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Diante das críticas de Diniz, a imprensa não deveria fazer sua mea-culpa?

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Não sei a pandemia tem me deixado mais ranzinza ou se a dificuldade de trabalho enfrentada pelos meus colegas de profissão – com limitações para acompanhar treinos, gravar entrevistas e ter um contato mais direto com clubes a atletas -, associada a uma ansiedade dos torcedores, que perderam a oportunidade daquelas tradicionais resenhas nas mesas de bares, nos cafezinhos de trabalho, no churrasco etc. agravaram uma situação quem muito me incomoda já há algum tempo: a momentaneidade nas análises esportivas.

Após golear o Flamengo em pleno Maracanã, no domingo, Fernando Diniz, tão criticado à frente do comando do São Paulo, cutucou novamente a imprensa ao dizer que, em muitos casos, somente o resultado final é levado em consideração. Com razão.

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Em apenas 19 rodadas de Brasileirão, em um cenário atípico em função da pandemia de Covid-19, já vimos de tudo um pouco, como: Atlético de Sampaoli cotado como favorito absoluto no início do campeonato com uma vitória logo de cara diante do Rubro-Negro carioca no Rio para agora ser chamado de cavalo paraguaio; “ramonismo” no Vasco com a boa sequência do técnico Ramon Menezes, que, com os tropeços acabou demitido prematuramente em São Januário; a ascensão meteórica do goleiro Hugo, ora quarto goleiro da equipe de Domènec Torrent, ora já considerado provável titular da seleção. Dentre vários outros exemplos presos ao calor do momento.

Por parte do torcedor, essa relação passional até é justificável. No entanto, meus colegas que me perdoem, mas Diniz e Torrent, que também fez uma crítica similar ao ser contestado após uma série de invencibilidade, acertaram o calcanhar de Aquiles da nossa categoria.

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E não só ao futebol essa cultura, que não é só da imprensa – é preciso pontuar também -, prejudica. Em Olimpíadas, por exemplo, só o ouro interessa aos brasileiros. Prata, bronze ou uma colocação de destaque não agradam aqueles que pouco ou nada entendem da modalidade em questão. Da mesma forma como ocorre no vôlei, na Fórmula 1, no MMA, nas corridas de rua… E por que não também por aqui em JF.

“Em seis dias, aquilo que era bom deixa de ser bom”, desabafou o técnico são-paulino ao se referir à eliminação na Libertadores e ao resultado no Maracanã. Ou seja, entre o inferno e o céu em menos de uma semana.
Algo que incomoda Diniz e a mim também. E que me deixa muito ranzinza.

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