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São Bernardo representa JF no Brasileiro Feminino de Fut7

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Equipe do São Bernardo comemora o título da Copa PJF Bahamas de Futebol Amador (Foto: Divulgação)

Juiz de Fora volta a receber, a partir da próxima quinta-feira (20), o Brasileiro de Futebol 7 no Centro de Futebol Zico (CFZ/JF). Além da disputa masculina, da qual o Flamengo é o atual campeão, a partir da sexta (21) terá início o nacional feminino da modalidade, novidade neste ano, com partidas até o domingo (23). Entre as participantes, uma equipe certamente receberá atenção especial dos juiz-foranos: o São Bernardo, agremiação do bairro homônimo, que representa a cidade.

Com projeto iniciado em 2001, exclusivamente no masculino e sob responsabilidade do fundador e técnico Renato Neder, o Renatinho, os resultados apareceram inicialmente em quadra. Nomes como o de Léo Santana e Ramon Pavão, expoentes da região no futsal, passaram pelo São Bernardo. E a partir de 2014, com o auxílio da atleta Geovana Croce, o time subiu de patamar.

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“Quando eu conheci o dono e professor do São Bernardo, que hoje é meu marido, eu treinava em outra equipe. Comecei a jogar com 15 anos, mas eu era muito crua, não sabia nada antes de conhecer o Renato, e juntos resolvemos fundar o feminino em 2014. A partir disso ele me ajudou a evoluir e, com muita dedicação e treinamento, cheguei no nível atual”, conta a empresária e atleta, hoje com 21 anos.

Desde então, a ascensão foi regular e os troféus também chegaram no naipe feminino, que já possui equipes sub-13, sub-15, sub-17 e adulta com jogadoras de cidades como Bicas, São João Nepomuceno, Goianá, Coronel Pacheco e Piau. “É um projeto social, que tem uma escolinha também, ajudamos muitas crianças com tênis, roupas, tudo. Tentamos ajudar ao máximo com arrecadação dos pais também. No feminino passamos a ter um time competitivo, forte e melhor estruturado com o tempo. Resolvemos, no ano passado, colocá-las na Copa Bahamas e conquistamos o título, inédito, muito importante e que nos deu um carimbo para disputar esse Brasileiro de Fut7”, relata Renatinho.

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Entrosamento

O título na Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador 2018 veio com uma equipe que já atua junto há quatro temporadas. O título rendeu o convite ao projeto para a participação no Brasileiro, comemorado pela equipe, como conta Geovana. “Estamos colhendo os frutos de muito trabalho e entrosamento de atletas que são fiéis à equipe e não saíram daqui. Foi uma grande notícia quando ficamos sabendo que iríamos participar desta competição, acredito que o nível das equipes deve ser bem alto. Vou dar a vida como sempre fiz dentro de campo e, na minha cabeça, se não conseguirmos bons resultados, com certeza vamos adquirir uma grande experiência.”

Para a disputa, Renatinho conta que não realizou uma seletiva com o intuito de valorizar as atuais integrantes do projeto. “Temos uma escolinha de futsal feminino e as meninas da equipe, que é fechada. Temos divisões de base e, nesse Brasileiro, por exemplo, vamos subir três meninas do sub-17 para a equipe adulta.”

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Mais que o resultado em campo, Geovana, que atua tanto como volante quanto na lateral, entende a oportunidade como uma mostra da evolução do esporte na cidade. “Nos últimos anos o futebol e o futsal feminino têm crescido bastante em Juiz de Fora. A própria Copa Bahamas tem recebido cada vez mais times. Esse ano tivemos cerca de 20 equipes”, reitera.

Do desafio entre homens até a artilharia e faixa de capitã

Carol é goleira e capitã do time (Foto: Arquivo Pessoal)

A luta pela valorização do futebol feminino faz parte do crescimento esportivo tanto de Stephany Pinto da Silva, 22 anos, quanto de Maria Carolina Pereira, 20. Natural de Paraíba do Sul (RJ), a goleira Carol amadureceu a partir de cada obstáculo encontrado.

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“Comecei a jogar com 12 anos na minha cidade, com um time masculino, porque não tinha muitas chances de feminino. Disputei diversos campeonatos pela categoria masculina no sub-13, sub-15 e sub-17. Nos três ganhei títulos de menos vazada, tanto em campo, quanto em quadra. Daí me lesionei e parei por um tempo. Quando voltei, foi treinando com as meninas. Comecei a investir, procurar o futebol feminino. Fui para Três Rios (RJ), e em 2017 veio o convite do Renatinho para atuar pelo São Bernardo após indicação de duas amigas que jogam comigo. A partir disso minha vida mudou completamente”, relembra.

Caminho parecido foi o de Stephany, de Três Rios. “Minha relação com futebol vem desde que me entendo por gente. Meu pai foi jogador profissional, acho que herdei isso dele. Onde tem futebol, eu vou. Cresci jogando ‘pelada’ com meninos, até mesmo quando eu tinha 7 anos e entrei em escolinhas, era só eu de menina. Quando comecei os treinos, sofri muita rejeição e até mesmo uma certa exclusão por parte dos meninos, mas isso foi temporário. Viram que eu podia jogar como eles, até melhor que alguns. Depois de muita insistência, consegui o meu lugar”, conta a atleta, desde 2016 na equipe juiz-forana.

‘Me joguei’

Hoje, Carol é a capitã da equipe, enquanto a atacante Stephany é a artilheira. “Pelas poucas chances que o futebol feminino tem, já não estava esquentando mais tanto a cabeça. Mas quando surgiu essa oportunidade em Juiz de Fora, me joguei”, afirma Carol. “E tenho procurado dar o meu melhor. Porque o São Bernardo não é só um time para mim. Aprendi a amar cada pessoa ali, é como uma família, e tenho o prazer de sair da minha casa e ir para Juiz de Fora fazer o que mais amo em um lugar que me sinto muito à vontade. Queremos levar esse clube para um nível ainda maior auxiliando o Renatinho, referência e o maior incentivador e responsável pelo crescimento da equipe.”

Outro ponto comum é a esperança de que o Brasileiro possa abrir mais portas para toda a equipe e mulheres no esporte, como relata Stephany. “Com certeza o Brasileiro trará mais visibilidade para o futebol feminino, e espero que gere mais apoio, sustentabilidade na administração. Assim mais mulheres irão surgir com interesse no futebol, fazendo com que se renove cada vez mais o ciclo do futebol feminino.”

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