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Maior parte das famílias de Juiz de Fora tem casa própria

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Antônio Carlos Vandanezi Alvim é economista e diretor da Sieg Informação e Pesquisa (Foto: Eduardo Valente)

A posse de bens e serviços das famílias da cidade foi o tema abordado na quarta etapa da pesquisa Perfil do Consumidor Juiz-forano, realizada pela Sieg Informação e Pesquisa em parceria com o Grupo Solar Comunicação. Desta forma, foi possível identificar a parcela do público que possui casa própria, veículo e assistência médica particular. Os resultados ofereceram uma média geral do município e, também, dados estratificados para cada uma das dez regiões analisadas.

A partir do levantamento destas informações e do cruzamento com os dados fornecidos nas etapas anteriores do estudo, é possível compreender melhor o poder de compra destas famílias, conforme explica o economista e diretor da Sieg Informação e Pesquisa, Antônio Carlos Vandanezi Alvim. “Os três itens abordados interferem diretamente na vida do consumidor. Quando analisamos a questão da moradia, por exemplo, podemos identificar uma região que apresenta renda mais baixa e alto percentual de casas próprias, o que revela que aqueles moradores têm um poder de consumo maior do que se imaginava a princípio, pois não há comprometimento com aluguel.”

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Metodologia
Para a realização da pesquisa, foram considerados os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do plano diretor municipal e a base de informações da própria empresa. A cidade foi segmentada em dez regiões, conforme o limite geográfico e a presença de bairros que polarizam o consumo. Os pesquisadores foram a campo entre os dias 12 e 20 de outubro, quando entrevistaram 2.466 famílias. Os entrevistados tinham idade a partir de 15 anos.

69% das famílias possuem casa própria

Segundo Vandanezi, facilidade de locomoção e acesso a serviços são atrativos das regiões mais procuradas (Foto: Eduardo Valente)

O universo da pesquisa foi a população residente na sede do município, estimada em 560.909 habitantes pelo IBGE. A partir deste número, os pesquisadores identificaram a presença de, aproximadamente, 180 mil famílias. Deste total, 69% possuem casa própria; 27% pagam aluguel; e 4% moram em imóveis cedidos ou emprestados por terceiros.

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Na análise estratificada, é observado que três regiões possuem percentual de imóveis alugados acima da média geral da cidade. A área central – que engloba a extensão do Bairro Granbery até o Mariano Procópio – possui o maior índice: 35%. Em seguida estão as regiões de São Mateus e adjacências (32%) e São Pedro e bairros do entorno (31%).

“Isto pode ser explicado pela própria demanda por imóveis nestas áreas, como estudantes que vêm de fora e querem morar na Cidade Alta, por conta da proximidade com a universidade”, avalia Vandanezi. Nas outras duas regiões, as facilidades para a locomoção e o acesso a serviços são apontadas como atrativos. “Existe esta procura, por isso, é comum proprietários colocarem os imóveis localizados nestas áreas para alugar, como uma forma de geração de renda.”

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O especialista destaca, ainda, que estas regiões receberam empreendimentos imobiliários recentemente. “Muitas destas novas unidades também foram direcionadas para locação.” Em contrapartida, a região de Vila Ideal e adjacências é a que possui maior percentual de moradias próprias (76%). “Ali percebemos que é uma área mais consolidada e que recebeu menos investimentos do setor imobiliário nos últimos anos por apresentar menor demanda.”

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Maioria não tem carro próprio

A pesquisa mapeou o total de famílias juiz-foranas com automóvel. O resultado mostrou que a maioria (60%) não possui este bem. A inclusão deste questionamento está diretamente ligada ao poder de compra dos consumidores, afinal, o veículo próprio também representa uma parcela de custos no orçamento familiar. “Vale ressaltar que dentro do percentual de famílias que possui (40%), há aquelas que têm mais de um veículo. Isto pode ser explicado pelo poder aquisitivo”, avalia Vandanezi.

As regiões central e de São Mateus e bairros adjacentes foram as únicas que apresentaram uma composição diferente da média municipal. Nesta localidades, há maior equilíbrio entre domicílios com e sem carro próprio. Enquanto na primeira 52% das famílias possuem, pelo menos, um veículo, na segunda, o percentual é de 50%.

O resultado gera curiosidade, tendo em vista que, na segunda etapa da pesquisa, quando foram analisados a rotina e os hábitos dos consumidores juiz-foranos, as informações mostraram que quem mora nestas áreas faz mais uso dos transportes por aplicativo do que os moradores das demais regiões. Outro dado sobre deslocamento apresentado foi que 22% das pessoas quem moram na área central andam a pé.

Para Vandanezi, a maior presença dos carros nestas regiões evidencia o poder aquisitivo mais alto das famílias. “Pode ser que muitas delas tenham o carro, mas não o utilizam no dia a dia. É mais uma aquisição que o poder de consumo propicia do que uma necessidade de uso.”

Mais da metade possui assistência médica particular

Do total de 560.909 juiz-foranos, 51% possuem plano de saúde ou convênio. O percentual está acima do índice nacional de 31%, verificado em 2018 na pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com a Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

De acordo com Vandanezi, o percentual acima da média nacional pode ser justificado pela oferta do serviço na cidade. “Juiz de Fora possui operadoras com nomes fortes.” Novamente as regiões central e de São Mateus e adjacências se destacaram na pesquisa. Dentre os residentes da área central, 67% possui assistência médica particular. Já na abrangência de São Mateus, o percentual é de 68%.

Próxima edição
No próximo domingo (29), a Tribuna irá apresentar os dados da pesquisa relativos à região 1 do estudo, que compreende Benfica e os bairros do entorno. Esta área é a que possui maior número de consumidores, um total de 105.409, o que corresponde a 18,8% dos residentes no município.

 

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