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Setor lácteo amarga prejuízo de R$ 180 milhões/dia

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Segundo o presidente do Sindicato Rural, Domingos Frederico Netto, os produtores de leite que vendem o produto para fora não estão conseguindo escoar a produção. Apenas os que atendem o mercado interno estão conseguindo entregar o alimento. A maior parte, no entanto, direciona a produção para outras cidades. O prejuízo, diz, é enorme. “O produtor precisa tirar leite e pagar o custo da mão de obra todo dia, vendendo ou não.” Embora os mercados ainda estejam abastecidos – já que 98% do leite é vendido em caixinhas -, o produto ensacado pode começar a faltar em breve.

Domingos diz que também enfrentam dificuldade os criadores de gado, que não conseguem escoar a produção para o seu principal mercado consumidor: o Rio de Janeiro. Segundo ele, o processo de abate (que varia de 400 a 500 cabeças por dia) está comprometido, já que as câmeras frigoríficas não têm capacidade para acondicionar todo o produto. Para Domingos, se o movimento persistir por mais dois dias, o desabastecimento será ainda mais agressivo.

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Restaurante Popular

No plano de contingenciamento para serviços públicos anunciado pela Prefeitura, a Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA) informa que as unidades Centro e Zona Norte do Restaurante Popular mantém os atendimentos normais, mas podem ter a função prejudicada a partir de segunda-feira (28) em virtude do desabastecimento de gás pela empresa terceirizada que opera os restaurantes. Até domingo, está prevista a realização de 11 feiras livres. Sobre o abastecimento das feiras e os impactos na produção do leite, a SAA afirma que ainda estão em análise.

No país

A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) calculou que a paralisação dos caminhoneiros resulta em prejuízo de R$ 180 milhões por dia para a cadeia produtiva do leite no país. A instituição, que representa os principais laticínios produtores e exportadores de lácteos do país, estima que 51 milhões de litros de leite deixaram de ser captados a cada dia de greve.

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Segundo a entidade, sem capacidade de armazenamento e contando com retiradas de leite a cada 48 horas, os produtores rurais e as indústrias acumulariam prejuízo. “Além do leite, o desabastecimento de insumos, combustível e embalagens já provoca a paralisação da produção em fábricas em todo o país.

Situação se agravou

A Associação Mineira de Supermercados (Amis), por meio de sua assessoria, identificou que a condição de recebimento de mercadorias se agravou nesta quinta-feira (24), em função do bloqueios nas rodovias. “A situação mais preocupante se refere aos alimentos perecíveis, que normalmente não são estocados pelos supermercados, pois, pela característica desses produtos, necessitam de reposição constante, como verduras, legumes, frutas, carnes in natura e produtos lácteos.”

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Para outras categorias, o posicionamento é que os supermercados possuem estoque médio de segurança em torno de sete dias, como massas, arroz, feijão, biscoitos, grãos, leite longa-vida, açúcar, bebidas, farináceos, matinais, condimentos, doces, higiene e beleza, limpeza e não alimentos em geral. “Neste caso, o risco de falta de produtos nas lojas no curto prazo é menor, mas preocupante em médio prazo.” Os dados foram fornecidos após levantamento feito junto às principais redes varejistas em atuação nas diferentes regiões do estado.

Por meio de nota, a Amis reiterou que considera legítimo o direito de manifestação da categoria profissional dos caminheiros contra os constantes aumentos nos preços dos combustíveis e se solidariza com a classe. Mas alerta para a importância do diálogo entre manifestantes e autoridades, de maneira a permitir o restabelecimento do fluxo logístico do país.

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