O Tupi já tem atletas apalavrados para a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro, com início da pré-temporada programado para 29 de março, e primeiro jogo em 27 de abril, mas mantém a cautela na divulgação dos primeiros escolhidos a defender o alvinegro na temporada. Ainda assim, o gerente de Futebol carijó, Cloves Santos, respondeu a perguntas sobre nomes ventilados em Santa Terezinha durante participação no programa Papo de Craque, da Rádio Transamérica JF, no início da tarde de sexta-feira (11), e afirmou priorizar uma base de 16 jogadores que não são enquadrados como apostas para atuar no estadual.
“Devemos trabalhar com 16 atletas que consideramos testados e aprovados, que tenham experiência e currículo no profissional já consolidado, e dez atletas que seriam esse misto com apostas, mais o sub-20”, conta o diretor, “Meus times normalmente têm uma idade maior. Até porque só acredito em trazer jogadores pra venda quanto o time tem as categorias de base montadas. O Tupi precisa estar no Módulo I, disputar os nacionais pra, então, pensar nisso. Deve ser um time com idade média de 26, 27 anos”, complementa.
Ainda sobre a formação do elenco, Cloves afirma que tem aguardado o término de estaduais. “Porque se a gente conseguir pegar quatro jogadores de determinados clubes em atividade, facilita o entrosamento pelo atraso (no planejamento). Priorizamos isso. De 15 a 26 (de março) vamos pegar jogadores que não estão em atividade, pra ter o ganho técnico e físico, porque poderemos mandar jogos às 11h do domingo, e do dia 29 até 8 de abril, trazer atletas que estão em estaduais e venham agregar. Tem alguns jogadores contratados, uma base. Estamos mexendo na espinha dorsal, que seria o goleiro, meias, atacantes e laterais. Estamos caminhando nisso. O planejamento é montar um time base, que seria essa estrutura, e depois complementar.”
Inicialmente, há preferência em atletas do “Rio e de São Paulo.” Não tem muito mistério. O time do Audax me interessa muito, do Nova Iguaçu, alguns atletas da Portuguesa, do Boavista também. Alguns jogadores de Minas, que estão disputando o Módulo I. E homens de confiança que precisamos ter.”
Nome midiático
Questionado sobre a possibilidade de trazer algum atleta que atraia os olhares da mídia, de torcedores e parceiros, Cloves afirma que pode acontecer, mas por mais motivos. “Desde que tenha um rendimento que vá agregar. Não vou trazer só para marketing, não é meu estilo. Questão até do Athletic. Gosto muito do Ricardo Oliveira, mas só para marketing não interessa. Interessa se ele conseguir jogar e der um rendimento que vá ajudar o clube. Se for só pra dar notícia no jornal, não me atrai. A gente precisa subir, precisa de jogador esteja em atividade, que tenha sangue nos olhos, de fazer diferente”, destaca. “Eu não gosto de trabalhar com essa questão de camisa 10 e faixa. Nos meus trabalhos, a gente sempre tem um grupo de cinco ou seis atletas que eram referências, lideranças positivas. Estou tentando trabalhar esses jogadores que são de extrema confiança para que o vestiário seja vencedor e que minimize os problemas que o Tupi viveu nos últimos anos.”
Villar, Hiroshi e mais
A ideia do clube ainda é a de trazer, também, atletas identificados com o preto e branco juiz-forano e com o torcedor. Cloves rechaçou a possibilidade de atletas como o zagueiro Sidimar e o lateral-esquerdo Bruno Ré, dupla que esteve na campanha de acesso do Galo à Série B em 2015. A Tribuna apurou, ainda, que o clube chegou a sondar o volante Rafael Jataí, mas as conversas não teriam avançado até o momento. “Muito improvável”, relatou Cloves, objetivo.
No entanto, nomes como o do goleiro Vilar, que jogou no Tupi em 2017 e 2019, e do meia Hiroshi, que vestiu a camisa carijó em 2016, ambos com 36 anos, agradam o diretor, que não negou as chances de negociação. “O Hiroshi tem possibilidades. Tecnicamente é um dos melhores jogadores que passaram pelo Tupi. Em 2016 fez um excelente Mineiro, mas é complicado de mercado. (…) E gosto muito do profissional Vilar, da postura. Me enche muito os olhos, está no futebol goiano, é um jogador que identifica, que traz a torcida. Mas não significa que seja o suficiente pra contratá-lo.”
Questionado se ainda valeria a pena trazer nomes que passaram pelo clube há pelo menos seis temporadas, o diretor minimizou. “Não perdemos contato, interesse e parte tática. Primeira coisa é saber qual o modelo de jogo, quais as propostas do Tupi? E as variações? É tudo discutido com a comissão, o Ademir. Dentro disso, começamos a encaixar os jogadores. É o modelo de jogo que define a contratação. Não é questão de idade, mas de modelo de jogo. A gente pensa em um time com posse de bola e agressivo, com uma transição rápida. Vai precisar de extremos rápidos e de qualificação técnica para manter a posse. O Módulo II é difícil se o adversário se impor. Se você conseguir ter a posse de bola, impõe plano. Então os extremos têm que ser rápidos, os laterais precisam de vigor físico, e os demais podem ser mais técnicos.”
O Tupi estreia no Módulo II em visita ao Ipatinga no dia 27 de abril, no Ipatingão.