O Expominas de Juiz de Fora, localizado às margens do km 790 da BR-040, ainda segue sem previsão de nova licitação para concessão à iniciativa privada. Questionada sobre quando será lançado novo edital, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), responsável pela administração do espaço, informou que está elaborando estudos técnicos para ampliar a utilização do equipamento no município.
Uma reportagem publicada pela Tribuna em dezembro do ano passado mostrou que o Expominas Juiz de Fora segue gerando prejuízo, na casa dos R$ 58 mil por mês, ao Poder Público. Isso porque, conforme a Codemge, mensalmente os gastos com manutenção, funcionários e energia elétrica giram em torno de R$ 113.737,00. Por outro lado, os eventos sediados no local geram receita de, aproximadamente, R$ 55.900 ao mês.
A primeira tentativa de ceder o espaço à iniciativa privada ocorreu em 2017, quando foi realizada licitação que restou deserta. Em 2021, a Codemge abriu uma consulta pública para receber propostas sobre a utilização de imóveis da companhia em parceria com o setor privado, entre estes, estava o Expominas Juiz de Fora. Anteriormente, a empresa pública havia informado à Tribuna que estava analisando as propostas recebidas e daria mais informações em momento oportuno.
O diretor de Gestão de Ativos e Mercado da Codemge, Sérgio Lopes Cabral, informou à Tribuna que “o objetivo da companhia é fazer a gestão adequada do portfólio de ativos, sempre pautada nos princípios de economicidade e eficiência e buscando o melhor uso social e econômico para os empreendimentos. O indicador que nos leva a seguir por esse caminho é a quantidade de operações realizadas com sucesso, entre elas a concessão do Expominas Belo Horizonte. Para Juiz de Fora, a Codemge busca atuar de forma a otimizar o Expominas, de modo a torná-lo também um caso de sucesso. A empresa estuda a melhor maneira de viabilizar essa otimização. Nesse sentido, a Codemge está elaborando estudos técnicos para aumentar o uso do Expominas Juiz de Fora”, apontou em nota.
ExpominasBH amplia eventos após concessão
O cenário em Juiz de Fora é o oposto do que tem sido observado no ExpominasBH, por exemplo, que registrou aumento de 161% no número de eventos entre 2017 (último ano antes da iniciativa privada assumir o espaço) e 2022. Enquanto o Expominas de Juiz de Fora segue dando prejuízo ao Estado, o equipamento localizado na capital mineira tem apresentado resultados positivos.
De acordo com a Codemge, no último ano em que a companhia fez a gestão do ExpominasBH, em 2017, foram realizados 36 eventos. Em 2022, esse número chegou a 94. A gestão privada do espaço é feita pelo grupo Nutribom Empreendimentos Imobiliários, vencedor do processo licitatório. Passado o efeito da pandemia, a expectativa é que o ativo conte com cerca de R$ 11 milhões de royalties anuais.
Cabral destacou como a parceria com a iniciativa privada contribuiu para o aumento no volume de eventos realizados em Belo Horizonte, considerando que o setor privado possui mais facilidade neste processo em termos de aporte, burocracia e custos. “O negócio de gerir e trazer evento é estritamente privado. Existem empresas especializadas, como a que está hoje, e isso, com certeza, traz benefícios”, afirma.
Por outro lado, há outras diferenças operacionais entre o ExpominasBH e o equipamento em Juiz de Fora. Como apontado pela reportagem da Tribuna em dezembro, a localização do Expominas em Juiz de Fora dificulta seu acesso, que deve ser feito por meio da rodovia BR-040. Já o equipamento localizado na capital mineiro fica próximo ao metrô e é atendido por diversas linhas de ônibus.