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Casal vai de JF a Salvador… de bike!

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Allan e Rilza percorreram trechos de asfalto e estradas de terra na cicloviagem durante a Copa. Nas fotos abaixo, cliques que eles mesmos fizeram do celular e compartilharam nas redes sociais para deixar amigos e parentes informados sobre a aventura (Foto: Arquivo pessoal)

“Uma experiência magnífica”. Assim os namorados ciclistas Allan Willian e Rilza Rocha resumiram os mais de 1.600km vivenciados sobre duas rodas em cicloviagem que durou 13 dias com saída em Juiz de Fora (MG), no dia 28 de junho, até Bom Despacho (BA) e, depois, ida a Salvador de balsa. Tudo isso durante a Copa do Mundo no roteiro considerado um plano B.

“Tínhamos planejado de viajar para o Chile, mas um casal não pode ir conosco, e o tempo ficou muito curto. Como tínhamos a vontade de sair em um pedal longo, minha namorada deu a ideia de viajarmos até Salvador. Foram mais de 1.600km girados em 13 dias. A viagem terminou em Bom Despacho (BA), onde pegamos um ferry boat (balsa) para Salvador”, conta o recepcionista Allan, 50 anos.

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Sempre de bike, a dupla passou por municípios e distritos brasileiros (ver quadro) como Patrocínio do Muriaé (MG), Mimoso do Sul (ES), Guarapari (ES), Ibiraçu (ES), São Mateus (ES), Itabatã (BA), Prado (BA), Itabela (BA), São João do Paraíso (BA), Una (BA), Serra Grande (BA), Valença (BA) e Bom Despacho (BA). Aliás, uma situação nas vias percorridas surpreendeu o casal.

“As pessoas nos falavam mal dos caminhoneiros, mas fiquei impressionada com a educação deles no trânsito com os ciclistas. Principalmente dos caminhões cegonha, que carregavam eucaliptos, por exemplo. Mesmo com todo o tamanho, mudavam de pista para se distanciarem de nós, ao contrário dos carros de passeio, que passavam grudados na gente. Tiro o chapéu para os carreteiros e caminhoneiros, nos 13 dias não teve um caminhão que foi para cima da gente”, conta a militar Rilza, 37 anos.

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A ciclista conta que passou algumas dificuldades durante a viagem, superadas pela força de vontade e conhecimento. “Teve um dia que choveu, que foi muito complicado, porque pedalamos mais de 100km quase todos os dias. É muito puxado. Eu já passei mal por esforço, mas como eu fazia aula com um personal, tinha um nutricionista, me alimentei bem e melhorei. A gente comia uva passas, paçoca, bananada, gel de carboidrato de ação rápida, além de beber muita água e leite, que tem uma hidratação maior que água de coco”, conta Rilza, que carregou consigo um segredo que a deu forças diante das adversidades.

“Vi pobreza, mas fiz muitos amigos, então a necessidade da gente se doar e poder ajudar o próximo sem querer nada em troca me tocou nesses dias. Tem pessoas que faziam coisas para a gente só por quererem ajudar, com um coração enorme. Me surpreendi. Ajudou porque fiquei distante da família, da minha menina de 8 anos. Mas sou uma pessoa muito decidida. Tinha que terminar a qualquer custo até porque fiz uma promessa, pois minha mãe estava doente.”

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Clima de Copa e descontos em pousadas

Enquanto milhões de brasileiros assistiam a Seleção na Copa da Rússia, lá estavam Allan e Rilza pedalando. O clima de Copa ajudou a decorar fotos da dupla, com bandeiras do Brasil, por exemplo, e também a apaziguar o movimento nas vias. “Por conta da Copa do Mundo, a estrada estava um pouco mais parada. Então parávamos no posto, na polícia e perguntávamos quanto estavam os jogos. Acabou que no jogo em que o Brasil foi eliminado estávamos chegando em uma cidade e recebemos a notícia da derrota, o que foi bem triste”, conta Allan.

Cada experiência, contudo, valeu a pena. A cicloviagem rendeu até descontos em pousadas para o casal. Recuperado da aventura, o atleta local não vê a hora de repetir a dose. “A cada hora você para em um lugar. Nos receberam em pousadas de forma maravilhosa e quando você fala que é cicloviajante, ganha descontos muito generosos! A pousada mais cara em que ficamos foi de diária a R$ 90 com café da manhã. Foi uma experiência magnífica! Estou doido para fazer outra”, diz Allan.

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Foto: Arquivo pessoal
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