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Após alta, alimentos ficam mais baratos em Juiz de Fora

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Depois do preço do trigo disparar no mês passado, valor do quilo pão apresenta retração em 2,41% em outubro(Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

Seguindo a tendência nacional, os alimentos ficaram mais baratos nos mercados de Juiz de Fora este mês. A pesquisa Guia do Consumidor, feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) da Prefeitura, mostrou que 34 dos 54 itens pesquisados sofreram queda de preços em outubro em comparação com setembro. A redução chega a 28,4%. Na lista estão itens como arroz, açúcar, fubá, café, manteiga, pão francês e óleo de soja, dentre outros (ver quadro). As informações são do cruzamento de dados entre as pesquisas realizadas nos dias 24 de outubro e 26 de setembro deste ano.

A redução de preços de alguns grupos de alimentos era esperada como forma de estabilizar o alto patamar observado em setembro, quando os valores foram elevados, sobretudo, pela brusca variação de temperaturas. “Os preços dos grãos seguiram o comportamento esperado, conforme a sazonalidade, de janeiro a julho. O descolamento entre os valores observado e esperado ocorreu em agosto e setembro, quando atingiram patamares muito superiores”, explica o boletim emitido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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No caso do arroz, o Cepea afirma que a situação refletiu a redução da produção e, consequentemente, dos estoques. “A safra de setembro foi 13,4% menor do que a anterior, com a produtividade sendo prejudicada por problemas climáticos”, aponta o relatório. Já com relação ao milho, “o movimento foi intensificado pela desvalorização do Real frente ao dólar.” A produção do café sofreu com o período seco. “A volta das precipitações aliviou os produtores. Na Zona das Mata mineira, mesmo com menores volumes das chuvas, as águas foram suficientes para a indução das floradas.” O trigo, por sua vez, havia encarecido por conta da diminuição no processo de moagem, o que fez com que os preços de derivados disparassem no mês passado.

Na avaliação da Associação Mineira de Supermercados (Amis), além da variação das temperaturas e a sazonalidade dos produtos, especificidades econômicas também contribuíram para a queda de preços em outubro. “A forte competição dos supermercados favorece este cenário. O setor é um dos mais disputados e, ao negociar descontos na indústria fornecedora, repassa ao consumidor final para poder competir”, explicou via assessoria.

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A realidade do poder de consumo das famílias também foi responsável por pressionar o setor a baixar os preços, conforme a Amis. “A lenta recuperação do emprego e da economia como um todo tem levado o consumidor a manter uma disciplina rígida nas compras, procurando, ao máximo, limitar-se aos produtos necessários; comparar preços; e procurar ofertas em diferentes lojas. O preço tornou-se um apelo fundamental para a venda.”

Nas gôndolas

A maior queda de preços verificada nos mercados de Juiz de Fora foi do tempero de alho e sal da marca mais barata, que, em setembro. era vendido pelo preço médio de R$ 4,29 e, em outubro, passou para R$ 3,07. Em seguida estão a bandeja de iogurte, que caiu 23,2%, passando de R$ 3,82 para R$ 2,96, e a manteiga, que teve redução de 14,3%, indo de R$ 7,65 para R$ 6,55.

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Com reduções menores, itens de consumo diário também baratearam. Este é o caso do arroz, que passou de R$ 11,62 para R$ 11,16, uma queda de 3,95%; do fubá, que foi de R$ 1,76 para R$ 1,67, uma diminuição de 5,11%; e do quilo do pão francês, que caiu de R$ 9,93 para R$ 9,69, o que representa retração de 2,41%. Na avaliação com outubro do ano passado, no entanto, a maior parte dos alimentos registrou aumento de preços.

Comportamento dos alimentos impacta inflação

A redução do preço dos alimentos impactou diretamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de outubro, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considerado a prévia da inflação mensal. A variação foi de 0,09%, o menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando a oscilação foi de 0,01%.

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A deflação observada no grupo alimentação e bebidas foi de 0,25%. “O resultado foi puxado, sobretudo, pelos alimentos in natura, que tiveram uma colheita melhor e, desta forma, aumentaram os estoques”, esclarece o gerente de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Pedro da Costa. “A variação de temperaturas interfere diretamente na oferta destes produtos. Com o clima mais ameno, os preços tendem a se estabilizar.” No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve alta de 2,69%. Este é o nível mais baixo desde maio de 2013, quando a variação foi de 2,70%.

Leite tipo C está 4% mais barato

Outra pesquisa realizada pela Sedeta mostrou que o preço do leite tipo C está mais barato este ano. O valor médio praticado na cidade é de R$ 3,35, conforme levantamento divulgado na última quarta-feira (23) e representa queda de R$ 0,14 em comparação com outubro do ano passado, quando o produto era comercializado com preço médio de R$ 3,49. Em termos percentuais, a redução foi de 4%.

Desde então, o leite tipo C vem barateando. Após encerrar 2018 com preço médio de R$ 3,42, os valores foram caindo até estabilizar em R$ 3,36 em março deste ano. O preço se manteve até agosto, quando ocorreu uma pequena alta que elevou o valor para R$ 3,39. Mas o produto voltou ao patamar anterior em setembro.

De acordo com o Cepea, o retorno das chuvas na região Sudeste deve contribuir para o aumento da produção leiteira, de forma que os preços ao consumidor possam continuar estáveis com tendência de queda.

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