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Motoboys anunciam paralisação da categoria para a próxima sexta-feira

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Os motoentregadores de Juiz de Fora anunciaram, para a próxima sexta-feira (1º), uma paralisação da categoria na cidade. O movimento é organizado pelos mesmos trabalhadores que arquitetaram a manifestação pelas ruas da região central do município na terça-feira (29), reunindo mais de 50 integrantes da categoria. A nova mobilização ocorre em volta das mesmas pautas: a crítica ao preço dos combustíveis, a insatisfação pela situação da pavimentação juiz-forana e a cobrança por melhores tarifas pelo serviço de entrega nas plataformas de delivery.

A paralisação foi revelada à reportagem pelo motoboy Nicolas Souza Santos, que esteve à frente da passeata realizada na terça-feira. Segundo ele, os trabalhadores discutiram nesta quarta-feira (30) a adesão à nova mobilização, que também deve acontecer em outras cidades do país. Santos afirma, ainda, que na sexta-feira não haverá novo ato nas ruas, mas os motociclistas vão se posicionar em frente aos estabelecimentos que comumente fazem entrega e ficarão de braços cruzados. A reportagem questionou o representante da categoria sobre qual seria a expectativa de adesão e quais plataformas serão impactadas, mas ainda não houve resposta.

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Na terça, a manifestação dos motociclistas teve início na Rua Coronel Vidal, no Bairro Mariano Procópio, na Zona Nordeste de Juiz de Fora, e passou por ruas da região central da cidade. Dezenas de motoentregadores fizeram passeata pelo trecho, paralisando o trânsito por alguns minutos em pontos estratégicos, como no mergulhão da Avenida Rio Branco e próximo ao Parque Halfeld.

Registro da manifestação dos motoboys de terça-feira em Juiz de Fora (Foto: Gabriel Silva)

A mobilização acontece nacionalmente e tem como unidade, principalmente, a pauta do aumento dos combustíveis. A explosão no valor do litro da gasolina em Juiz de Fora foi flagrada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em levantamento referente ao dia 20 de março e última sexta-feira (26), quando a gasolina chegou a custar R$ 7,779 na pesquisa realizada pela Agência.

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Por meio de nota encaminhada à reportagem na segunda-feira, o iFood – principal plataforma de delivery do município, segundo os próprios motoentregadores -, afirmou que respeita o direito de manifestação. A plataforma relatou ainda que mantém o compromisso de diálogo aberto com os entregadores para buscar melhorias e oportunidades para os profissionais como também para todo o ecossistema. A empresa ainda salientou que aumentou a taxa mínima das entregas de R$ 5,31 para R$ 6; e o valor do quilômetro rodado de R$ 1 para R$ 1,50, valores que foram considerados insuficientes pelos entregadores.

Sindicato prevê prejuízos em mais da metade do comércio

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora (SHRBSJF), Rogério Barros, avalia que a paralisação pode trazer um grande prejuízo para o setor, que vem se recuperando da recessão econômica causada pela pandemia. “Principalmente por ser uma paralisação próxima ao fim de semana, dia no qual os pedidos para entrega aumentam bastante. […] Os estabelecimentos vão ter que procurar outras alternativas, como serviços que realizam entregas de carro e não de moto, mas isso pode render custos extras para o bar ou restaurante.”

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Ainda de acordo com Rogério, cerca de 70% dos estabelecimentos da cidade fazem uso de motoentregadores terceirizados. “Geralmente o restaurante tem um ou dois entregadores fixos, mas dependendo da demanda precisa chamar os que estão à disposição por aplicativo”. Com isso, ele prevê que mais da metade do comércio sairá prejudicada com a paralisação do serviço de entrega. “Nossa expectativa é que essa situação se resolva o mais rápido possível, para que nenhum dos lados saia mais prejudicado.”

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