Como antecipado pela Tribuna na última terça-feira (1º), Roberval Davino é o novo técnico do Tupi, confirmado nesta quarta pelo clube. O treinador está em Maceió (AL) e é esperado em Juiz de Fora no próximo dia 8, quando o clube também pretende reiniciar os treinamentos no Salles Oliveira, em Santa Terezinha, pensando no retorno do Módulo II do Campeonato Mineiro, agendado para 10 de outubro. De extenso currículo no Brasil, o experiente profissional de 66 anos terá pela frente seu primeiro trabalho em Minas Gerais. Ele conversou com exclusividade com a reportagem, contou como prefere que sua equipe atue e afirmou que o Carijó deve pensar no acesso, mas com cautela, pela atual situação na tabela.
Sobre a decisão do desafio inédito em sua carreira, Roberval conta que a relação com Adil, diretor de futebol do Galo, foi importante no processo. “Tenho alguns amigos, como o Adil, que foi meu jogador. Ele tinha já um grande nome e trabalhou comigo em clubes como o Araçatuba (SP) e a Juventus (SP), enquanto, na época, eu estava começando como treinador. Foi um momento importante. Agora, a minha experiência pode ajudar, então é um retorno de amizade. E tem o Adão (empresário), amigo de muito tempo meu e do Adil. Eu nunca tinha trabalhado em Minas, tive a oportunidade de ir para o América, cheguei a ser consultado, mas não deu naquele momento. Mas passei por todo o Brasil e ainda por três anos no Japão”, destaca, lembrando, em seguida, que já encarou o Carijó.
“Cheguei a enfrentar o Tupi algumas vezes como treinador pelo Mirassol e pelo CSA, por exemplo. Lembro que joguei em 1997 (pela quarta fase da Série C, duelo contra o CSA) e perdemos a ida de 1 a 0 e, em casa, estávamos ganhando de 1 a 0, mas no último lance sofremos o empate em uma falha do meu goleiro que fez a gente perder a classificação”, recorda.
‘Outro patamar’
Adil, aliás, não mediu elogios ao novo comandante alvinegro. “O Roberval foi meu treinador duas vezes e, por incrível que pareça, não foi oferecido ao clube por mim, pelos custos. O presidente (Juninho) veio me perguntar e eu disse que o Roberval está em outro patamar, dispensa comentários. Tem muitos acessos, é profundo conhecedor do futebol paulista, possui uma série de coisas que me atrai. Pena que o espaço de tempo é muito curto”, relatou o diretor do Galo.
Objetivos parcelados
Nono colocado com 6 pontos, a dois de distância para a zona de rebaixamento, e a quatro do grupo de clubes que avançam ao quadrangular final, o Tupi ainda possui três partidas em casa e duas fora na retomada do Módulo II. Questionado sobre as metas para a sequência, Roberval expôs um pouco de sua experiência ao tratar com cautela a possibilidade de acesso.
“Primeiro tenho que checar o que vou encontrar. O objetivo do acesso existe, mas não estar tão bem colocado na tabela faz com que, nesse início, a expectativa seja de fugir (da zona) e depois buscar a classificação. Se ela vier, vamos atrás do lucro, que pode ser subir. Sei que existirão dificuldades, mas, dentro das possibilidades, buscaremos o melhor.”
Neste processo, Roberval tentará organizar uma equipe que ocupe o campo ofensivo com a bola – o que pode ocorrer, inclusive, nos dois primeiros jogos, inicialmente previstos para ocorrerem em Juiz de Fora. Ainda assim, o cuidado nas palavras prossegue. “Normalmente a minha maneira de jogar é de muita posse de bola, de propor o jogo. Inclusive trabalhei assim por quatro anos seguidos em São Paulo. Mas você precisa de condições para colocar em prática. Primeiro tenho que ver o grupo, quem volta (da paralisação). Só o Gueguel (atacante do Tupi) trabalhou comigo. Vou buscar alternativas dentro da minha característica. No mínimo faremos uma mescla da minha metodologia de jogo com os atletas do clube e aqueles que puderem chegar”, antecipa.