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Setor moveleiro reage à crise e vive período de aquecimento nas vendas

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Motivado pelo isolamento social, o setor de móveis vive um período de aquecimento nas vendas. A busca dos consumidores por itens que tragam mais conforto para casa aumentou neste momento em que as famílias estão reclusas e surpreendeu o próprio mercado, que passou a enfrentar a escassez de matéria-prima. As fábricas e o comércio aproveitam a demanda para ganhar fôlego diante da crise, mas ainda é cedo para se pensar em retomada do crescimento.

Por conta das incertezas provocadas pela pandemia, houve redução no fornecimento de matéria-prima, conforme explica o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Áureo Calçado Barbosa. “As indústrias reduziram a produção no primeiro trimestre. Em Ubá, ficamos três semanas com as atividades paralisadas.”

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No entanto, ele diz que as vendas on-line garantiram o aquecimento do setor. “No final do primeiro semestre, equilibramos as receitas”, diz. “O mercado tem reagido de forma inesperada e, por isso, está havendo menos matéria-prima do que o necessário para a demanda corrente, mas é algo que vai se equilibrar.” De acordo com Áureo, ainda é cedo para afirmar que os resultados de 2020 serão melhores do que 2019 para o polo moveleiro.

Planejamento é considerada a palavra chave para manter os produtos essenciais à mesa, sem estrangular o orçamento familiar (Foto: Divulgação)

Em Juiz de Fora, o comércio também sente os reflexos positivos da movimentação de consumidores. “As pessoas estão passando mais tempo em casa e atentas às melhorias necessárias. Além dos móveis, houve aquecimento nas vendas de eletrodomésticos e materiais de construção. Estes setores não estão vendendo como antes da pandemia, mas mais do que esperavam”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti.

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Entre março e abril, a loja Multi Móveis, no Centro, interrompeu as atividades durante 30 dias. “Neste período, nos estruturamos para iniciar as vendas on-line”, relembra o gerente comercial Ronaldo da Silva. “Assim que começamos, já houve demanda.”
Sofás, guarda-roupas, camas e berços estão entre os produtos mais procurados na loja, que contratou dois funcionários durante a pandemia e, agora, planeja a abertura de uma nova unidade. “Apesar de todas as dificuldades, em termos de vendas, 2020 está sendo bom para nós.”

Incerteza

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Para Beloti, não há risco de desabastecimento. “O mercado está receoso porque sabemos que essa movimentação no comércio vem sendo mantida por uma injeção de recursos que têm prazo para acabar, como o auxílio emergencial e seguro desemprego. Não se trata de falta de produto, mas de uma incerteza sobre o que vai acontecer no próximo ano.”

Especialista orienta sobre planejamento das compras

A assistente Aline Lopes, 28 anos, é uma das consumidoras que precisou comprar móveis durante a pandemia. “Por conta do home office, tive que estruturar um escritório em casa. A compra foi feita on-line e, para aproveitar o frete, comprei um móvel para sala.”

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A realidade de Aline é a de muitos consumidores, como analisa a especialista em finanças, e professora da Estácio Juiz de Fora, Mayanna Marinho. “Nós temos uma demanda das pessoas que estão em casa e percebem a necessidade de melhorias pontuais”, afirma. “Também há aquela movimentação de quem está comprando imóveis e quer mobiliar estes novos espaços.”

Em ambos os casos, o planejamento é fundamental. “Nós estamos vivendo uma crise de saúde que não sabemos quando irá terminar. O desemprego ainda é alto e muitas pessoas perderam renda. Então, é muito importante ter o controle das finanças.”

Para isso, ela destaca a importância de comprar o que for realmente necessário e analisar todas as condições. “É preciso mapear os gastos fixos e a receita para saber se é possível fazer uma determinada compra. A pesquisa de preços continua sendo importante, e pode ser feita pela internet para evitar a exposição ao risco.”

Outro aspecto importante para ser avaliado é a forma de pagamento. “Às vezes, pode ser melhor esperar para juntar o dinheiro e comprar à vista para não comprometer a renda futura.”

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