O movimento dos caminhoneiros chegou ao sétimo dia ontem atingindo 13 estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A interrupção das estradas deixou o trânsito lento para a circulação de milhares de motoristas e impediu caminhões de chegarem ao seus destinos, o que prejudicou a realização de vários serviços. Minas Gerais esteve entre as regiões mais afetadas. Na manhã de ontem, a Justiça Federal do estado exigiu a liberação das rodovias federais por meio de liminares. Na Zona da Mata, houve atraso nas entregas dos Correios e supermercados. A preocupação é que a situação se agrave nos próximos dias.
A assessoria dos Correios informou, em nota, que teve “caminhões e carretas bloqueados nas rodovias, o que ocasionou atraso na carga de algumas cidades da região da Zona da Mata.” Já a Associação Mineira de Supermercados (Amis) afirmou que, em menor proporção se comparado com outros pontos do estado, a região teve desabastecimento de alimentos perecíveis.
O superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, explicou que, na Zona da Mata, o reflexo do movimento dos caminhoneiros foi menor porque a localização permite mais oportunidades de acesso para entrega. “Mas tivemos alguns casos de desabastecimento. Os estabelecimentos que recebem frutas da Argentina e do Uruguai, por exemplo, ficaram sem os produtos.”
O supermercado MartMinas, que possui filiais em diferentes pontos do estado, foi um dos estabelecimentos que deixou de receber a entrega de caminhões. “Tivemos problemas, sobretudo, com os hortifrutis. Em algumas lojas, o consumidor ficou sem produtos. Em outras, tivemos que aumentar os preços do estoque disponível”, declarou a assessoria. Até ontem, a unidade de Juiz de Fora não havia sido atingida. “Só será possível afirmar sobre os impactos a partir de quinta (hoje), quando a reposição será feita na Ceasa.”
No supermercado Sales de Juiz de Fora, o gerente Luis Carlos Germano informou que ainda não houve impacto do protesto dos caminhoneiros na rotina do estabelecimento. “A maior parte dos nossos produtos vem da região”, explica. “Recebemos arroz do Rio Grande do Sul, mas como incrementamos o estoque antes do Natal, não estamos em falta.”
O gerente da Ceasa Juiz de Fora, Vinícius Barros, garantiu que até o momento não houve falta de produtos na unidade. “A maior parte dos hortifrutis é vendida por produtores da região.Mesmo com o diesel mais caro, é mais vantajoso para eles comercializarem a mercadoria do que perderem a produção.” No entanto, ele se preocupa com a situação das frutas que vêm de outros estados. “Pode ser que não haja entrega.”
Combustível
Diferente de outras regiões do estado, a Zona da Mata não enfrentou problemas para o abastecimento de combustíveis nos postos de gasolina. De acordo com a assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), “não foi repassado nenhum tipo de informação sobre problemas na região ao sindicato”. A Tribuna consultou postos de Juiz de Fora que também afirmaram não ter sido afetados pela manifestação.