Com 50% do número de barracas para evitar aglomerações, as feiras livres voltam a funcionar nos bairros a partir desta quinta-feira (25). A decisão foi divulgada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), nesta quarta, e também prevê uma série de normas para garantir a segurança sanitária dos feirantes e dos clientes neste momento em que a pandemia continua em fase crítica, com altos índices de contaminação, óbitos e ocupação hospitalar.
Por enquanto, as feiras noturnas, como a da Praça Antônio Carlos, realizadas às quartas, e da Avenida Brasil, aos domingos, continuam suspensas. Segundo a PJF, esses espaços concentram maior número de trabalhadores e, portanto, implicam no aumento expressivo da circulação de pessoas. Já a Feira da Agricultura Familiar será realizada às terças e quintas-feiras na Rua São João, no Centro, enquanto a feira É Daqui só vai voltar semana que vem, mediante as mesmas regras impostas às dos bairros, como o limite de 50% das barracas.
As feiras haviam sido canceladas no último dia 8 exatamente para evitar a disseminação do coronavírus. O retorno parcial delas, segundo a PJF, é fruto de proposta enviada pela Associação dos Profissionais Produtores e Feirantes de Juiz de Fora (Approfeira) à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
“A feira foi suspensa porque nós alcançamos um grau mais perigoso e complicado da transmissão do vírus na cidade. Mas preciso destacar que a feira é nossa prioridade, nós somos pelo produtor, sabemos da importância de todos e todas para a cidade e tratamos a feira como uma política pública”, garantiu a prefeita Margarida Salomão, por meio da assessoria.
De acordo com a PJF, o uso da montagem em “L” só será possível dentro dos limites da estrutura de cada feirante. Caixotes ou outros equipamentos também não poderão estar fora do espaço delimitado, que não permite qualquer extensão. A degustação dos alimentos vendidos está proibida, assim como a venda de bebidas alcoólicas, enquanto é obrigatório o uso de máscaras e do álcool 70%. Clientes que estiverem sem máscaras não poderão ser atendidos e qualquer tipo de aglomeração, inclusive dentro das barracas, está vedada.
“Está totalmente proibido lanchar, beber água ou qualquer coisa que faça o feirante tirar a máscara dentro da barraca”, diz a PJF, que também reforça a proibição do consumo e de mesas e cadeiras para o público. Alimentos, portanto, só poderão ser comercializados e levados para casa embalados. As normas ainda preveem distanciamento mínimo de 1,5m entre as montagens, que não poderão ocorrer antes das 5h, devido ao toque de recolher.
A nota técnica com todas as regras de funcionamento pode ser conferida no endereço eletrônico.
Associação dos feirantes comenta retorno parcial
Para a presidente da Associação dos Profissionais Produtores e Feirantes de Juiz de Fora (Approfeira), Maria Carmem Albino, o retorno gradual das feiras nos bairros é uma medida para garantir a segurança e, ao mesmo tempo, possibilitar que o feirante possa escoar sua mercadoria. “Ficamos 18 dias parados. Pode parecer pouco para algumas pessoas, mas para um produtor rural significa um prejuízo enorme, porque se a plantação passa do dia da colheita, não serve para venda.”
Segundo ela, as expectativas são as melhores possíveis, já que muitos feirantes estavam ficando totalmente sem reserva e sem ter onde escoar a mercadoria. “Os que vivem de produção caseira estavam totalmente sem opção, porque nem sempre o delivery atende por morarem em área rural.”
Feira Livre on-line continua como opção
A PJF lembra que o serviço de entrega continua como opção para os clientes, mesmo com a volta parcial das feiras livres nos bairros. “Nas redes sociais da Approfeira, é possível encontrar produtos e contatos dos agricultores locais que estão com a opção delivery.”