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Demandas represadas no INSS causam transtornos a usuários em JF

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A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa uma semana depois de o agendamento para o atendimento presencial ter sido retomado para todos os serviços. Até sexta-feira (11), a marcação era feita apenas para algumas demandas, como perícia, avaliação social, reabilitação profissional e justificação administrativa. Segundo a Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Juiz de Fora, muitos usuários ficaram sem conseguir resolver seus problemas durante a pandemia. “Observamos um represamento de demandas em Juiz de Fora (…), mesmo havendo a plataforma on-line, pois nem todos conseguem utilizar o digital.” Caso a greve permaneça, a situação tende a se prolongar.

A Tribuna esteve na porta das agências do INSS ainda na semana retrasada e constatou o problema. “Vim aqui somente para trocar o número do meu banco (para receber o benefício), e o guarda não deixou eu entrar”, lamentou a aposentada Lúcia Helena da Silva, 69 anos, enquanto esperava na fila, na última sexta-feira (11). “Eu sou diabética, hipertensa, deficiente e estou com câncer. Acho um absurdo, pois vou ter que enfrentar toda a fila. Já vim aqui três vezes, e sempre é assim. É uma falta de respeito com o ser humano, porque se eu aguentasse ficar em pé eu não reclamaria.”

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Lúcia Helena da Silva, 69 anos, conta que já foi três vezes à agência e não conseguiu resolver sua situação (Foto: Gabriel Bhering)

À epoca, não havia ninguém do INSS para orientar os usuários na fila. “Eu já cheguei a discutir até com o segurança, pois o idoso não tem que ficar em fila não. Eles falaram que aqui não tem preferência, apenas a perícia marcada. Semana passada, uma senhora quase desmaiou, e eles não estão nem aí. Eu que estou aqui há três anos, vejo o descaso que eles têm com as pessoas”, relatou a panfletista Rosana Rezende, 49, que trabalha no local.

Daniela Gomes da Conceição Ramos, 40, cuidadora do pai, Nelson Conceição, 75, que é cadeirante, recorreu ao INSS também semana passada. “Eu cheguei aqui às 11h e fiquei quatro horas na fila, mas tive que ir para o HPS porque ele estava passando mal. Se você tem algum parente com problemas não dá para vir, pois você fica horas e horas na fila.”

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Assim que descobriu que está em uma gravidez de alto risco, Viviani Calixto, 36, entrou em um pedido de perícia em 21 de dezembro. “Ontem, eles mandaram uma carta para o meu trabalho falando que o meu pedido tinha sido negado por falta de documentação, sendo que todos os dias eu ligava para o 1235. Estou há mais de dois meses sem receber e preciso comprar meus remédios. Na carta, eles falaram que não precisava agendar, era só comparecer direto, mas vou ter que enfrentar a fila”, reclamou.

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