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13º salário vai injetar mais de R$ 330 milhões em Juiz de Fora

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O pagamento do 13º salário deve injetar, pelo menos, R$ 334 milhões na economia juiz-forana. O valor estimado considera o número de trabalhadores formais até outubro de 2017 (143.857) e o salário médio praticado na cidade (R$ 2.324,55), conforme o cruzamento de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O prazo para o pagamento da primeira parcela para trabalhadores celetistas, que são regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), termina nesta quinta-feira (30). A segunda parcela deverá ser paga até 20 de dezembro.

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As datas para a liberação da gratificação de servidores municipais e estaduais ainda não foram definidas pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e pelo Governo de Minas Gerais, respectivamente. Já o funcionalismo federal receberá a segunda parcela junto ao vencimento de dezembro, entre os dias 1º e 2 de dezembro (ver quadro). Para os aposentados e pensionistas do INSS, a primeira parcela do 13º salário foi antecipada nos meses de agosto e setembro. Na última sexta-feira (24), teve início o pagamento da segunda parcela, que seguirá até o dia 7 de dezembro. O número de beneficiários em Juiz de Fora e o valor estimado que será recebido por eles não foram informados pela assessoria do INSS. Em todo o Estado de Minas Gerais, são mais de 3,4 milhões de segurados que recebem um montante acima de R$ 2,2 bilhões com a gratificação natalina, conforme dados da Previdência Social.

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Num cenário de economia ainda instável, o uso do 13º salário pode determinar a situação financeira em que as pessoas irão iniciar 2018. Pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que 85% dos brasileiros pretendem utilizar o benefício para quitar dívidas, enquanto 5% irão fazer as compras de Natal, e apenas 4% desejam poupar para se programar para as despesas extras de início de ano, como IPTU e IPVA. “Com o maior endividamento das famílias, a maior parte das pessoas prefere pagar dívidas, o que reduz o volume de recursos que sobram para aplicações financeiras”, avalia o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Para especialistas, o comportamento revelado na pesquisa está correto, pois a prioridade deve ser o pagamento de dívidas em aberto. “Nós temos 30% dos brasileiros inadimplentes, pessoas que se endividaram e não estão conseguindo pagar. Nesta situação, o primeiro passo para quem recebe o benefício é quitar os débitos. É muito importante tentar renegociar os valores com as empresas credoras para que as novas parcelas caibam dentro do orçamento. Se não for assim, a situação vira uma bola de neve”, orienta a economista e professora da UFJF, Fernanda Finotti Perobelli. O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinado Domingos, destaca a importância de conhecer a real situação financeira. “É importante analisar todas as dívidas e saber o total a ser pago, os juros e os prazos. É importante reunir todas as informações possíveis para poder renegociar, lembrando que o ideal é que as parcelas não comprometam mais do que 30% do orçamento familiar mensal.”

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A Tribuna esteve nas ruas e conversou com os juiz-foranos. Parte dos trabalhadores ainda não decidiu como usar o recurso, mas muitos mostraram preocupação em poupar para garantir uma segurança financeira, já que ainda não há expectativa de crescimento econômico, e o país vive alta do desemprego.

Consumo deve ser consciente

Para quem não possui dívidas, usar o 13º salário para as compras de Natal pode ser uma alternativa. “Mas isto deve ser feito de forma muito consciente. É muito preocupante ver num país que está começando a colocar o nariz para fora da crise, filas de consumidores em lojas como ocorreu na Black Friday”, analisa a economista e professora da UFJF, Fernanda Finotti Perobelli. “O consumo é bom para a economia, mas quando ele ocorre de forma frequente. Se as pessoas compram, pagam uma ou duas prestações e depois ficam inadimplentes sem poder comprar não é bom.”

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Ela orienta os consumidores que optarem por fazer compras de Natal não fugir do orçamento. “É importante comprar de acordo com as possibilidades de cada um. Se eu posso pagar R$ 30 em um presente e escolho o de R$ 200, eu crio um problema financeiro.” O presidente da Abefin, Reinaldo Domingos, também faz um alerta às pessoas que não estão devendo, mas também não poupam. “É sempre bom começar a poupar. Um passo em falso pode levá-los ao endividamento e até a inadimplência, uma vez que não possuem reserva financeira para se apoiar.”

Despesas extras
Fernanda destaca, ainda, as despesas extras que irão chegar. “Quem não está devendo pode se programar para pagar lista de material escolar, matrícula, IPTU e IPVA. Com o dinheiro na mão é possível conseguir os descontos.” Ela diz que percentuais de 5% a 10% são considerados uma excelente economia.

Os especialistas garantem que começar um planejamento a partir de agora pode trazer mais segurança para a vida financeira em 2018. “Quem possui uma reserva pode realizar sonhos com tranquilidade, seja o desejo do presente de Natal, de uma viagem, compra de um carro ou casa. Tudo é questão de se planejar”, afirma Reinaldo. Ele garante que, em tempo de crise econômica, “além de possível, é necessário poupar”.

Feirão Limpa nome termina nesta quinta

Os consumidores interessados em renegociar dívidas terão a oportunidade de fazê-lo pela internet até esta quinta-feira (30). Este é o último dia do Feirão Limpa Nome, iniciativa da Serasa Experian, que começou no dia 6 de novembro. Até o momento, mais de 915 mil brasileiros conseguiram renegociar os débitos, número 90% superior em comparação ao registrado em 2016. “O recorde de negociações deixa claro que o consumidor está encontrando boas ofertas para limpar o seu nome, começando assim a organizar a sua vida financeira”, analisa o diretor de estratégia da Serasa Experian, Raphael Salmi.

Para participar, o consumidor deve acessar o site www.feiraolimpanome.com.br. Banco Itaú, Bradesco, Claro, Casas Bahia, Net, Santander e Vivo são algumas das empresas participantes da ação, que contempla os segmentos de bancos e financeiras, telefonia, varejo, recuperadoras de crédito, dentre os outros. O site do Feirão já recebeu mais de quatro milhões de visitas.

“O consumidor deve aproveitar a oportunidade da nova edição do Feirão Limpa Nome para limpar o nome, renegociando com condições de pagamento que caibam em seu bolso para sair da inadimplência”, diz Salmi. “Este ano, decidimos por realizar o feirão 100% on-line, para ampliar a oportunidade e ajudar o maior número de consumidores em todo o Brasil. Estamos na época de recebimento do 13º salário, e quem possui benefício, é recomendável que priorize o pagamento da dívida com este recurso”.

Perfil
Levantamento feito pela Serasa Experian e divulgado pela assessoria mostrou que, “com a crise dos últimos anos, grande parte da população teve perda ou diminuição de renda. Isso, sem dúvida, teve um impacto na inadimplência do país, que esse ano bateu recorde, chegando a 61 milhões de pessoas. Até o momento, 60% das pessoas que renegociaram suas dívidas têm renda individual presumida de até R$ 1 mil reais por mês, e 19% ganham até R$ 1.500.”

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