Com a confirmação de que o Campeonato Estadual irá voltar no dia 26 de julho, após reunião entre a Federação Mineira de Futebol (FMF) e os 12 clubes participantes do Módulo I nesta terça-feira (7), o Tupynambás voltou a expor sua desaprovação ao modelo escolhido pela maioria dos times, alegando avaliar o retorno como “impossível” em menos de três semanas.
“Acho que a Federação pecou desde o início porque o campeonato foi encerrado no dia 15 de março e a primeira reunião oficial que fizeram foi hoje e para falar que volta em 18 dias. Não tem cabimento. O Tupynambás esta com portões fechados, não tem cozinha, fisioterapia, patrocinador, nada. Voltar em 18 dias é impossível”, enfatiza o vice-presidente de Futebol do clube, Cláudio Dias, à Tribuna.
Conforme o diretor, o dinheiro destinado ao Estadual foi gasto no pagamento de contrato dos atletas até o encerramento dos vínculos após o início da quarentena e a paralisação do torneio. A discordância, como Cláudio destacou, nada tem a ver, ainda, com a última colocação do clube, mas sim com características como a desigualdade técnica que será encontrada, por exemplo. “O Tupynambás não está rebaixado. Gastamos o dinheiro e agora precisamos gastar mais para contratar. E (o Mineiro) não terá mais o grau de competitividade. Patrocinense e URT disseram que vão jogar com times sub-20. Cruzeiro, América, Tombense e Atlético estão treinando há dois meses. A competição estará completamente desnivelada. Acho a proposta absurda. O Tupynambás falou que não tem como treinar, e a FMF disse que arruma um campo fora. Mas quem paga? Não há condição.”
Cláudio reitera, ainda, que “se montar um elenco em dez dias, a partir de amanhã, terá sete para treinar.” A insatisfação será registrada em ofício encaminhado ainda nesta quarta para a FMF. “Vou, primeiro, questionar quem é responsável pelo atleta que se lesionar. Não é que o Tupynambás não queira voltar, mas da forma que estão propondo, não dá. E vamos questionar quem paga as contas se o atleta for contaminado. Temos o compromisso com a CLT. Pegamos o Tupynambás sem uma certidão negativa, parcelamos tudo e hoje o clube está com todas. Mas se acontece alguma coisa, o atleta entra na Justiça.”
Em caso de novo feedback negativo da FMF, Cláudio estuda outras medidas. “Não descarto uma equipe de base, mas vamos entrar na Justiça, se for necessário. É uma pandemia, calamidade pública municipal, estadual e federal. O maior erro da Federação foi não ter encerrado em março.”
SEL espera Secretaria de Saúde
A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) nesta terça, solicitando um posicionamento sobre a possibilidade da cidade receber uma partida do Estadual. A pasta afirmou que “aguarda parecer da equipe técnica da Secretaria de Saúde sobre o assunto, que exige coerência e responsabilidade social.”