A dinâmica econômica da Zona da Mata foi detalhada em estudo feito pela Federação do Comércio de Bens e Serviços de Minas Gerais (Fecomércio-MG), divulgado na última quarta-feira (21). A instituição tem realizado uma série de trabalhos para mapear a realidade socioeconômica e traçar o perfil das empresas varejistas das dez regiões estaduais. Até o momento, já foram feitos levantamentos sobre Rio Doce, Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Alto Paranaíba. Os documentos estão disponíveis no site www.fecomercio.mg.org.br.
O mapeamento da Zona da Mata destaca que a região é responsável por 8% da produção de riqueza em Minas, com um PIB de mais de R$ 41,7 bilhões. “A distribuição setorial revela a predominância dos serviços (52,7%) em comparação à indústria (19,2%) e agropecuária (5,8%)”, afirma o texto. Juiz de Fora é o município com maior participação, um total de R$ 4,4 milhões. Em seguida estão Ubá (R$ 2,3 milhões) e Manhuaçu ( R$ 1,9 milhão). Com relação à empregabilidade, a região é responsável por 9,5% das vagas no estado, somando mais de 400 mil postos de trabalho, que têm remuneração média de R$ 1.749,36.
Comércio e serviços
Dos mais de cem mil estabelecimentos que a região possui, 78% atuam nos setores de comércio e serviços. “A análise mostra que os empresários sentiram os impactos negativos da crise econômica dos últimos anos. Os reflexos prejudicaram os negócios, com destaque para a queda na receita de vendas, percebida por 90,5% dos empresários”, mostra o a Fecomércio. “Também houve uma interrupção no ciclo de expansão do emprego a partir de 2014.”
O estudo destaca, ainda, que as empresas continuaram investindo, apesar do cenário de retração. “Nos últimos 12 meses, elas destinaram recursos para segurança (76,1%), tecnologia da informação (69,8%), capacitação de funcionários (69,1%) e publicidade e propaganda (65,3%).” No mesmo período, os aportes em inovação também foram realizados. “Cerca de 83% dos entrevistados afirmaram ter implementado processos nesse sentido.”
Desafios
Na avaliação da analista de pesquisa da Federação, Elisa Castro, os gastos com segurança são bastante elevados. “Isto acaba obrigando o empresário a reduzir os aportes em qualificação, mix de produtos e na própria inovação.” A elevada carga tributária, a concorrência, a economia informal e a falta de crédito também estão entre os principais entraves para ambos os setores. Outro desafio a ser superado se refere à baixa atuação no comércio exterior. Apenas 5% das empresas da Zona da Mata realizam a atividade, sendo que 80% trabalham com a importação de bens de outros países. “Esse aspecto deveria ser mais explorado pelas empresas mineiras, pois atuar de maneira internacionalizada, se bem planejado, é sempre um bom negócio”, assegura Elisa.