No Poço Rico, o elenco do Tupynambás realizou, nesta quarta-feira (9) pela manhã, no Estádio José Paiz Soares, sob orientações de Felipe Surian, atividades táticas e técnicas. A comissão técnica alvirrubra intensificou o trabalho de padrões ofensivos e defensivos junto ao plantel. Além de pedir movimentações específicas na saída de bola e cobrar concentração na construção de jogadas ofensivas, Surian exigiu marcação intensa após a perda da bola. Titulares e reservas enfrentaram-se em atividades de ataque contra defesa em campo reduzido e, ainda, disputaram breve coletivo. Depois da sessão tática, parte dos jogadores treinou finalizações. Apenas o lateral-esquerdo Anderson, 26 anos, ausentou-se do treinamento em razão de uma tendinite na parte posterior da patela – osso que protege a articulação do joelho.
Depois de pouco mais de um mês de pré-temporada e dois jogos-treinos disputados, a base titular do Baeta é, aos poucos, consolidada; como de costume, Surian escalou titulares e reservas em sistemas de jogo iguais. Conforme o treinador, o Tupynambás tem a intenção de trazer ainda entre dois e três jogadores para reforçar o plantel. “Trabalho sempre com as duas equipes para que não haja dificuldades quando houver trocas de peças durante os próprios treinos e, até mesmo, durante as partidas. Os jogadores assimilaram bem. Estão evoluindo neste quesito”, pontuou. Ganharam os coletes de titulares o goleiro Renan Rinaldi; o lateral-direito Paulinho, os zagueiros Adriano e Halisson, e o lateral-esquerdo Lucas Hipólito; meio-campistas Léo Salino, Leandro Salino e Giovani; e atacantes Vanger, Matheus Pimenta e Eraldo, este, a referência. Os jogadores serão novamente testados no próximo sábado (12), às 10h, contra o Volta Redonda (RJ), em Vassouras (RJ). Caso seja liberado pelo departamento médico, Anderson atuará, mas a tendência, conforme Surian, é poupá-lo.
Além de cobrar movimentação e velocidade dos pontas na construção ofensiva, Surian exigiu, ainda, participação defensiva na recomposição pelos lados de campo. “Os pontas, que também gosto de utilizar, além de fazer a função principal, a transição em velocidade para o ataque, precisam, também, ter a percepção de marcação. Trabalhos com estas duas situações.” Embora explore as jogadas de lado de ataque tanto com os pontas como com os laterias, Surian, entretanto, não descarta variações com dois atacantes mais centralizados, como Eraldo e Ademilson, por exemplo. “O Ademilson se movimenta mais. Apesar de ser centroavante, consegue jogar na posição de segundo atacante. Faço variações. Depende do adversário, da formatação em que o adversário está atuando e, também, do que a partida em si está pedindo.”
Pequenas mudanças
Em relação ao elenco apresentado em 3 de dezembro, três atletas deixaram Poço Rico: os meias Filipinho, 22 anos, e Victor Emiliano, 20, e o atacante Richard Tank, 22. Ao passo que Filipinho foi liberado, Emiliano retornou ao América a pedido do clube da capital, uma vez que estava emprestado. Já Richard Tank disputará o Módulo II do Campeonato Mineiro pelo América de Teófilo Otoni. “Filipinho, Emiliano e Richard estavam no grupo, tinham a sua importância, mas não eram atletas que, a princípio, seriam os nossos titulares. Faz parte do planejamento, do trabalho. Sabíamos que perderíamos alguns atletas, mas 90% da equipe apresentada está conosco”, explicou Surian.
De volta a Juiz de Fora
O centroavante Eraldo, 36, retorna a Juiz de Fora após mais de uma década. Ele, defenderá, no Campeonato Mineiro, as fileiras do Baeta e, não, do Carijó, como ocorrera em 2008. Segundo Eraldo, o clássico entre Tupynambás e Tupi, a ser disputado em 23 de janeiro, na segunda rodada do estadual, dará muito aos torcedores locais e à própria cidade de Juiz de Fora.
“Em todo lugar, um clássico local cria uma expectativa, chama a atenção. As décadas sem a disputa do clássico no Campeonato Mineiro vão ser um atrativo maior ainda. Por ter jogado aqui, sei que o povo de Juiz de Fora vive muito o futebol carioca. Então, o clássico pode atrair maior atenção dos torcedores locais. Quem vai ganhar muito com isso é a própria cidade de Juiz de Fora.” À época, assim como agora, dividiu o vestiário com o centroavante Ademilson, 44, amizade que dura desde então. “Para mim, é uma satisfação muito grande ver um cara com as suas qualidades, aos 44 anos, se dedicar, se empenhar. O Ademilson não está aqui só para fazer números, o que me chama ainda mais a atenção. Até conversando sobre isso, há alguns dias, descobrimos que é o segundo jogador mais velho em atividade no futebol brasileiro; só perde para o Túlio Maravilha [49 anos]. Eu, aos 36 anos, próximo de completar 37, vejo-o como um espelho, em razão de onde passou e por tudo o que passou.”
“Por ter jogado aqui, sei que o povo de Juiz de Fora vive muito o futebol carioca. Então, o clássico pode atrair maior atenção dos torcedores locais. Quem vai ganhar muito com isso é a própria cidade de Juiz de Fora”
Conhecido também de Eraldo é Felipe Surian. Embora seja a primeira oportunidade em que é comandado pelo técnico, disputou vários jogos contra Surian. Perguntado sobre as funções exigidas pelo treinador da posição de centroavante, Eraldo destacou a sua participação na construção de jogadas de ataque. “Surian usa muito o centroavante. Muitas jogadas de beirada, por exemplo. Ele usa essa referência. Há muitos treinadores que não trabalham em cima disso. Surian exige o trabalho de pivô na entrada da área, jogadas laterais com os atacantes de beirada etc. Então, chega muita bola [ao centroavante] no sistema de jogo dele. Para mim, que jogo nessa função, é muito bom.”