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Como ficará o futebol feminino pós-coronavírus?

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Zagueira Wendie Renard, da França, foi uma das estrelas do mundial passado (Foto: Fifa)

Há um ano, entre junho e julho, pela primeira vez, uma Copa do Mundo de futebol feminino ganhava destaque considerável na mídia esportiva. De forma inédita, os jogos da seleção brasileira foram transmitidos pela Rede Globo, maior emissora de TV aberta do país, o que levava a crer em um divisor de águas da modalidade no Brasil. Naquela oitava edição de campeonato mundial, cerca de 1,1 bilhão de pessoas no mundo acompanharam aos jogos. Mesmo ainda em uma comparação desproporcional em relação ao naipe masculino, aqueles 30 dias de competições na França despertaram a atenção para o esporte feminino e, também, para algumas boas discussões sobre o empoderamento das mulheres além do futebol.

Com a pandemia do coronavírus, que assola todo o esporte mundial, no entanto, esse crescimento da modalidade – ainda muito acanhado aqui no Brasil – pode acabar sendo tristemente afetado. Se clubes, da série A até a D, mostram-se preocupados com a situação e com o que a pausa de mais de três meses vem causando nos cofres das agremiações, equiparar homens e mulheres na mesma balança tenderá a ser mais difícil ainda. Futebol feminino e olímpico, infelizmente, acabarão indo para o fim da fila em termos de replanejamento financeiro.

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Se entre os homens percebe-se que alguns times voltarão bastante enfraquecidos em termos de elenco, no naipe feminino – que já vive tal situação há tempos – o abismo entre uma equipe e outra poderá colocar por terra toda a tentativa de fortalecimento dos campeonatos. O que esperar também em termos de salários, estruturas de treinamento, logística para competições e planejamento de carreira das atletas? Certamente, os três, quatro ou cinco meses de inatividade acabarão sendo sentidos por muito mais tempo.

Antes cotado para assumir a Copa do Mundo de 2023, o Brasil, alegando falta de garantias e de investimentos do governo, acabou abrindo mão da disputa. Anteriormente também obrigatória, a manutenção de equipes femininas entre os clubes que disputam a Libertadores masculina está suspensa pela Conmebol.

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E assim, aquela edição histórica na França, nesta onda nostálgica, vai ficando na lembrança. Mas com uma preocupação muito grande quanto ao que virá pela frente.

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