Uma das principais críticas do torcedor do Tupi no Campeonato Mineiro, além da qualidade técnica do elenco, é o rendimento físico dos atletas durante os 90 minutos. Desde a primeira rodada, no empate em 1 a 1 com o Tombense em Juiz de Fora, a queda de ritmo do Alvinegro na segunda etapa é perceptível e questionada nas arquibancadas. Prova disso é que o Carijó contratou, apenas nesta temporada, o quarto preparador físico. Após Tiago Melsert, Rodrigo Dias e Talles Warol, o profissional Jonas Neves é o novo responsável pela área.
Lanterna do Estadual com apenas 4 pontos em oito rodadas, o Tupi já sofreu 14 gols, sendo nove (64%) no segundo tempo. Destes nove, sete foram no último quarto de jogo, ou seja, após a metade da etapa final.
Segundo Jonas, as críticas ao condicionamento dos atletas chegaram rapidamente até ele em Santa Terezinha. Contudo, o diagnóstico inicial do preparador dá conta de que o desgaste excessivo dos jogadores ocorre também por estratégias táticas da equipe na competição.
“Cheguei ouvindo muitas coisas sobre a parte física dos atletas, que não estavam bem preparados. Mas o cenário não é bem assim. Muitos estão bem preparados, mas sentimos que não é só a parte física. De repente a parte tática não estava ajudando esses atletas que tinham que se doar em demasia, e isso acabava fazendo com que eles não resistissem até o final do jogo. Mas vim com alguns trabalhos que acredito que podem ajudar nesse curto prazo para essa evolução deles, para que consigam chegar até o fim das partidas da maneira de jogar que o Beto quer”, analisa Jonas.
A proposta da nova comissão técnica, na teoria, objetiva a construção ofensiva baseada na posse de bola, como afirmou Jonas. Uma escolha, na avaliação do preparador físico, que diminui o desgaste dos atletas. “Em um primeiro momento, o que podemos afirmar é que a gente vai conseguir ficar com a bola no pé, algo que o Tupi não vinha conseguindo e um dos motivos que faziam os atletas ficarem em sobrecarga o tempo todo.”
Amigo pessoal dos novos consultor de futebol, André Luiz, e treinador alvinegro, Beto, Jonas, 36 anos, é natural de São João del-Rei e também fica no clube, a princípio, até o fim do Estadual. Nos últimos anos, ele realizou a preparação física particular de jogadores da Série A e até da Seleção Brasileira. Pelo pequeno período que tem à frente do clube na competição, a ideia é ter paciência no desenvolvimento físico. “Estamos lapidando devagar porque temos três jogos muito complicados e não adianta querer resolver tudo agora. Viemos devagar, colocando uma coisa ou outra no trabalho que sentimos necessidade, e, se Deus quiser, vamos conseguir evoluir física e taticamente esse time nos três jogos que faltam”, analisa.
Vitinho também deixa o Tupi
A chegada dos novos profissionais no departamento de futebol também tem significado saídas de atletas. Após nove dispensas confirmadas pelo clube na última semana, foi a vez do meia-atacante Vitor Ruas, o Vitinho, deixar o clube. O jogador chegou no Tupi ainda em 2018 e se tornou um dos destaques da equipe na campanha do título mineiro do interior. Em maio da temporada passada, no entanto, ele sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito durante treino, e se recupera desde então. A assessoria carijó confirmou à Tribuna que o atleta pediu para deixar o time, solicitação aceita pela agremiação.
Curiosamente, Vitinho foi anunciado pelo Ipatinga para a disputa do Módulo II do Mineiro, agora comandado pelo técnico Gérson Evaristo e pelo diretor Nicanor Pires, ambos ex-Tupi.
O Tupi segue com treinamentos nesta semana de olho em novo duelo decisivo do Mineiro, desta vez diante do Boa Esporte, em Varginha, às 17h do domingo (10).