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Milhares de pessoas buscam emprego no 1º mutirão de empregabilidade de JF

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Fila “abraçou” o Parque Halfeld na manhã deste sábado (Foto: Fernando Priamo)

Uma extensa fila de esperança. De tão grande, abraçava todo Parque Halfeld, o coração da cidade. Mas era no coração daqueles milhares de juiz-foranos, que a esperança abraçava o desejo de um emprego, com a possibilidade de melhora de vida. O primeiro mutirão de empregabilidade de Juiz de Fora, o “GerAÇÃO JF – Emprego, Renda e Negócios”, realizado neste sábado (28), fez muita gente sair da cama cedo, com o propósito de entregar um currículo em busca de uma vaga de trabalho. De acordo com informações da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), pelo menos 800 oportunidades disponibilizadas por cerca de 20 empresas estariam à disposição dos interessados, além do cadastro de reserva.

Teve gente que nem esperou o dia amanhecer, Jocemar Edson Amaral da Silva, o primeiro da longa fila, chegou no local à meia-noite de sexta-feira (27). Desempregado há quatro 4 anos, ele tinha pressa e força de vontade para conseguir uma vaga. “Estou há muito tempo sem ter a carteira assinada. Quero ter minha vida de volta ao normal, para conseguir dar um futuro melhor aos meus filhos”, disse, ressaltando que está com a esperança muito grande. “Eu espero que tenha mais eventos assim, para poder ajudar a população, porque tem muita gente desempregada precisando de oportunidade”.

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Mayara Campos Ferreira, de 21 anos, moradora do Bairro Francisco Bernardino, estava na fila preenchendo seu currículo para ser entregue. Ela contou que chegou ao Parque Halfeld às 7h e estava ansiosa para realizar o seu cadastro. A jovem, que está no 2º do ensino médio e é mãe de uma menina de 2 anos, está sem emprego há um mês e espera conseguir uma vaga para ajudar a família. “O desemprego está grande, mas minha esperança está de pé para conseguir um serviço.”

Moradora do Bairro Jardim Natal, Larissa Franciele, de 19, já tinha realizado o cadastro quando foi abordada pela reportagem. Ela contou que também chegou ao local às 7h, mas estava feliz depois de quatro horas de espera. “Estou há um ano e pouco tentando arrumar emprego e está muito difícil porque, na maioria das oportunidades, eles pedem experiência”, disse a jovem, que já se formou no ensino médio. “Para quem nunca trabalhou é muito difícil conseguir a primeira vaga e estou com muita esperança e fé para conseguir. Eu já sou casada e moro na casa da minha mãe. A vida está difícil, e as coisas só vão apertando. Está tudo caro: comida, gás, internet. Quero ter meu dinheiro para ajudar em casa”, afirmou.

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Luiz Carlos Ferreira, de 56, morador de Benfica, também já tinha conseguido fazer o seu cadastro. Ele contou que estava feliz e cheio de esperança para conseguir um emprego. “Eu sou solteiro, moro com meus irmãos e quero poder ajudar nas despesas de casa, por isso estou correndo atrás”. Segundo ele, está sem trabalhar desde 2017, quando teve um problema de saúde e precisou se afastar do trabalho. “Quando retornei, a firma me mandou embora. Depois, apareceu a pandemia, e as coisas só foram se complicando. Mas considero que a gente precisa sempre pensar positivo, para sempre ir para a frente”.

A esperança citada por todos os entrevistados era a mesma das tantas outras pessoas que aguardavam a vez na fila. Segundo a PJF, a expectativa era de que cerca de seis mil pessoas entregassem seus currículos até as 17h, quando o mutirão estava previsto para terminar.

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Conexão entre empresa e desempregado

Secretário Ignácio Delgado e prefeita Margarida Salomão estiveram no local e conversaram com a Tribuna (Foto: Fernando Priamo)

A prefeita Margarida Salomão (PT) compareceu ao evento e ressaltou a importância dele que, além das oportunidades de emprego, ofereceu capacitação, orientações e informações para quem deseja gerar renda, seja por meio do mercado de trabalho formal, empreendedorismo ou autogestão e organização coletiva do trabalho.

“É muito bom que em um momento em que haja tanta angústia das pessoas por falta de trabalho, que nós consigamos reverter isso, fazendo essa mediação com vagas em empresas novas, que estão chegando, como é o caso da Ardagh, e ainda com empresas tradicionais da cidade, o que é um grande avanço”.

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O secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade, Ignácio Delgado, destacou que o mutirão tem o propósito de fazer o encontro entre empresas que estão oferecendo vagas e aqueles que estão buscando uma oportunidade.

“Temos um problema mais amplo que gera o desemprego, que é o baixo crescimento econômico e ausência de projeto de desenvolvimento do país. Mas há também muito desconhecimento dos lados envolvidos, ou seja, da oportunidade que existe e de quem procura a vaga que é oferecida. Então, nós queremos fazer esse encontro”, enfatizou.

Ele explicou que foi aberto um cadastro para as empresas participantes dos setores de construção civil, comércio, serviço e indústria. “São perfis variados, desde atividades mais simples até as mais complexas. O elenco das vagas disponíveis e a sua especificação estiveram, durante sete dias, no site da prefeitura. É um esforço que estamos fazendo, pois sabemos que não vamos resolver com isso o problema do desemprego, mas estamos abrindo uma porta, fazendo essa conexão entre empresa e quem procura oportunidade”, afirmou.

O secretário ainda ressaltou que é preciso dar continuidade a essa política de valorizar os setores produtivos locais e atrair novas empresas. “Fizemos isso com a Ardagh e vamos fazer com a Braspel, que é uma empresa que vai gerar quatro mil empregos e que o produz o pellet, que é um equivalente do carvão mineral feito com madeira e que é uma energia verde, renovável, além de outras empresas que estamos em negociações e esperamos, brevemente, anunciar.”

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