra serão atualizados como um todo e poderão ser custeados pelo convênio assinado no início do mês”, explicou o prefeito.
Ainda segundo Bruno Siqueira, a avaliação da atual administração é de que uma nova concorrência significaria uma redução de gastos do Município de R$ 5 milhões para R$ 1,2 milhão. A intenção de realizar uma nova concorrência já foi, inclusive, comunicada ao Governo federal. “Os órgãos do Governo que fazem essa parte burocrática já foram comunicados e concordaram com nossa manifestação. Em função disso, vamos encaminhar para a Caixa a nova planilha para ser aprovada antes da realização da nova licitação”, considera Bruno.
O chefe do Executivo, entretanto, evitou falar em prazo para a entrega da obra. Iniciada há dez anos e com um histórico marcado por paralisações e atrasos, a conclusão do ginásio sempre foi vista como problemática pela atual administração, que nunca escondeu que os trabalhos só recomeçariam com o aporte de recursos externos, o que, de fato, deve acontecer. “Nunca falei em entrega da obra. Sempre disse que era uma obra de um ano e meio”, declarou o prefeito, dando sinais de que não mantém expectativas de concluir o aparelho ainda na atual gestão. Além dos R$ 12 milhões assegurados pelo Ministério do Esporte, outros R$ 5 milhões já estão disponíveis em conta da Caixa Econômica Federal, cabendo à Prefeitura a contrapartida de R$ 3 milhões.
Empreiteira não deve se opor a opção da Prefeitura
No final de setembro de 2010, a Ribeiro Alvim Engenharia Ltda. foi a vencedora da concorrência 6/2010, que definiu a empresa responsável por mais uma das tentativas de execução das obras do ginásio poliesportivo. À época, o custo de R$ 7 milhões inicialmente previsto para o aparelho foi revisado e chegou a R$ 15.246.084,60. As intervenções chegaram a ser reiniciadas em junho de 2011, mas em novembro do ano seguinte os trabalhos voltaram a ser paralisados.
Por conta das discrepâncias entre o valor licitado em 2010 e a nova estimativa de custo para a conclusão do aparelho esportivo, a Prefeitura não acredita que a Ribeiro Alvim criará empecilhos para a realização da nova licitação. Ontem à noite, a Tribuna manteve contato telefônico com a direção da empreiteira, que afirmou não ter interesse em contrapor a opção da PJF por uma nova contenda pública para definir quem ficará a cargo dos trabalhos. O comando da empresa disse ainda que irá avaliar se há interesse em participar da nova concorrência.
Há dez anos no papel, a concepção original do ginásio prevê um equipamento esportivo com 6.920 metros quadrados de área construída e capacidade para 5.500 espectadores, com estrutura para receber eventos internacionais. Além da quadra poliesportiva, a previsão é de destinação de espaços multiuso para cursos de formação e aperfeiçoamento, vestiários com acessibilidade, sala de musculação e de descanso para os atletas, e praça de alimentação.