Um grupo de ex-presidentes, vice-presidentes, diretores e atuais sócios do Tupi foi criado no último mês para compor uma chapa de oposição nas eleições presidenciais do Galo. Liderados pelo empresário e ex-mandatário do clube, Walter Corrêa de Souza Filho, o Canário, 61 anos, com participações de sócios como o aeronauta aposentado e torcedor, Eurico Moura, 69, o ex-diretor alvinegro, Cloves Santos, e o servidor público e torcedor do clube, João Batista Nogueira Delvaux, 72, escolhido para encabeçar chapa denominada “Explosão Carijó”, o círculo entrou com ação judicial na 4ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora alegando o descumprimento dos artigos 38, 43 e 45 do estatuto do Tupi após reunião extraordinária realizada no dia 31 de agosto.
Entre as reclamações estão a desobediência de prazos estipulados no documento, como o da publicação do edital de convocação para reunião ordinária com o objetivo de nomear a Comissão de Fiscalização Eleitoral (COFEL). Prevista para ser divulgada em jornais da cidade com quatro dias de antecedência, no mínimo, foi anunciada no dia do encontro (31 de agosto). Na discussão realizada na Sede Social carijó, não houve, de acordo com os críticos, a mostra de “relação dos associados quites com suas obrigações estatutárias”, que podem ou não votar, como define o artigo 38, parágrafo 2º.
Para Canário e os integrantes da oposição, “o processo eleitoral já começa viciado”, sendo, por consequência, contestado judicialmente. O advogado representante que entrou com a liminar, Messias Lott, explicou que “o juiz deixou para apreciar depois que o Tupi oferecesse a resposta da ação. Como o juiz não deu a liminar, a pessoa acha que ele negou a liminar. Ao meu ver, as provas são conclusivas, o juiz que ainda não apreciou conforme requerido na minha petição inicial.”
Em nota, o Tupi realçou que “ainda não foi notificado em relação a ação, da qual tomou conhecimento via assessoria de imprensa do clube após contato da reportagem deste jornal. Assim que receber a notificação, responderá dentro do prazo legal. Cabe ressaltar que o Juiz indeferiu o pedido de cancelamento da reunião extraordinária da última terça-feira, 6, que transcorreu normalmente.”
Paralelamente às ações do grupo, que ainda aguarda a conquista de 60 assinaturas de sócios para oficializar a chapa, com data limite de 18 de setembro, o apoio de Cloves Santos gera discussão em redes sociais. O ex-diretor do Tupi explicou que “a princípio queria participar da chapa, viver isso, mas hoje não tenho mais essa vontade. Se tiver uma pessoa só que seja contrária, não quero participar. Quero um Tupi fechado. Agora é ir para a luta e só queremos que o estatuto do Tupi seja cumprido. Hoje tenho o interesse de atuar como conselheiro, não de ficar em diretoria, como antes. Vejo mais energia neles do que no que eu posso dar hoje. Se o Tupi é um só, que todo mundo dê sua contribuição”, explicou.