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Após três propostas, juiz-forana de 15 anos acerta com clube de Portugal

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Victoria Ribeiro. Você, apaixonada ou apaixonado por futebol, pode ainda não conhecer este nome. Afinal, trata-se de uma esportista de apenas 15 anos de idade e que inicia uma trajetória com a bola no pé. Mas é questão de tempo. Ao menos se depender da jovem e obstinada atleta, que tem dado um largo passo em busca de um dos seus maiores sonhos: tornar-se uma jogadora profissional.

A juiz-forana, amante do esporte mais popular do mundo, despertou o interesse de três equipes portuguesas nesta temporada. “Tive proposta do Famalicão, de Valadares e do Boavista, mas estou no aguardo das estruturas abrirem pra poder visitar os clubes”, havia contado à Tribuna nesta semana, já no país do Sul europeu. Victoria estava impossibilitada de fazer suas avaliações porque Portugal vive em lockdown há dois meses, o que deverá mudar a partir desta segunda-feira (15), após anúncio do Governo de um plano gradual para a retomada das atividades paralisadas em função do agravamento nos casos de Covid-19.

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Ainda assim, no último sábado (13), a jovem revelou à reportagem já conhecer seu destino: o Famalicão, clube da cidade de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga.

Victoria conta que a ideia de atuar fora do país partiu de uma visita familiar. “Tenho uma tia que mora aqui (em Portugal), e, a princípio, eu iria só visitá-la durante alguns meses. Mas surgiu a ideia de mandar vídeos meus jogando futebol para alguns clubes e então me chamaram”, explica.

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Victoria já se destacava individualmente por onde passava em Juiz de Fora (Foto: Arquivo pessoal)

‘Se meu sonho se realizar, vou poder inspirar outras meninas’

De família do Bairro Estrela Sul, Zona Sul de Juiz de Fora, Victoria conta que o sentimento pelo futebol é nato. Com início no Centro de Futebol Zico (CFZ/JF) e no Colégio dos Jesuítas, onde estudava até o começo da pandemia, ela passou a mesclar, gradualmente, a relação com o futebol das atividades lúdicas às competições e ambições.

“Minha primeira escolinha de futebol foi a do Zico, mas sempre joguei pelo Jesuítas. Fiquei no Zico em grande parte da minha vida, e no final de 2019 ganhei destaque no Intercolegial de futebol 7, indo para o São Bernardo. Em paralelo, no mês de setembro do ano passado, comecei a treinar com a RS Personal Soccer, que ajudou muito no meu condicionamento. Atuei tanto no futsal como no campo”, relata Victoria.

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Como a maioria absoluta das meninas que começam no futebol, seus primeiros dribles foram em garotos. “Quando entrei no Zico, eu era muito pequena e, na época, não havia equipe feminina. Então treinava com os meninos mesmo. Mas com o passar dos anos, mais meninas foram entrando e atualmente eles têm uma equipe somente feminina”, explica a jovem, que, com a evolução, obteve mais oportunidades no São Bernardo, uma das referências no futsal da cidade. “Lá comecei a treinar com meninas e meninos do sub-15, sub-17, além das meninas do time principal, de acordo com meu nível. Inclusive tive o prazer de ser escalada em diversos jogos do adulto” destaca.

Mesmo ainda em seus primeiros desafios esportivos, Victoria mostra maturidade ao idealizar seu futuro nas quatro linhas. “O meu sonho, desde pequena, é ser jogadora de futebol profissional e fico muito feliz que estou no caminho certo para poder realizá-lo. E acho que, se meu sonho se realizar, vou poder inspirar não só meninas de JF, como do Brasil inteiro, de correrem atrás do sonho delas.”

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Victoria ao lado da mãe, Tatiana, grande incentivadora de sua paixão pelo esporte (Foto: Arquivo pessoal)

‘Ela encarou tudo sozinha’

“Vivi nasceu com a bola no pé! Sempre foi atração para todos ao redor. De influência familiar ela tem o primo, que é jogador profissional, e a avó, por amar o esporte”, conta a orgulhosa mãe de Victoria, Tatiana Magalhães Ribeiro, uma das principais incentivadoras da filha.

“Desde pequena ela falava que queria ser jogadora de futebol quando crescesse e sempre a apoiei. Começou a jogar no meio dos meninos e, dali em diante, mesmo com todo o preconceito, diferentemente de hoje, teve o apoio dos pais (Tatiana e Adelzon Barbosa) e da família”, assegura.

A nova fase na vida de Victoria não é apenas uma oportunidade de mudança de patamar no aprendizado como aspirante à jogadora profissional. A chance de defender uma equipe no futebol europeu afetou positivamente seus familiares no aspecto emocional diante do cenário sanitário juiz-forano e mundial, como conta Tatiana.

“Até hoje sou só emoção, desde a notícia que ela teria sido convidada por vários clubes em Portugal. Aconteceu através da minha irmã, Daniela, e veio em um momento muito importante, onde todos estavam recolhidos diante da pandemia de Covid-19. Foi um novo gás pra todos nós”, reforça.

Tatiana se divide entre a torcida e o aperto no coração pela saudade, já que a filha tem morado na casa dos tios à espera da liberação dos centros de treinamento para a visitação. Mas certamente o orgulho não cabe no peito. “Ela encarou tudo sozinha, com o apoio dos tios, e meu coração é só alegria e agradecimento por ver uma filha, tão nova e talentosa, realizando um sonho.”

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