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Família de Marcelo Augusto e ex-goleiro Gonçalves realizam iniciativas por doações

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Desde sempre, o sonho do zagueiro juiz-forano Marcelo Augusto, ex-Flamengo e Chapecoense, foi também o do pai, Paulo Manoel da Silva, e de sua família. E assim segue para Paulo, esposa e filhas, mais de três anos após a tragédia aérea do voo da equipe catarinense, que teve o defensor como uma das 71 vítimas fatais. Marcelo, antes e durante sua carreira de jogador de futebol profissional, sempre estabeleceu como meta ajudar pessoas mais carentes, sobretudo da Zona Norte de Juiz de Fora, onde passou a infância.

Em meio à pandemia de coronavírus no mundo, Paulo, que também criou, ainda em 2017, o Instituto Marcelo Augusto 13 para homenagear seu filho através de atividades esportivas e assistência social, leva o objetivo do zagueiro para frente no Bairro Jardim Natal. “Faço doações de quentinhas para moradores de rua que conheço, próximos da minha casa mesmo”, conta Paulo, que, inclusive, realiza um registro das pessoas que também são assistidas com roupas, papeis higiênicos e sapatos.

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“Sair distribuindo acho complicado, mas vamos olhando, faço um cadastro de quem estamos ajudando para dar uma assistência melhor. A cada dia vem uma quantidade, sete a dez pessoas em média. Faz umas três semanas que tenho os recebido. Tenho muito cuidado, temos que prestar muita atenção. Se eu dou uma roupa boa, alguns podem vender para comprar drogas, infelizmente. Por isso fizemos um cadastro para essas pessoas que conheço das ruas do meu bairro”, explica Paulo.

Paulo (centro) entre duas das dezenas de pessoas assistidas pela sua família nesta quarentena (Foto: Arquivo pessoal)

A ideia da família surgiu para aproveitar toda a comida feita na Cantina Marcelo Augusto 13, como relata o pai do ex-atleta. “Faço entregas de marmitas e sobra um pouco de comida. Jogar fora fica chato, ainda mais pelo momento que estamos todos passando, são tantas dificuldades. E também não entregamos marmita com a comida considerada velha para nossos clientes, por isso aproveitamos o que sobrou no dia pra fazer um mexidão, por exemplo, e dar para as pessoas mais carentes do bairro. Enquanto estou entregando as quentinhas aos clientes, passo por moradores de rua no caminho e marco com eles de irem lá receber a comida em certo horário.”

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Desta forma, é possível dar sequência ao objetivo principal do Instituto que homenageia o juiz-forano. “Como está tudo paralisado no esporte, também estamos parados com a escolinha de futebol e outras atividades que gostaríamos de fazer. Com isso, estamos trabalhando mais com a assistência social. Porque não temos ajuda, trabalhamos apenas com as nossas mãos. Os próprios fregueses vão ajudando. Estamos montando um salão de cabeleireiro aqui em casa, por exemplo, e se a pessoa é cliente, terá desconto, benefícios. E vamos fazendo parceiras para aumentar as doações”, conta Paulo.

Certo é que a família de Marcelo não deixará de ajudar o próximo, como desejo do eterno zagueiro camisa 13 da Zona Norte. “Essa é a nossa visão, ajudar como o Marcelo queria. Estou dando continuidade. Olho o que tenho aqui em casa que pode ser doado. E enquanto tiver a cantina, vamos seguir com essas doações. Vem o frio aí e já falei com a minha esposa de que podemos fazer sopa”, reitera Paulo, lembrando que a cantina também está aberta a receber ajuda para manter e aumentar as doações pelos números (32) 99987-3586 e (32) 3221-0750.

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Gonçalves leiloa camisas da dupla Tu-Tu

O preparador de goleiros do Tupynambás e ex-arqueiro do Tupi, Gonçalves, iniciou, nessa semana, outra iniciativa para ajudar pessoas que passam dificuldades durante esta pandemia de Covid-19. O profissional anunciou em suas redes sociais um leilão solidário de quatro camisas que utilizou em duas temporadas diferentes pelos clubes profissionais de futebol em Juiz de Fora.

“São três camisas do Tupi, todas de 2018, da conquista do Campeonato Mineiro do Interior. Elas têm uma representatividade forte para mim porque foi o último ano que joguei profissionalmente e a última conquista do clube também. Foram as últimas que guardei também, porque costumo dar para familiares, conhecidos que pedem sempre. E tem uma do Tupynambás, do ano passado. Ela também é muito importante para mim porque foi o clube que abriu as portas para que eu desse continuidade no futebol, agora como preparador. É o clube que está me projetando para desenvolver meu trabalho com os goleiros”, explica Gonçalves à Tribuna.

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Ele já definiu quais são os lances mínimos, definidos em números de cestas básicas vendidas em supermercados, no valor unitário de aproximadamente R$ 50. Gonçalves irá monitorar e atualizar todas as propostas em seu perfil no Instagram, @goleiro_goncalves. “A camisa branca, do Tupynambás, tem como lance mínimo cinco cestas básicas (cerca de R$ 250). A preta e branca do Tupi também. E as outras duas, de goleiro, começam valendo dez cestas básicas (R$ 500 aproximadamente)”, confirma.

O resultado final será divulgado também em sua conta do Instagram, no próximo domingo, dia 17. “Vamos beneficiar a Associação (Beneficente Cristã) Restituir, que já faz um trabalho há muito tempo na cidade com pessoas em vulnerabilidade social, através, por exemplo, das entregas de marmitex. Assistem moradores de rua, idosos e famílias que precisam. Logo, vou estar doando totalmente para essas pessoas.”

Gonçalves pensou nesta ação após uma união de moradores de seu condomínio. “Diante de tudo o que temos vivido, creio que todos estão passando por momentos de dificuldade e, dentro disso tudo, muitas famílias perderam seus empregos. Começou onde moro, no Bairro Grama. Muita gente precisando, pessoas desempregadas, crianças necessitadas. Alguns moradores daqui se uniram e começaram a buscar ajuda, alimentos. Eles estão doando e estamos podendo ajudar algumas famílias aqui do bairro”, contextualiza o ex-goleiro, que irá se desvincular de algumas das últimas peças que possui da época de atleta.

“A procura por ajuda tem aumentado a cada dia e isso está me incomodando muito, porque é o momento da gente olhar mais para o próximo e refletir o que podemos fazer. O leilão das camisas foi uma ideia que tive porque sei da paixão das pessoas pelo futebol, então quis juntar ela com a solidariedade, ajudar o próximo. Era o que eu podia fazer, são as únicas que eu tenho de quando jogava, lembranças. Mas é o momento de cada um fazer o que pode dentro das suas possibilidades”, opina.

Os interessados em fortalecer a iniciativa do ex-goleiro podem dar um lance pelo Instagram de Gonçalves (@goleiro_goncalves) ou entrar em contato pelo número (32) 99145-1707.

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