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Juiz-foranos trazem três medalhas do Pan-americano de Caratê-Dô

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Uma experiência intensa de quase dez dias que certamente não sairá da memória dos juiz-foranos Carolina Zampa e Fernando Macêdo. No último fim de semana, a dupla disputou o Pan-americano de Caratê-Dô Tradicional, em Curitiba (PR) e subiu no pódio três vezes. Carol foi vice-campeã de kata individual e a terceira colocada no kogo/kumitê, enquanto Fernando levou a medalha de bronze por equipes no kumitê pelo torneio da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional. Mas não é somente pelas conquistas que este período será inesquecível para os dois. Desde a chegada da dupla no Paraná já houve uma dose do impacto que viveriam.

Carolina Zampa e Fernando Macêdo vão ao pódio após mais de uma semana de preparação regrada e quase sem comunicação externa (Foto: Arquivo pessoal)

“Ficamos concentrados mesmo. Chegamos um pouco mais tarde do que o combinado no sábado (3) porque nosso voo era mais tarde. Mandamos mensagens avisando e pedindo informações de como chegar ao local em Curitiba, mas ninguém respondia. Demos um jeito porque eu tinha o endereço e, quando chegamos, disseram que não tinham respondido porque estavam sem celular, porque foram confiscados e só ligaram para a família avisando que ficariam sem comunicação, mas que liberariam o telefone em algum momento do dia. Na hora eu pensei que não sabia como ficaria sem celular. A maioria quis ir embora no começo. Tínhamos que acordar às 5h30, íamos para o tatame e tomávamos o café às 7h30. Treinávamos de 8h30 às 11h30 ou 12h, dependendo do dia, e tínhamos o intervalo de almoço. Voltávamos aos treinos às 15h30, até 17h30, com jantar às 19h30 e, depois, tínhamos reunião, alguma dinâmica, orientações. Às 22h tínhamos que estar dormindo”, relembra Carol.

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A vontade de voltar para Juiz de Fora passou pela cabeça dos dois, como conta Fernando. “Toda a experiência foi bem interessante, da preparação ao campeonato. Estamos acostumados com os métodos da JKA (Associação Japonesa de Caratê) e desta vez ficamos bem concentrados, não podíamos nem usar o celular, sair em Curitiba, nem conhecemos a cidade! Para falar a verdade, em um primeiro momento, de tão firme que era nos deu até vontade de voltar para casa. Mas como temos um espírito de atleta aprendemos, superamos, adicionamos muitas coisas novas para o nosso dia a dia de treinos. A experiência pré-campeonato foi excelente, como carateca e como pessoa”, ressalta.

A tensão inicial, contudo, passou. E os frutos foram colhidos. “Conhecemos muitas pessoas, no jantar todos conversavam, contavam experiências não só do caratê, mas de vida também. Um colega nosso lá mesmo disse que isso só aconteceu provavelmente porque não tínhamos os celulares. Ficamos muito mais unidos, ouvimos histórias, brincávamos de outras coisas, interagíamos e no final tudo isso ajudou muito. Passamos por muitas coisas e cheguei na competição com uma sensação de ter feito tudo para estar ali e de ter evoluído, crescido.”

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A competição

O sucesso da dupla na competição ocorreu mesmo com punições ao longo da trajetória. “Na luta fui desclassificada porque tomei uma punição. Achei injusta, mas temos que aceitar. No caratê, se acertar o pescoço, você toma punição, mas eu acertei a clavícula. Só que a outra atleta disse que foi no pescoço e acabei eliminada. Mas no restante fiquei muito satisfeita, consegui a prata no kata e evolui muito! No último Pan eu tinha ficado entre as 16 melhores e, dessa vez, por pouco não consegui o ouro. E competi o kogo/kumitê pela primeira vez, com o terceiro lugar. Aprendi muitas coisas”, relata Carol. No kogo/kumitê, o carateca tem três chances de ataque e dez segundos para o movimento, sem fintas ou ameaças.

Fernando acabou eliminado nas equipes também por uma decisão dos árbitros. “O campeonato foi muito legal, o Brasil sobrou, ganhou quase todas as categorias. No individual fiquei nas quartas de final, se passasse mais uma conseguiria o pódio. Acabei em sexto. E só perdemos a semifinal por equipes por uma punição que levamos em que nosso atleta fez um golpe na costela e acabou machucando o adversário, aí a gente não pode mais lutar. Estávamos muito bem, era para levar o título. E o kata acabou que não fiz, apenas o kumitê. E mais que uma medalha, levo uma experiência muito enriquecedora para a minha vida.”

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