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Nadador Gabriel Araújo busca vaga na Paralimpíada de Tóquio a partir desta quinta

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Gabriel Araújo, 19 anos, pode confirmar, nos próximos dias, vagas em até três provas da Paralimpíada de Tóquio, programada para ocorrer entre 24 de agosto e 5 de setembro de 2021, logo após os Jogos Olímpicos. O atleta do Clube Bom Pastor finaliza sua preparação para a Seletiva do maior evento esportivo do mundo no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP), na companhia do treinador Fábio Antunes, e cai oficialmente na água a partir desta quinta-feira (3).

O atleta, natural de Santa Luzia (MG), que morava em Corinto (MG), mas passou a residir em Juiz de Fora nos últimos anos pensando em Tóquio 2020, buscará o índice nas provas de 50m costas, nesta quinta, de 100m costas, sexta, e nos 200m livre, encerrando sua participação no sábado. “Estou muito tranquilo e bastante focado. Treinei muito forte e tenho total apoio e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, onde andamos sempre alinhados para matar a saudade de competir e cravar essa tão esperada vaga”, destaca Gabriel à Tribuna.

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Para especialistas, Gabriel é uma das esperanças de medalha do Brasil na Paralimpíada e vaga é questão de tempo (Foto: Jessica Pereira/Assessoria Clube Bom Pastor)

A confiança também é refletida nos últimos resultados do jovem cinco vezes medalhista dos Jogos Pan-Americanos de 2019. Em novembro do ano passado, Gabriel, portador de focomelia, uma síndrome congênita caracterizada pela má formação de braços e pernas, realizou uma simulação em tomada de tempo no próprio CT do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e registrou, não oficialmente, duas marcas abaixo do índice A para Tóquio, nos 50m costas e nos 200m livre.

Ainda assim, conforme o técnico Fábio Antunes, não há prioridade entre as três chances de vaga do nadador. “Estruturamos um programa de treinamento para ele nadar forte nas três provas. Não estamos criando expectativas, montamos um programa de treino com metas audaciosas e estamos controlando diversas variáveis, juntamente com toda a equipe multidisciplinar que o acompanhou durante toda essa preparação para atingir tais objetivos”, garante o coach.

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Mesmo com o adiamento dos Jogos e as dificuldades potencializadas em função das restrições pela pandemia, que proibiram, por muito tempo, o uso da piscina nos treinos, por exemplo, a vontade de Gabriel em registrar um novo resultado histórico ao esporte local só aumenta. “A meta é ser melhor a cada dia e viver intensamente essa oportunidade de estar disputando uma seletiva. Minha pretensão é nadar em busca dos objetivos traçados e, enfim, poder viver esse sonho de representar as cores do Clube Bom Pastor e a bandeira do Brasil na Paralimpíada de Tóquio. Espero muito trazer bons números e encher de orgulho toda a Juiz de Fora, a minha cidade natal e o país. Agradeço muito o carinho e a torcida de todos, essa força é fundamental.”

Gabriel conquistou, aos 17 anos, cinco medalhas no Pan de Lima, no Peru, em 2019 (Foto: Jessica Pereira/Assessoria Clube Bom Pastor)

Preparação, segurança e companhia de lendas

Em treinamentos na semana que antecedeu a seletiva, Gabriel vive diferentes experiências. No foco principal, houve os últimos ajustes, como contou o treinador Fábio. “Nesta reta final, entramos em uma fase do treinamento onde diminuímos o volume e mantivemos a intensidade. Um ponto foi adaptar na piscina longa. Treinamos na curta (25m) e a competição é na longa (50m). Agora é manter a rotina e aguardar a seletiva e o resultado positivo.”

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Todos os movimentos são monitorados dentro e fora da piscina, por conta da obediência a um rígido protocolo de segurança contra a Covid-19. “Tivemos que realizar os testes antes de viajar, assistir palestras explicativas e de conscientização e só podemos deixar os quartos para os treinos da piscina e academia. Recebemos os cardápios com antecedência, fazemos nossas escolhas e a alimentação só pode ser realizada dentro dos quartos. Estamos literalmente confinados. E é claro que o uso de máscaras, álcool em gel e o distanciamento são obrigatórios. As escalas de treino foram disponibilizadas com antecedência com redução do número de atletas por horário. Tudo bem planejado para manter total segurança”, assegura Fábio.

E todo o processo ainda é dividido com ídolos, nomes já marcados na história do esporte paralímpico mundial, como Daniel Dias, maior medalhista do Brasil na competição, com 24 pódios. Um espelho e, agora, amigo de Gabriel. “É uma experiência única, estou muito feliz e grato por estar participando da seletiva e brevemente estar sendo convocado para Tóquio. Imagine só, um dia estou assistindo uma fera como o Daniel Dias pela TV e hoje posso vê-lo e dividir a piscina com ele. É extremamente prazeroso. É a realização de um sonho poder ter um ídolo, conhecê-lo e ainda virar amigo dele! Muita satisfação.”

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