JF é a terceira em abertura de empresas no estado

Nos primeiros seis meses do ano, foram criadas na cidade 784 novas empresas e fechadas 549


Por Fabíola Costa

26/07/2018 às 07h00- Atualizada 26/07/2018 às 13h46

No primeiro semestre deste ano, foram abertas 784 empresas e fechadas 549 em Juiz de Fora. O número representa cerca de 42% dos negócios constituídos na Zona da Mata (1.868). Já em relação aos fechamentos, os do município somam 37% dos encerrados na região (1.479). Em Minas Gerais, foram abertas 24.145 empresas e fechadas 17.357 no período. Dentre os setores produtivos, serviços lideram as aberturas na cidade, com 454 negócios com este perfil no primeiro semestre deste ano. Em seguida, estão comércio (269) e indústria (52), nessa ordem. Considerando as extinções, há alteração no ranking. Comércio lidera o fechamento de negócios (283), seguido por serviços (225) e indústria (35). Os dados são da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg).

No ranking mineiro, o município é o terceiro em abertura de empresas, com 2.106 negócios constituídos no período que considera todo o ano de 2017 e o primeiro semestre de 2018. O resultado da cidade só perde para Belo Horizonte (14.601) e Uberlândia (3.741). Com este percentual, o município está à frente de outros, como Contagem (2.076), Montes Claros (1.573), Uberaba (1.509), Betim (1.062), Divinópolis (968), Governador Valadares (846) e Patos de Minas (801).

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Já na análise das extinções, a cidade ocupa o quarto lugar do ranking estadual, com 1.508 fechamentos no mesmo período avaliado. Nesse caso, lideram o ranking Belo Horizonte (9.905), Uberlândia (2.804) e Contagem (1.708). Outros municípios mineiros que apresentaram menor fechamento que Juiz de Fora são Uberaba (1.023), Montes Claros (975), Divinópolis (688), Betim (663), Governador Valadares (547) e Ipatinga (543).

Para a analista do Sebrae Daniela Mendonça, o desempenho da cidade está diretamente relacionado ao seu porte no estado. Na sua opinião, em tempos de economia retraída, a abertura de novos negócios está muito associada à necessidade, alimentada pelo desemprego e pela urgência de gerar renda. O que nem sempre é um bom sinal, avalia. Segundo a analista, muitos empreendedores por necessidade não contam com ferramentas de gestão e nem lançaram mão do necessário planejamento do negócio. Situação bem diferente do empreendedor por oportunidade, que planeja o negócio, estuda o mercado, identifica e aproveita uma oportunidade, diz. Na sua avaliação, falta uma cultura empreendedora no país, trabalho que começa na sala de aula.

Mais importante do que abrir uma empresa, comenta Daniela, é mantê-la. Desde 2011, o Sebrae realiza estudo sobre a sobrevivência das empresas. O terceiro – e mais recente – relatório, divulgado em 2016, aponta que a taxa de sobrevivência média passou de 54,2% (empresas criadas em 2008) para 76,6% (empresas criadas em 2012). Conforme o estudo, dos 4.818 negócios constituídos em Juiz de Fora em 2012, a taxa de sobrevivência após dois anos chegava a 78,3%.

Na avaliação da consultora, quanto maior o planejamento, menores são os riscos do negócio. Na sua opinião, o empresário precisa estar antenado às mudanças de comportamento do consumidor, aos impactos da revolução digital no mercado e se o produto ou serviço é relevante para o consumidor, um exercício que deve ser constante, aliás. “O concorrente não está do outro lado da esquina. É o mundo todo.”

Motivos

Para o Sebrae, entre os fatores que levaram à elevação da taxa de sobrevivência para 76,6% (empresas criadas em 2012), destacam-se a expansão dos microempreendedores individuais e o aumento do PIB brasileiro no período, ambos favorecidos pela elevação do rendimento médio real dos trabalhadores, em especial do salário mínimo, a tendência à redução média das taxas de juros, a queda da taxa de desemprego na economia e a melhoria da legislação em favor dos pequenos negócios, realidade, segundo o Sebrae, verificada no período entre 2008 e 2014.

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Já para o fechamento, o Sebrae observa que não há apenas um fator determinante para a extinção de negócios. Para a entidade, a mortalidade de empresas está associada a uma combinação de “fatores contribuintes”, em especial: o tipo de ocupação dos empresários antes da abertura (se desempregado ou não); a experiência e o conhecimento do empresário anterior no ramo; a motivação para a abertura do negócio; o planejamento adequado do negócio antes da abertura; a qualidade da gestão do negócio e a capacitação dos donos em gestão empresarial.

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