O empresário Ronald de Carvalho, proprietário da Metalúrgica Valença Indústria e Comércio Ltda, do Grupo MBP (Metalúrgica Barra do Piraí S/A), empresa que venceu licitação das obras do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos, o Ginásio Municipal, em agosto de 2016, foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal em Barra do Piraí (RJ), no Sul Fluminense, na sede da firma.
Segundo o “Diário do Vale”, Ronald é suspeito de ter recebido propina no fornecimento de contêineres para a instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
O ex-secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, citou Ronald num depoimento ao juiz Marcelo Brêtas, em março deste ano. De acordo com o relato, Ronald era conhecido do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, de Piraí, cidade da qual o emedebista foi prefeito. Ele teria sido indicado por Pezão, então vice de Sérgio Cabral no Governo fluminense, para o fornecimento do material. A licitação foi direcionada no início do primeiro mandato de Cabral. Até então, o empresário não tinha contratos com o poder público.
No que tange o Ginásio Municipal, o Grupo MBP desistiu das obras em 2017 e deu lugar à segunda colocada, o Consórcio Conata Infracon. À época, a metalúrgica respondeu questionamento da Tribuna e justificou a decisão com a afirmação de que “o fluxo de caixa contratual, extremamente desfavorável, não permitiria à MBP realizar o contrato, em virtude da crise econômica que afeta quase todas as empresas do país. A MBP propôs uma transição legal e suave para a segunda colocada, de forma a não prejudicar o andamento da obra”.
A retomada só ocorreu, contudo, em maio deste ano. Segundo último balanço da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), as obras estão em fase final, com 80% da estrutura em concreto concluída, além de alvenaria e arquibancada apoiada finalizadas. A construção do palco poliesportivo juiz-forano foi iniciada em novembro de 2006, com histórico repleto de paralisações ao longo de mais de uma década.