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Motoristas do transporte escolar fazem manifestação

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Juiz de Fora está entre as cidades do país onde foi realizada manifestação de motoristas do transporte escolar nesta sexta-feira (24). O ato nacional pede aos bancos a flexibilidade no pagamento do financiamento dos veículos durante o período de pandemia do novo coronavírus. Com as atividades paralisadas, os profissionais alegam dificuldades financeiras e impossibilidade de arcar com os custos.

A mobilização teve início às 15h e reuniu mais de cem motoristas no Bairro Quintas da Avenida, na Região Nordeste. Por volta das 16h, eles saíram em direção ao Centro, passando pelas avenidas Barão do Rio Branco, Itamar Franco, Francisco Bernardino e Getúlio Vargas.

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Motoristas fizeram carreata pela Avenida Barão do Rio Branco (Foto: Fernando Priamo)

Após este trajeto, seguiram novamente pelas avenidas Itamar Franco e Barão do Rio Branco, onde o movimento dispersou. “Os bancos não estão cumprindo com a publicidade que fazem de redução de juros e ampliação do prazo de financiamento. Há muitos colegas que estão endividados, pois a van é um veículo caro, e enfrentando dificuldades para alimentação”, afirma a representante da classe, Valéria Médici.

Ela explica que, com a paralisação das atividades escolares, os profissionais não estão sendo remunerados. “O acordo está sendo feito entre cada motorista e pai de aluno. Há algumas famílias que entendem e podem pagar pela manutenção do serviço, outras não. Nós não fomos incluídos na medida do Governo que garante o auxílio emergencial, então, a situação está realmente difícil. Trabalho há 33 anos no setor, e nunca vi nada igual.”

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De acordo com o Sindicato do Transporte Escolar de Juiz de Fora e Região (Sintejur), a categoria reúne cerca de 280 permissionários ativos na cidade. “São 280 famílias que estão enfrentando essa dificuldade. Se formos olhar no país, este número reúne milhares de pessoas, por isso, a importância de nos unirmos neste ato.”

Febraban

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Procurada pela Tribuna, a assessoria da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou, em nota, que “entre os dias 16 de março e 8 de abril, os bancos concederam mais de R$ 330 bilhões em crédito (algumas parciais indicam uma estimativa entre R$ 350 a R$390 bilhões). Esse montante leva em consideração tanto as renegociações quanto as operações novas. A título de comparação, a média mensal de concessões do primeiro trimestre do ano passado foi de R$ 290 bilhões.”

O texto conclui que “os números ajudam a ilustrar que não há represamento de crédito por parte dos bancos ou dificuldade de acessar os recursos ou negociar dívidas por parte dos clientes”.

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Categoria pede ajuda ao Município

Na última quarta-feira (23), os motoristas de transporte escolar encaminharam um ofício à Câmara Municipal de Juiz de Fora solicitando o apoio para a causa da categoria. O documento foi recebido pelo vereador Nilton Militão (PTC).

Em entrevista à Tribuna, ele detalhou as solicitações do documento. “Os trabalhadores nos pediram ajuda para que a categoria seja incluída na proposta do Senado de ampliar os beneficiários do auxílio emergencial. E, também, para intermediar uma conversa com a Prefeitura para que o Município ofereça algum tipo de ajuda.”

De acordo com Militão, já foi obtido retorno positivo por parte do Senado. “Encaminhei o documento ao senador Carlos Viana (PHS), que está a frente da proposta, e que já retornou dizendo que a categoria será incluída na medida. Basta agora a sanção do presidente.”

Com relação ao Município, é aguardada resposta da Prefeitura sobre qual tipo de ajuda pode ser oferecida. “É preciso encontrar alguma solução, talvez por meio da assistência social, para que essas famílias tenham algum tipo de apoio nesse momento.” Militão informou que também irá solicitar uma reunião com a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JF) para avaliar o que pode ser feito com relação aos contratos de financiamento.

Procurada pela Tribuna, a assessoria do Procon informou que “se um banco faz um anúncio divulgando flexibilização de pagamento de dívida, e presencialmente, essas condições são diferentes das apresentadas na publicação, tal prática poderá ser considerada como propaganda enganosa, descumprimento da oferta e poderá gerar multa ao estabelecimento bancário.”

O órgão orienta, ainda que, “caso o consumidor tenha passado por essa situação, ele deve denunciar esta prática, registrando sua reclamação no site www.consumidor.gov.br.” A assessoria da PJF não retornou até a atualização desta reportagem, por volta das 19h.

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