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O futebol brasileiro, de Coudet a Abel

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Não sei por que ainda me surpreendo com o que acontece no comando dos times do nosso país, seja o técnico, administrativo, consultivo, financeiro, diretivo ou o que mais preferir citar. Assim tem sido, nesta semana, no noticiário esportivo nacional.

E não falo de Rogério Ceni. O Flamengo, na minha visão, fez ótima escolha. O ex-goleiro, apesar de seu vai e vem do Nordeste, fez do Fortaleza um dos times mais organizados em campo nesta Série A. O Leão do Pici só está no meio da tabela por conta do trabalho de Ceni, obviamente mesclado ao comprometimento dos atletas, que sabem exatamente quais suas funções em campo, bem como as limitações. Mas a rápida definição rubro-negra foi também certeira e, se o técnico obtiver o foco dos novos comandados, mais títulos virão. Afinal, os bastidores já o prejudicaram no Cruzeiro e podem fazer o mesmo no Ninho.

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Mas volto ao ponto central da coluna: a qualidade de gestão no futebol brasileiro pode ser resumida no noticiário do líder da Série A. O adeus de Eduardo Coudet do Internacional não é unilateral, como o presidente Marcelo Medeiros fez questão de reforçar. Ao trazer um técnico que quer, acima de tudo, crescer e vencer – como Jorge Sampaoli, no Atlético-MG, você precisa colocar todas as variáveis na planilha. E é óbvio que o elenco colorado é enxuto para suportar nosso calendário em alto nível.

Coudet fez mais do que o esperado em rendimento no Inter – com exceção das performances nos Grenais, muito sentidas, naturalmente, pelos torcedores. No entanto, o argentino já vinha em desgaste regular com a cúpula. Um profissional com seus predicados não assina contrato sem a segurança de que terá um respaldo no fortalecimento do grupo.

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Mas o tiro no pé da diretoria o Inter vem na subsequente substituição. O que Abel Braga fez nos últimos seis anos (desde sua sexta e última passagem pelo time sulista) para justificar a proposta de comandar o atual líder do Brasileirão? “Mas ele é um dos maiores vencedores da história colorada, vide Libertadores e Mundial de 2006.” Estamos em 2007? Só recordar os trabalhos dele no Cruzeiro, Flamengo e Vasco.

O ponto é: sair de Coudet para trazer Abel Braga só chancela a falta de conhecimento de futebol, de ideias de jogo e do próprio elenco. Torço para o sucesso de Abel, que tem sofrido nos últimos anos, por mais contraditório que possa parecer depois desta opinião. Mas o experiente e vitorioso comandante, por tantos problemas pessoais e profissionais que viveu, parece, há anos, ter virado a página de treinador de futebol de elite. Página esta, que os gestores dos nossos clubes abusam em desconhecer.

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