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Cesta natalina fica 9% mais cara este ano

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Nos mercados na cidade, consumidores já perceberam o encarecimento (Foto: Felipe Couri)

A cesta natalina está 9% mais cara esse ano para os brasileiros. Um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que, em 2021, os itens mais consumidos na ceia do dia 24 estavam custando R$ 268,45, valor que subiu para R$ 294,75 em 2022. Em Juiz de Fora, a situação deve se aproximar à que foi observada na Região Sudeste do país, onde essa variação chegou a 17%. De R$ 241,39, a cesta de Natal passa a custar R$ 282,39.

Nos mercados na cidade, os consumidores já perceberam o encarecimento. A cabeleireira Marina Amaral já havia garantido alguns produtos para a ceia, mas estava em busca dos demais, como bacalhau. No geral, a percepção foi de que “tudo subiu”. “Os preços dos produtos antes do Natal já estavam altos, mas, agora, com a proximidade da data, subiram mais ainda. Está bem difícil comprar para fazer uma boa ceia”, conta.
Carnes no geral, azeite, leite e outros produtos básicos estão entre os que a dentista Tânia Melo notou valor mais alto, algo que já era esperado pela consumidora. “Esse aumento é comum acontecer, mas tivemos outros fatores que pressionaram, ainda mais, os preços, como a pandemia.”

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Expectativa de maior consumo em 2022

A pesquisa da Abras considerou itens como aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e Tender. Apesar desses produtos estarem mais caros, há uma expectativa positiva entre os donos de supermercados para as compras de Natal em 2022. Conforme a pesquisa, 66% dos supermercadistas prospectam consumo maior ante o ano passado. Outros 27% acreditam que estará no mesmo patamar e apenas 7% estão com expectativas baixas.

Há uma projeção de 11,2% de crescimento no consumo de carnes (aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, peixe, pernil, peru e tender). Já em relação às bebidas (cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais), as compras devem aumentar 12,5% neste Natal.

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Para o professor de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Weslem Faria, de fato, há uma expectativa melhor para o consumo em 2022 por conta de alguns fatores, como impulsionamento na renda, com saque do FGTS, e retomada das atividades de forma mais consistente com a vacinação contra a Covid-19. “Alguns consumidores certamente se organizaram para gastar nessa época do ano, inclusive com a ceia de Natal”, diz. “A economia está melhor do que no ano passado, então isso reflete também como um todo na questão de renda. Acredito que as vendas e o consumo serão melhores esse ano.”

Apesar desses produtos estarem mais caros, há uma expectativa positiva entre os donos de supermercados para as compras de Natal em 2022 (Foto: Felipe Couri)

Aumento acima da inflação

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou acumulado de 5,9% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desta forma, o valor dos itens natalinos está acima da inflação. Conforme o economista Weslem Faria, isto acontece porque esses produtos são mais vulneráveis a fatores envolvendo custos de produção e aumento do dólar. “Muitos itens da cesta utilizam como base insumos primários de produção. Por exemplo, milho, soja e trigo são commodities primárias que estão com preço elevado na cotação internacional.”

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Ainda conforme exemplificado pelo especialista, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem afetado o preço dos fertilizantes, já que a Rússia é um importante fornecedor internacional do insumo, e o conflito tem prejudicado a logística de entrega. “Outros produtos da cesta de Natal, como frutas e hortaliças, também estão mais caros por causa desse aumento de custo de produção.”
O diesel, que registrou diversas variações ao longo do ano, também influencia no valor final dos itens natalinos, considerando que tem papel fundamental na distribuição e na comercialização dos produtos.

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