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Mesmo após retomada presencial, canais on-line seguem em alta em JF

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A pandemia da Covid-19 acelerou a transformação dos modos de consumo. Em decorrência do isolamento social, um número maior de pessoas passou a utilizar a internet para compras e serviços, o que revelou a necessidade de adaptação das empresas. Em Juiz de Fora, mesmo após a retomada das atividades presenciais de comércio e serviços, em agosto, as ferramentas digitais seguem como aliadas. Em 2021, a cidade deve ganhar um marketplace, nos moldes do Mercado Livre, com a proposta de ampliar o ingresso de mais negócios no ambiente on-line.

A iniciativa vem sendo estudada pelo Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), que tem criado parcerias para colocá-la em prática. “As lojas físicas irão continuar, mas as vendas on-line ampliam as opções de venda das empresas. A proposta é criar uma ferramenta que ofereça a oportunidade de os pequenos negócios também serem incluídos neste processo”, explica o presidente Emerson Beloti.

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Para a confecção do projeto, que deve ser chamado de Conexão Comércio, foram analisados o conceito, a proposta e a demanda de marketplaces estabelecidos no mercado. “Identificamos que as empresas que anunciam são, em geral, de médio e pequeno porte, situadas em São Paulo, Rio de Janeiro e na Região Sul. A nossa ideia é criar um ambiente com negócios locais que permita o detalhamento dos produtos, a escolha da forma de pagamento e as vendas para todo o país.”

Ferramentas digitais seguem como aliadas de empresas juiz-foranas na venda de todos os tipos de produtos (Foto: Fernando Priamo)

Experiência mista
Durante a paralisação do comércio, Beloti foi um dos empresários da cidade que aderiu às vendas on-line. Mesmo com a reabertura da loja física, os canais seguem ativos. “Trabalho com produtos que têm uma boa procura pela internet, como os tapetes sanitizantes, e com outros que o consumidor prefere avaliar pessoalmente, como é o caso dos colchões.” Para ele, a tendência é que as empresas mantenham canais físicos e virtuais de atendimento.

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É esta a proposta que a loja Renner iniciou em Juiz de Fora. Além da loja física, a marca tem realizado vendas por WhatsApp. “Estamos acelerando o nosso processo de transformação digital”, informou a assessoria. Na prática, o cliente é atendido por um chat bot que pergunta a sua localização e, por meio de inteligência artificial, o direciona para o atendimento da loja física mais próxima. “A modalidade é direcionada a quem deseja usar o ambiente digital para comprar, mas se sente mais confortável em interagir com um atendente no momento da escolha dos produtos. As entregas ocorrem em até 48 horas.”

Serviços de saúde se adaptam ao digital

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A demanda do setor de serviços no ambiente digital também tem sido crescente nos últimos meses, com destaque para o segmento da saúde, o que exigiu a adaptação de empresas e profissionais autônomos.

Antes da pandemia da Covid-19, a psicóloga Cláudia Campos Vardiero realizava atendimentos remotos pontuais, situação que mudou com o isolamento social. “A demanda por atendimento on-line aumentou. A necessidade de cuidar da saúde mental parece estar cada vez mais clara para as pessoas.”

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Ela conta que, mesmo após a retomada das consultas presenciais, muitas pessoas têm preferido o sistema on-line. “De fato, não temos perda de eficácia da terapia. Os desafios estão nas questões que asseguram o bom atendimento: o acesso à internet e um ambiente seguro em casa para realizar a chamada”, avalia. “Está claro, para mim, que a probabilidade de essa novidade ter vindo para ficar é bem alta.”

Estabelecimentos
Laboratórios, farmácias e clínicas de saúde também têm utilizado os canais digitais. Os estabelecimentos são os principais responsáveis pela crescente demanda do aplicativo Tá na Escuta, que realiza entregas na cidade. “Tivemos aumento de 65% do volume transportado durante a pandemia, em comparação com o período anterior. A maior parte desta movimentação vem da área da saúde”, afirma o CEO Fabiano Nejaim.

Especialistas orientam empresas e consumidores

A maior adesão aos meios digitais requer cuidados por parte das empresas e dos consumidores. “Esta presença on-line já vinha crescendo nos últimos seis anos, mas foi acelerada pelo momento que vivemos”, analisa o gerente regional do Sebrae, João Roberto Marques Lobo. “Quem não usava a internet para compras e serviços passou a usá-la, e quem já o fazia intensificou esse comportamento. E, claro, as empresas querem estar onde o consumidor está.”

No entanto, ele alerta que é preciso preparação para a inserção no ambiente virtual. “No mundo digital, a empresa ganha escala. É preciso ter o estoque e a logística para garantir a capacidade de atendimento.”

Outro cuidado deve ser com a divulgação. “Não basta estar na internet para vender. É preciso criar uma audiência e construir a sua imagem, deixando claro qual é a solução que você oferece e o seu diferencial em relação às outras marcas”, orienta a diretora de relacionamentos e operações da Agência Cubo, Larissa Vizeu.

A especialista destaca que, num momento em que o consumidor é cercado por informações na rede, a profissionalização da comunicação é fundamental. “É preciso ser visto para ser lembrado, e isto deve ocorrer por meio de discursos verdadeiros e um posicionamento coerente.”

Consumidores
Os consumidores também devem ficar atentos para que a praticidade e a comodidade oferecidas pela internet não se transformem em dor de cabeça. “É preciso pesquisar sobre a empresa. Buscar informações em sites, como o Reclame Aqui, junto aos órgãos de proteção e defesa do consumidor e saber sobre as experiências de pessoas conhecidas. É preciso se resguardar para evitar transtornos”, ressalta João Roberto.

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